Família multiespécies: condomínio é impedido de exigir retirada de animal

O Juizado Especial da Comarca de Uberlândia do Tribunal de Justiça de Minas Gerais – TJMG determinou a permanência de um animal de estimação de médio porte em um condomínio onde a convenção permitia somente animais pequenos.

Segundo os autos do processo, mesmo antes da adoção o autor já residia em uma das unidades que compõem a propriedade. Com a chegada do bichinho, que sempre se mostrou dócil e amigável, a administradora notificou o morador extrajudicialmente, exigindo a retirada do animal, alegando até que ele teria atacado uma pessoa. Diante da inviabilidade de acordo entre as partes, o caso foi parar na Justiça.

“Propusemos uma Ação de Não Fazer em face do condomínio, pedindo a permanência do animal, tendo em vista o princípio do Superior Tribunal de Justiça – STJ de que a simples previsão na convenção não é suficiente para a exigência, sendo necessário provar concretamente que o animal oferece riscos aos demais moradores”, explica a advogada Tamine Rocha Horbylon, membro do Instituto Brasileiro de Direito de Família – IBDFAM, que atuou no caso.

Ao ser citado no processo, o condomínio apresentou pedido contraposto, solicitando a retirada do animal. Além disso, a administradora do prédio entrou com pedido de danos materiais referente à contratação de advogado.

“Feita a instrução processual, ficou demonstrado que o animal não apresenta comportamento agressivo, portanto, as alegações do condomínio não foram comprovadas. De forma muito acertada, o juízo julgou totalmente procedente o pedido do autor, condenando o condomínio em seu abster de praticar ato que impeça ou inviabilize a circulação e manutenção do cachorro”, ela afirma.

Membros da família

Para Tamine, a decisão da Justiça de Minas Gerais vai ao encontro da ideia de que animais de estimação são membros da família e, portanto, não podem ser simplesmente deixados para trás, como requereu o condomínio.

“A restrição genérica da guarda de animais em convenção condominial, sem fundamento legítimo, deve ser afastada para assegurar o direito do condômino. Trata-se de uma proibição desarrazoada e generalista, que ultrapassa os limites legalmente aceitos”, ela analisa.

Para a advogada, trata-se de uma decisão inovadora, na medida em que foi conquistada a flexibilização da norma condominial. “Ela [a decisão] vai além do puro texto da norma, buscando a finalidade para a qual foi redigida”, afirma.

“Ademais, o STJ já se posicionou sobre o tema, no sentido que se deve analisar o caso concreto, de maneira que, somente se existir algum fato que gere riscos à segurança, à higiene, à saúde e ao sossego dos demais moradores, tal proibição seria legítima, o que não ocorreu no caso concreto.”

Processo: 5031848-76.2021.8.13.0702

Confira a decisão completa no Banco de Jurisprudência do IBDFAM, exclusivo para associados.

Por Guilherme Gomes

Dia Mundial do Gato: conheça os cuidados básicos para manter a saúde do pet em dia


A VetBR, mais completa distribuidora de produtos para saúde animal do País, convidou uma médica veterinária para explicar quais são as melhores formas de imunização e principais enfermidades que acometem os felinos
Além da vermifugação periódica e de cuidados específicos, a atenção com os gatos inclui vacinação anual, assim como acontece com os cães. As vacinas evitam doenças fatais para os felinos, aumentam a longevidade dos animais e melhoram sua qualidade de vida. Para comemorar o Dia Mundial do Gato, celebrado anualmente dia 17 de fevereiro, a VetBR, mais completa distribuidora de produtos para saúde animal do país, selecionou informações essenciais sobre os tipos de vacinas mais eficazes e que podem salvar a vida do gato de estimação.
Segundo a consultora técnica da VetBR e médica veterinária Gleyci Fernanda Camanho da Silva, existem cinco principais doenças que acometem os felinos e que podem ser evitadas com a vacinação. “A imunização é a melhor forma de prevenção de enfermidades como rinotraqueíte, calicivirose, clamidiose, panleucopenia e leucemia viral felina, que podem ser evitadas se a imunização for iniciada no nascimento do pet e feita anualmente durante toda a sua vida”, afirma.
Dois tipos de vacinas são as mais recomendadas. A quádrupla evita rinotraqueíte, calicivirose, clamidiose e panleucopenia. A primeira dose deve ser aplicada nas primeiras nove semanas de vida; depois de um intervalo de 21 dias o animal deve ser imunizado com a segunda dose. Já a vacina quíntupla também imuniza o pet contra a leucemia viral felina. A primeira dose deve ser aplicada após oito semanas de vida e a segunda também com 21 dias após a imunização inicial. As duas vacinas precisam de reforço todos os anos, com apenas uma dose.


A veterinária lembra que mesmo que o animal fique mais em casa, a vacinação é de suma importância, já que o tutor pode acabar levando vírus e bactérias da rua. Além disso, observa que a escolha do imunizante vai variar de acordo com o estilo de vida do gato. “Geralmente, a quádrupla é indicada para animais mais caseiros e a quintúpla para animais que têm uma vida fora de casa, como os que geralmente saem para passear durante a noite. Mas é essencial consultar o médico veterinário para entender qual o tipo de vacina mais adequada às necessidades de cada animal de estimação”, orienta.
Confira mais detalhes sobre as doenças que podem ser evitadas com a vacinação dos felinos.
Rinotraqueíte
É uma das doenças respiratórias felinas. Pode afetar gatos de todas as idades e é causada por três agentes: herpesvírus felino, calicivírus felino e bactéria Chlamydophila felis. O animal doente geralmente é o principal transmissor da enfermidade. Entre os principais sintomas estão herpes na garganta, nariz, boca e trato respiratório, conjuntivite e lesões no olho, além de espirros, secreção nasal, falta de apetite e apatia.
Calicivirose
É também uma doença respiratória considerada grave, que acomete o pulmão e o trato respiratório de gatos em qualquer idade. A enfermidade é causada pelo calicivírus felino, agente patogênico resistente. A transmissão geralmente acontece por meio do contato com saliva ou secreção nasal de animais infectados. Úlcera na boca, infecção bacteriana secundária, alveolite fecal, lesão articular e artrite são os principais sintomas da contaminação.
Clamidiose
A zoonose (doença de animais que pode ser transmitida para humanos) é causada pela bactéria Chlamydia felis, popularmente conhecida como clamídia. Trata-se de uma infecção muito comum em gatos e que está associada a doenças do sistema respiratório felino. É importante não deixar o pet entrar em contato ou ficar no mesmo ambiente de outro animal contaminado, por se tratar de uma doença extremamente contagiosa. Os principais sintomas são conjuntivite e úlcera na boca, corrimento nasal e ocular persistente, espirros, dificuldade respiratória, febre e falta de apetite.
Panleucopenia
Conhecida como enterite infecciosa viral felina, é causada pelo vírus panleucopenia felina (VPF). É considerada uma doença viral grave que acomete felinos domésticos e selvagens. O gato pode ser infectado por fezes e vômito de outros animais doentes. Entre os sintomas mais comuns, vômito e diarreia. Após ser contaminado, o animal pode vir a óbito por desidratação. A doença é mais comum entre os filhotes.
Leucemia viral felina
É uma das enfermidades consideradas mais graves para os felinos. O vírus da leucemia felina é transmitido principalmente por secreções, como saliva de gatos que já foram contaminados. Quando o animal está contaminado, a imunidade cai e ele fica mais suscetível a outras doenças, o que agrava a situação. É uma doença de difícil detecção, pois os sintomas surgem de forma lenta — como ocorre com tumores internos. É comum que o tutor procure ajuda especializada quando já é muito tarde. A doença não tem cura, mas o tratamento pode melhorar a qualidade de vida do pet.
Caso o animal não tenha sido vacinado e apresente alguns dos sintomas mencionados, é importante consultar um médico veterinário com urgência para iniciar o tratamento da forma mais adequada e evitar problemas mais graves. A imunização deve ser iniciada quando o pet estiver saudável ou apenas quando o pet não apresentar mais nenhum sinal clínico de qualquer doença acima descrita.

Seis dicas para cuidar da saúde dos pets idosos


Atenção e cuidados especiais promovem qualidade e expectativa de vida para cães e gatos na terceira idade


Aos sete anos de idade uma criança está aprendendo a ler e a escrever e adora passar o tempo brincando intensamente. Já um cão, por volta dos sete anos, começa a apresentar pelos brancos na face, dificuldades de mobilidade e letargia. Uma criança de 11 anos entra na pré-adolescência. Na mesma idade, o olfato, o paladar e a audição de um gato começam a reduzir, problemas dentários e falta de apetite começam a surgir. A terceira idade chega bem depressa para os cães e os gatos, por isso, os tutores devem se preparar para essa fase que exige cuidado redobrado.
Pele mais fina e ressecada, maior tempo de sono, redução das atividades físicas, da audição e do olfato são sinais comuns do envelhecimento, porém, é preciso estar alerta às alterações. “Conhecer bem os hábitos do pet é a chave para diferenciarmos rapidamente pequenas mudanças relacionadas à idade, de sinais clínicos de uma doença mais grave”, afirma a médica veterinária e consultora de conhecida rede de farmácias de manipulação veterinária, Farah de Andrade. Pets idosos têm maior probabilidade de desenvolver catarata, câncer, obesidade ou perda de peso, diabetes, doenças bucais, insuficiência renal, síndrome da disfunção cognitiva, doenças cardíacas e neurodegenerativas, paralisia ou fraqueza das extremidades, convulsões, osteoartrite e osteoartrose.


Algumas dicas vão contribuir para o bem-estar dos pets na terceira idade:


Check-ups periódicos

O ideal é que o intervalo entre as consultas de rotina seja menor: ao menos a cada seis meses. Exames de sangue e de imagem podem ser necessários pelo menos uma vez ao ano, conforme as condições clínicas, o histórico e a idade do paciente. “É comum que o médico veterinário passe a solicitar exames cardiológicos, ultrassonografia e check-ups sanguíneos como forma de garantir um diagnóstico precoce de doenças relacionadas à terceira idade. Terapias integrativas, que colaborem com a mobilidade e o controle da dor, como fisioterapia e acupuntura, também podem ser indicadas”, comenta Farah.
Atividade física adequada
Dificuldades de locomoção e dores vão fazer com que o pet se exercite menos, porém, a atividade física é fundamental para evitar a obesidade e a perda de massa magra. Tente manter a atividade física do pet de acordo com as novas condições: caminhadas mais leves em terrenos mais planos e menos escorregadios e brincadeiras menos intensas para os cães; túneis, caixas de papelão e móveis mais baixos para os gatos.
A saúde mental do pet não pode ser esquecida. Por isso, vale investir em brincadeiras e brinquedos que estimulem a caça ao alimento e ajudem a distraí-lo.


Ambiente adaptado
Os pets também podem ter problemas de visão e redução do olfato e da audição, então é importante retirar móveis e objetos que ofereçam riscos, evitar o acesso à piscina, a terrenos desnivelados e locais de passagem dos carros.
Adaptar o ambiente com rampas e pisos menos escorregadios vai evitar que forcem as articulações, já desgastadas com a idade. Comedouros e bebedouros elevados evitarão esforço extra da coluna e colaboram com a digestão. Além disso, vale distribuir mais bebedouros e fontes de água pela casa para incentivar que os pets, especialmente os gatos, bebam mais água, colaborando com a prevenção de problemas renais.

Alimentação especial
Animais idosos têm digestão mais lenta e mais dificuldade na mastigação, portanto, ofereça uma alimentação própria para essa fase. Rações para pets seniores têm grãos que facilitam a mastigação e ingredientes específicos para a idade e o porte dos animais. Também vale optar pelo mix feeding (mistura de ração seca com úmida) para estimular o apetite do pet, também mais caprichoso nessa fase. Alimentação natural também é uma excelente alternativa, porém, vale lembrar que deve ser receitada e acompanhada por um médico veterinário especialista. A introdução de vitaminas, suplementos e nutracêuticos junto à dieta também pode ser indicada.


Prevenção sempre
A higiene bucal é importante em todas as fases da vida do pet e, muitas vezes, é preciso fazer o tratamento periodontal para evitar doenças mais graves e a perda dos dentes. Cabe ao médico veterinário indicar a limpeza ou não, conforme as condições de saúde do animal, mas o tutor deve manter os cuidados diários para a manutenção da saúde bucal.
Os demais cuidados rotineiros também continuam, como a vacinação e a vermifugação e o uso de repelentes e protetor solar. “É importante reforçar que é preciso usar produtos de higiene e cuidados específicos para os pets, evitando assim intoxicação e ressecamento da pele. Pets idosos costumam ter a pele mais fina e seca, então a dica é usar shampoos, condicionadores e leave-in que colaborem com a hidratação da pele e dos pelos. A aplicação de hidratante de patinhas nos coxins, focinho e cotovelos, especialmente dos cães de grande porte, vai proteger a pele e evitar fissuras”, recomenda a veterinária.


Inovação e cuidado personalizado
Mais do que em qualquer idade, o pet idoso precisa de acompanhamento veterinário, com cuidados e tratamentos adequados à sua idade, porte, histórico e condições de saúde. A medicina veterinária está sempre em evolução e o tutor pode desfrutar dos benefícios para oferecer melhores condições para o seu pet.
“Um dia eles estão pulando e brincando sem parar, no outro, já estão precisando de cuidados especiais e de mais medicamentos, porém, a dificuldade em aceitar a medicação é ainda maior. Percebemos, no nosso dia a dia, o aumento da procura por medicamentos manipulados para facilitar o tratamento dos pets idosos. Caldas e molhos com sabor têm sido grandes aliados dos tutores”, revela a farmacêutica e sócia-proprietária da rede de farmácias, Sandra Schuster.


Os medicamentos manipulados são produzidos na dose exata para o pet e o tutor pode solicitar que o medicamento seja feito em uma forma farmacêutica que o animal prefira, como biscoitos, pastas, xaropes, caldas e molhos e flavorizados com sabores como carne, bacon, leite condensado, banana, beijinho, entre outros, o que facilita a adesão ao tratamento. Além disso, alta tecnologia e bioengenharia avançada têm sido usadas para o desenvolvimento e o aperfeiçoamento de fármacos e fórmulas, como o nanoencapsulamento de ativos e o uso de ácido hialurônico reticulado em medicamentos oftálmicos. Novidades não faltam para que o tutor e o médico veterinário possam oferecer tratamentos que garantam a qualidade de vida dos pets.

ONG retira cães, gatos, cabras e galinhas de debaixo dos escombros do terremoto na Turquia

ONG retira cães, gatos, cabras e galinhas de debaixo dos escombros; com poucas ferramentas, trabalham principalmente com as próprias mãos
À medida que diminuem as esperanças de se resgatar sobreviventes do terremoto no noroeste da Síria, cerca de uma dúzia de trabalhadores da organização Santuário Ernesto para Gatos continuam retirando cães, gatos, cabras e galinhas de debaixo dos escombros. Com poucas ferramentas, trabalham principalmente com as próprias mãos.

Em uma região devastada por tragédia após tragédia, devolver animais de estimação perdidos aos donos pode trazer conforto emocional, e reunir animais de fazenda deslocados garante uma fonte constante de alimentos para um povo em grande parte isolado do comércio internacional.

A fundadora de Ernesto, Alessandra Abidin, disse que seu grupo era o único no noroeste da Síria focado em encontrar animais – outros, como a Defesa Civil Síria, também conhecida como Capacetes Brancos, se concentraram em encontrar humanos nos escombros antes de encerrar as missões de recuperação no sábado.

Trabalhador da ONG Ernesto brinca com gato resgatado na Síria
Sem Ernesto, os animais deixados para trás por seus humanos fugindo para salvar suas vidas, ou por aqueles que foram mortos por prédios desabados, provavelmente morreriam.

A equipe já trouxe cerca de 35 animais para o santuário na cidade de Idlib e tratou dezenas de outros na região, dirigindo quase 50 quilômetros para encontrar animais em fazendas e afetados por enchentes. A operação de resgate continuará por mais uma semana, disse Abidin.

“Os humanos não podem existir sem cães, sem gatos, sem cabras, sem galinhas”, disse Mohamad Youssef, um dos dois veterinários da ONG. “Eles fazem parte de nossas famílias. Eles nos dão comida, eles nos dão felicidade, eles nos dão conforto. Não conseguiríamos sem eles.”

Depois de um evento traumático como um terremoto, Youssef acrescentou, os animais de estimação fornecem um amor que poucos humanos podem igualar, um apoio psicológico que pode ser uma tábua de salvação após tanta perda. No início desta semana, a equipe ouviu um miado debaixo de uma pilha de pedras. A equipe correu e desenterrou o gato com as mãos. Mais tarde, eles também encontraram filhotes, cujos donos foram mortos ou fugiram.

Guerra
Abidin fundou a Ernesto’s em 2016, no auge da guerra civil em Aleppo. Em todo o país, os animais foram deixados para trás pelos milhões que fugiram de suas casas ou pelas centenas de milhares que foram mortos no conflito. Batizado com o nome do falecido gato do fundador, o santuário era o único lugar no noroeste da Síria dedicado a cuidar de animais. O que começou com 20 gatos aumentou para mais de 180 um ano depois.

Em seguida, o santuário foi bombardeado e atacado com gás cloro, disseram seus proprietários. Muitos dos gatos foram mortos. Milhões na Síria foram deslocados internamente. O santuário mudou-se para oeste, para Kafarna, perto da fronteira turca, mas foi bombardeado novamente.

Eles finalmente construíram a instalação que seria sua casa na cidade de Idlib e agora têm cerca de 2 mil gatos, 30 cachorros, 5 macacos, 3 burros, 1 cavalo, 1 raposa, 1 galinha e 1 cabra, salvos de casas desertas ou aldeias devastadas. Ernesto espera mudar a cultura de violência contra os animais que vagam pela região, em parte, indo às aldeias para esterilizar cães sem dono e outros animais raivosos. Eles também oferecem uma clínica gratuita.

Quando o terremoto acordou Youssef na manhã de segunda-feira, ele, sua mulher e filhos correram para fora, onde chovia e fazia frio. Eles não sabiam se haveria um tremor secundário, então ficaram do lado de fora por horas, sentindo-se atacados por baixo pelo terremoto e por cima pela chuva. A eletricidade acabou e a internet também.

Na casa de Ernesto, os gatos faziam miados estranhos entre silêncios sinistros e estrondos. Embora nenhum de seus animais tenha se ferido, o santuário sofreu alguns danos menores.

Youssef e o restante da equipe logo decidiram que deveriam sair e encontrar animais sobreviventes. Os esforços de resgate começaram na quarta-feira às 6 da manhã com uma equipe de uma dúzia trazendo uma ambulância animal improvisada, um martelo, cortadores de metal e pouco mais.

“Temos apenas nossas mãos, nossos corações e nossos olhos”, disse Abidin.

A equipe rapidamente começou a trabalhar fora de Idlib, como Haram, Salqin e Al Atarib, caminhando por pilhas de pedra que costumavam ser edifícios o mais silenciosamente possível, ouvindo. Eles criaram um grupo no Facebook para os moradores contatá-los sobre animais de estimação presos ou perdidos. Quando ouviam um animal gritando por socorro, paravam e se concentravam onde ele estava, muitas vezes sob pedras ou no meio de um rio inundado.

Trabalhadores do Santuário Ernesto para Gatos, na Síria, vasculham escombros para encontrar um cachorro ferido pelo terremoto e perdido de seus donos

Eles cuidaram de um cachorro com uma virilha decepada e enfaixaram outro com uma perna quebrada. Eles encontraram duas vacas deitadas perto dos escombros, vivas, mas sozinhas. O grande número de gatos que eles salvaram estava em estado de choque e não comia por dias.

“Esse tipo de dano e trauma nunca tínhamos visto antes, mesmo com a guerra”, disse Ahmed Khalaf Alyousef, outro veterinário do grupo.

As pessoas os paravam na rua para pedir ajuda. Três membros de uma equipe encontraram um gato que havia subido em uma árvore no meio de um rio inundado. Nas aldeias niveladas, Alyousef se concentrou em encontrar criaturas presas ou moribundas. Quando o fez, ele recuperou remédios de sua mochila veterinária, tratando animais maiores no campo e prometendo voltar com comida.

“Somos a única equipe fazendo o que estávamos fazendo”, disse Alyousef. Como aqueles que procuram por humanos, não havia ajuda internacional ou outros veterinários para ajudar a tratar os animais feridos.

Em um momento particularmente triunfante, eles encontraram um gato preso dentro da loja de seu humano – seu dono não havia retornado desde o terremoto – então as equipes de resgate se abaixaram para tentar levantar a porta da garagem do chão. Estava trancada, então só iria a centímetros do chão. Aos poucos, primeiro pelas patas dianteiras e pela cabeça, depois pelo corpo, eles puxaram o gato por baixo da porta.

Youssef, o outro veterinário, disse que eles precisam de mais pessoas e ferramentas para encontrar os animais, e mais comida e veterinários para mantê-los vivos. A eletricidade na clínica veterinária é cortada com frequência, tornando quase impossível a realização de qualquer operação importante. Eles fazem o que podem, costurando feridas, consertando curativos e oferecendo comida.

Eles procuram por nove ou dez horas por dia, até escurecer, mas depois precisam ir para casa, deixando os animais presos sozinhos por mais um dia.

“Choramos pelos animais que morreram”, disse ele. “Mas choramos pelos animais que ainda estão por aí. Queremos encontrar seus humanos também. Mas não temos pessoas ou tempo suficientes para ajudar a todos. Queremos ajudar, mas também precisamos de ajuda.”

Folia com os pets!

Dicas importantes para quem vai curtir a folia com os pets


O momento de descontração e alegria demanda alguns pontos de atenção com os peludos para que a festa seja divertida para todos
O carnaval já está batendo à porta e muita gente gosta de passar estes momentos de folia e alegria com os amigos, incluindo os amigos peludos! Os blocos de bairro, que costumam ser menores, e blocos que se denominam Pet Friendly conquistam espaço a cada ano e são ótimos para a interação entre humanos e pets, sempre prezando pela segurança e conforto dos bichinhos. Mas, para que este momento seja proveitoso para todos os envolvidos, humanos e animais, alguns cuidados são necessários.
“Antes de decidir ir para um bloco de carnaval com o pet, o tutor precisa conhecer o temperamento do seu animal. Alguns cães, por mais amigáveis que sejam em casa, não se sentem à vontade em locais desconhecidos, com muito barulho, ou mesmo na presença de outros pets, já outros animais se assustam com facilidade e não tem o hábito de sair de casa. Nestes casos, o melhor é não levar o peludo”, alerta a médica-veterinária Nathalia Fleming.
A profissional traz algumas dicas importantes para quem tem um pet que gosta deste tipo de diversão e pretende aproveitar bastante a folia do Carnaval.

Identificação sempre!
Antes de sair para encontrar os amigos e familiares na rua, é obrigatório se atentar para as formas de identificação do pet, caso ele se perca. Essas eventualidades acontecem e por isso a plaquinha que contém o nome do pet e do tutor, e as formas de contato (telefone, e-mail e/ou endereço) é item essencial para estar na coleira durante as atividades ao ar livre, mesmo em animais que sejam microchipados.

Atenção redobrada com o ambiente
O asfalto quente pode provocar queimaduras nas patinhas dos pets, então é importante sempre estar atento a temperatura do ambiente e principalmente do chão. Outro ponto de atenção é na quantidade de pessoas ao redor do animal, o que dificulta a circulação de ar e pode gerar mal-estar no cachorro. O ideal é curtir o bloco em um lugar menos tumultuado, com uma boa circulação de ar e, se possível, com uma sombra agradável para o pet.
Além do calor refletido pelo chão, restos de alimentos, bebidas e cacos de vidro podem estar pelo caminho do pet. Atenção com estes itens também é importante para evitar problemas como intoxicações ou mesmo machucados.
A audição dos pets é mais sensível do que a dos humanos e alguns barulhos também incomodar ou assustar, promovendo reações inesperadas, como tentativa de fuga. Para evitar que isso aconteça, o ideal é permanecer longe das caixas de som e dos instrumentos.

Alimentação e hidratação do pet
Forneça ao pet a alimentação antes de sair de casa, para que ele tenha energia suficiente para curtir o dia com você, e leve alguns petiscos que podem ser oferecidos sem riscos para ele, caso a folia dure um pouco mais do que o planejado.
A água do pet é item essencial, e que deve ser ofertada no mínimo a cada duas horas, garantindo que ele se manterá hidratado de maneira adequada. Em dias mais quentes, a água fresca é essencial para auxiliar o pet a dispersar o calor.

A fantasia está permitida!
“Fantasia faz parte do Carnaval, e é comum ver pets fantasiados nessa época do ano. A restrição é por figurinos que impeçam a movimentação adequada do animal ou que sejam muito pesados e desconfortáveis. Fantasia muito elaborada é apenas para os humanos. Um figurino leve e arejado pode ser muito divertido para os cães que estão acostumados a usar roupinhas, laços e bandanas, por exemplo”, sugere.

Para os pets que estão indo pela primeira vez nas festas de carnaval, a utilização de análogos sintéticos do odor materno canino (Adaptil®) pode auxiliar no relaxamento e bem-estar do animal, para que ele se sinta confortável e confiante diante de um evento que foge de sua rotina. O produto não é um medicamento, não tem ação nos humanos, e pode ser borrifado em uma bandana, por exemplo, 15 minutos antes de ela ser colocada no pet.

Ciência: TV ligada não traz benefício ao seu cão – e pode potencializar sua ansiedade

Geneticista explica como funciona o cérebro dos peludos diante de um vídeo e recomenda trocar a TV por algo que estimule o olfato do animal

Ao deixar o cão sozinho em casa, é comum o dono manter a televisão ligada, com imagens e sons a todo vapor. Mas, segundo a Ciência, além de não trazer benefício a ele, isso pode, ainda, potencializar a sua ansiedade.

De acordo com Camilli Chamone, geneticista, consultora em bem-estar e comportamento canino e, também, criadora da metodologia neuro compatível de educação para cães no Brasil, os peludos não enxergam as imagens da televisão como nós, humanos.

“A visão de um humano capta um vídeo na frequência de 60 hertz. Para o cachorro, essa frequência teria que ser 80 hertz. Então, na verdade, o que ele enxerga é um monte de imagens ao mesmo tempo e que não formam um vídeo contínuo – é como se fossem fotos sobrepostas, passando em uma supervelocidade”, explica a geneticista.

Assim, esse estímulo visual intenso pode aumentar a sua ansiedade. “Ao ser bombardeado com todas essas imagens, ocorre, no cérebro do cão, uma hiper estimulação visual, que gera a liberação de um neurotransmissor chamado noradrenalina – ela, por sua vez, produz hiper estimulação do sistema nervoso central. Isso deixa o peludo ainda mais agitado, com comportamentos hiperativos (como latir demais, destruir objetos, se lamber de forma compulsiva ou dar corridas malucas pela casa, especialmente ao final do dia) e dificuldade para relaxar”, exemplifica a geneticista.

Essa hiper estimulação, ao produzir aceleração mental, atrapalha o foco e a concentração. Por isso, ainda que o cachorro demonstre “interação” com a TV (mexer as orelhas ou a cabeça para um lado, levantar, arregalar os olhos, latir, abanar o rabo, etc), isso não significa diversão.

Assim, ver TV é uma necessidade humana, e não do cachorro. Do ponto de vista cognitivo, os cães são muito pouco desenvolvidos, quando comparados a nós – então, por exemplo, se olham a sua própria imagem refletida no espelho, não conseguem compreender que são eles próprios. “Com a tela, é a mesma lógica – ele não entende que há, ali, imagens fictícias, podendo, inclusive, enxergar aquilo como uma situação de risco, dependendo do cenário”, alerta Chamone.

Para nós, pessoas, maratonar uma série pode ser legal e relaxante, mas os cães não fazem a mesma associação. “Não existe benefício cientificamente comprovado de colocar o cachorro ‘assistindo’ televisão. Por isso, é fundamental respeitar essa espécie tão linda e diferente que trouxemos para casa”, recomenda a geneticista.

Estímulo positivo: farejar, farejar, farejar

Em vez de ligar a TV, uma forma simples de estimular o cachorro positivamente é deixá-lo farejar, um comportamento natural para ele e que envolve o olfato, seu principal sentido.

“O dono pode enriquecer o ambiente ao esconder petiscos pela casa, por exemplo, colocando o olfato do peludo para trabalhar. Ao contrário da hiper estimulação visual, a estimulação olfativa produz relaxamento do sistema nervoso central. Se você quer um cachorro calmo, estimule o olfato, e não a visão”, assegura Chamone.

E finaliza: “Quando sair sem o cachorro, substitua as telas por uma atividade dentro de casa que dê a ele a oportunidade de farejar. E, sempre que possível, troque a tarde na TV por um passeio no parque, com muita natureza e cheiros diferentes – corpos e mentes (de cachorros e de humanos) agradecem”.

Hospital Veterinário da Uniube fecha 2022 com mais de 42 mil procedimentos


O Hospital Veterinário da Uniube (HVU) divulgou o balanço dos atendimentos em 2022. Foram mais de 10.477 atendimentos, entre pequenos e grandes animais, além de animais silvestres, que chegam ao hospital através do Corpo de Bombeiros, Polícia Ambiental, Polícia Militar e Prefeitura Municipal de Uberaba (PMU), por meio do convênio firmado em abril de 2022. O hospital passou por uma reestruturação, com o objetivo de melhorar o fluxo hospitalar e aumentar a capacidade de atendimento, impactando positivamente na qualidade dos procedimentos.
Foram 9.588 atendimentos em pequenos animais, 219 em grandes animais e 670 em animais silvestres. Além disso, foram 37.613 procedimentos em pequenos animais, entre exames laboratoriais e de imagem, procedimentos anestésicos, cirúrgicos e não cirúrgicos, odontológicos, oftalmológicos e oncológicos. Em grandes animais, foram 2.848 procedimentos nas mesmas especialidades. Já em animais silvestres, foram realizados 2.156 procedimentos. “A grande novidade nos atendimentos em 2022, foi a parceria com a Prefeitura Municipal, iniciada em abril. Com isso, houve um aumento de atendimentos de animais de rua, que são os animais comunitários, de ONGs e de pessoas carentes, sendo cães, gatos e equinos. Essa foi a principal mudança nos atendimentos em 2022, mas também tivemos melhorias de qualidade do hospital, agora temos um setor de qualidade, e tivemos a inclusão de protocolos POPS”, conta o gerente clínico do HVU, Cláudio Yudi.

Gerente clínico do HVU, Cláudio Yudi.


A reforma estrutural contou com criação do novo setor de internação, que inclui: UTI, gatil e isolamento. Além disso, foram construídas oito salas de atendimento para cães e gatos. “No mês de julho, passamos por uma reestruturação física, uma reorganização, com a reforma do setor financeiro, da recepção de pequenos animais, internação e ambulatórios, para melhorar o fluxo de atendimentos e adequar a demanda do hospital veterinário com a parceria da Prefeitura Municipal”, explica o gerente clínico.
E em 2023, a expectativa é de ampliar as parcerias e investir em atualização e tecnologia. “Para esse ano, temos planos de atualizar os equipamentos, e principalmente com as parcerias que temos com o Ministério Público, senadores, deputados e, claro, com investimento próprio. A ideia é melhorar a nossa infraestrutura de laboratório, trazendo outras especialidades que ainda não atendemos. A ideia é tornar o atendimento cada vez mais diversificado dentro do HVU, e evidenciar para toda a população de Uberaba e região, que temos à disposição da sociedade mais de 20 médicos veterinários, tanto preceptores quanto docentes da graduação ao mestrado, para o atendimento dos animais. As parcerias são fundamentais para o HVU, e temos convênio com Polícia Militar Ambiental, com o Ministério Público (tanto do Estado quanto Federal), e a parceria inédita com a Prefeitura Municipal de Uberaba, que nos permitiu atender, principalmente, os animais errantes da cidade, além de incorporar quase 1 milhão e meio de reais anual, nos permitindo atender como um SUS da Medicina Veterinária. É um projeto que nasceu após anos de tentativas. O convênio com a prefeitura vai continuar, as parcerias com os órgãos privados e públicos também vão continuar e pretendemos ampliá-los. O objetivo é que tenhamos um resultado ainda melhor em 2023”, destaca o Pró-Reitor de Pesquisa, Pós-graduação e Extensão, e diretor executivo do HVU, André Fernandes.
Convênio PMU
O Governo Municipal de Uberaba e o Hospital Veterinário da Uniube (HVU) firmaram o convênio para prestação de assistência médica aos animais do município em abril de 2022. A parceria visa acolher, tratar e reabilitar animais em situação de rua, comunitários, de tutores de baixa renda, de ONG’s e protetores independentes, e da população em geral. O projeto é feito em parceria com a Câmara Municipal de Uberaba e Ministério Público de Minas Gerais. São acolhidos cães e gatos, para atendimentos clínicos, cirúrgicos e emergenciais, castração, microchipagem, consultas especializadas, além de atendimentos de emergência para animais de grande porte, como bovinos e equinos. Em oito meses de parceria, o HVU atendeu 478 animais de pequeno e grande porte. Foram 8.337 procedimentos, entre exames laboratoriais e de imagem, procedimentos anestésicos, cirúrgicos e não cirúrgicos.
“É uma parceria inédita para o município. Tivemos vários desafios em relação aos atendimentos, devido à complexidade dos casos, afinal, é uma parceria nova e que está surgindo no estado de Minas Gerais, que são essas parcerias público-privadas, onde uma Universidade, com o curso de Medicina Veterinária, auxilia no atendimento da população carente, permitindo que os alunos tenham aulas práticas, com orientação de médicos veterinários e professores, e atendendo de forma adequada uma população que tem dificuldade de recursos, principalmente financeiros, para tratar seus animais. Essa parceria é muito interessante, porque aumentou o número de animais atendidos e começamos a fazer um levantamento dos principais problemas que a cidade enfrenta, como algumas doenças específicas, atropelamentos, acidentes, e além disso, nós também acolhemos denúncias provenientes da superintendência de bem-estar animal”, avalia Cláudio Yudi.
Educação
O hospital é campo de prática para os alunos do curso de Medicina Veterinária, além disso, dá suporte para programas de aprimoramento profissional, pesquisa e pós-graduação.
“São realmente grandes os benefícios que o HVU oferece para os alunos de graduação, já que o curso tem 60% de prática. Na especialização, algumas partes práticas também são conduzidas dentro do HVU, e partindo para o aprimoramento, que é a residência de Medicina Veterinária, temos em torno de vinte residentes que têm 60/h de prática semanal. Toda essa estrutura que o hospital dispõe é fundamental para formação desses Médicos Veterinários, e depois, grande parte deles ficam retidos como colaboradores do HVU, e muitos vão para a docência no nosso curso de Medicina Veterinária, e para o mestrado em sanidade e produção animal nos trópicos. Inclusive, o nosso mestrado teve a nota aumentada esse ano de 3 para 4, e em 2023 vamos pedir o doutorado”, avalia o pró-reitor.
Gestão de Saúde

Diretor de serviços em saúde da Uniube, Iraci Neto.


Desde o início de 2021, a Universidade implementou mudanças que visam potencializar a qualidade dos serviços e cursos de saúde. A reestruturação propõe um planejamento estratégico de cinco anos e o envolvimento dos colaboradores, por meio da análise de indicadores e o estabelecimento de metas e processos.
“Em toda essa estrutura, que nós batizamos de Complexo de Saúde, buscamos uma gestão integrada e padronizada, com um processo de gestão operacional que é baseado em um planejamento estratégico com visão para cinco anos. Vamos buscar esse alinhamento de acordo com as necessidades de cada unidade, o tamanho e o impacto perante ao mercado. Tentamos repassar aos nossos parceiros, gestores e colaboradores, a importância de avançar cada vez mais e sermos referência como uma das maiores empresas na área educacional e de prestação de serviços, com isso, cumprirmos o nosso papel social para a cidade e região. A relevância desse Complexo de Saúde para comunidade é enorme. Sabemos do peso e do desafio que nós temos a cada dia para buscar valorizar e aprimorar cada vez mais a prestação de serviço. Nós vivenciamos os dois lados da moeda, que é a entrega de resultados com extrema qualidade, com foco no aprendizado acadêmico, no conhecimento e na pesquisa, mas também atendendo as dores dos nossos clientes: a comunidade de Uberaba e região”, avalia o diretor de serviços em saúde da Uniube, Iraci Neto.

Pets e Decoração: o papel do ambiente no comportamento dos animais e no convívio com seus donos


É possível harmonizar a casa para atender as necessidades dos bichos e dos humanos

É comum ouvirmos donos de pets dizerem que seus animais dominam todos os espaços da casa, muitas vezes destruindo móveis, espalhando uma grande quantidade de pelos ou outras situações que podem levar a um estresse entre os bichos e seus donos, por mais amor envolvido que haja nessa relação. Mas, é plausível pensar em possibilidades de decoração que minimizem esse conflito, utilizando elementos que se adequam ao tipo de animal ao mesmo tempo que atendem as necessidades dos donos quanto ao estilo de decoração.
O Seu Canto No Mundo, projeto do arquiteto Glaucio Gonçalves e da especialista em desenvolvimento humano Lívia Romeiro, é especializado na harmonização de ambientes, de forma a atender as expectativas, necessidades e personalidade de todos que habitam o lar, para que a casa ou apartamento sejam acolhedores e compatíveis aos gostos e comportamentos de cada um, inclusive os pets.


“Há muitos casos em que as pessoas acabam desistindo de cuidar da decoração da casa ou até mesmo abrindo mão dos animais por não conseguirem manter o lugar livre de pelos ou ter móveis intactos. Isso pode ser minimizado, escolhendo tecidos mais adequados para sofás, poltronas e cadeiras, por exemplo, nos quais o pelo não grude tanto; modelos e materiais que os pets não gostem de arranhar, entre outras soluções”, sugere Lívia.


A especialista explica que não há um padrão de decoração para esses casos, e que é preciso entender todo o contexto do ambiente, tipo de pets e as diferentes personalidades que convivem na casa. “Se no mesmo lugar moram uma pessoa organizada e minimalista e outra que precisa de mais cores e elementos para se sentir acolhida, e ainda houver animais de estimação, é possível encontrar um equilíbrio na decoração para que todos tenham ‘seu canto’ dentro da casa”, explica.
A funcionalidade personalizada, proposta pelo Seu Canto No Mundo aposta na importância de criar ambientes para que todos que convivem no mesmo lar se sintam confortáveis, acolhidos pelo espaço e representados em suas maneiras de ser.


Para ela, é importante que os bichos também sejam inseridos nesse planejamento, adaptando a casa ou apartamento de forma que eles também tenham seus espaços, o que pode os deixar menos agitados ou estressados. “Até mesmo um aquário mal posicionado ou com estilo diferente da decoração da casa pode ser um motivo de desconforto para as pessoas, que tendem até a se cansar e desistir da peça que, se bem planejada, pode ser um elemento muito positivo na decoração do ambiente”, acrescenta Lívia.
“A necessidade de ter ‘seu canto’ é inerente a todo ser vivo, seja animal ou humano, desde o útero materno. Transmitir esse conceito para a decoração da casa, apartamento ou ambiente de trabalho coopera para a harmonia, conforto, produtividade, bem estar físico e emocional, das pessoas, além de melhorar o convívio entre elas”, finaliza Glaucio Gonçalves.

Excesso de calor pode colocar a vida de cães e gatos em risco


Nos períodos mais quentes, a chance de intermação é muito grande, mas pode ser evitada


O verão é a época do ano em que se deve ficar atento a mais um risco aos cães e gatos. Estamos falando da intermação, termo usado pelos médicos veterinários quando o organismo desses animais produz uma quantidade de calor acima do normal ou quando falta ao organismo a capacidade de expelir o calor corporal. Tais situações geram um quadro emergencial que necessita de intervenção urgente.
Médico veterinário e professor da UniAvan, doutor Danilo Aires Chiminelli Júnior explica que como cães e gatos têm uma fisiologia bem diferente da humana, são necessários cuidados especiais para evitar, inclusive, óbitos. “A intermação, ou heatstroke, está diretamente relacionada ao calor. Quando a temperatura corporal do pet ultrapassa 40ºC e não é revertida a tempo, ocorre essa emergência que se assemelha à insolação nos humanos”, destaca.
Os riscos estão principalmente na exposição direta do animal a ambientes muito quentes, abafados e sem ventilação. A prática de atividade física durante os dias e horários mais quentes também é um complicador. O uso de acessórios que impedem os pets de abrirem a boca pode contribuir neste quadro. “Daí a importância de manter água fresca à disposição dos cães e gatos, espaço com sombra e superfícies mais frias para eles se aconchegarem”, explica o professor da UniAvan.
É preciso estar atento aos sinais. Os sintomas de intermação são: olhar angustiado, inquietude, hipersalivação, respiração ofegante acima do normal, pele muito quente e batimento cardíaco acelerado. O animal ainda apresenta cansaço, fraqueza e indisposição. “Em casos mais graves, pode haver vômitos, coagulação intravascular, edema pulmonar, parada cardíaca e lesões cerebrais que podem acarretar em convulsões, coma e morte”, complementa o doutor Danilo.
Vale destacar que cães de determinadas raças, como as de focinho curto, correm um risco maior de ter intermação. Naturalmente, eles já têm uma dificuldade para respirar devido à anatomia nasal. Na lista estão bulldogs, pugs, boxers, shih-tsu, lhasas apso e outros. Cães obesos também têm os riscos elevados.
Caso você perceba um possível quadro de intermação em seu pet, vá imediatamente a um veterinário. No percurso, resfrie o corpo do seu animal com bolsas de gelo (nunca com o gelo em contato direto com a pele) e evite fontes de calor. Permita ainda que o cão possa abrir a boca e tenha ar fresco para respirar, além de tentar acalmar o bichinho.

Dicas do veterinário Danilo Aires Chiminelli Júnior para evitar a intermação:
• Jamais deixe o animal sozinho dentro do carro em dias de sol e calor;
• Evite atividades físicas nos horários mais quentes;
• Tenha sempre água limpa e fresca à disposição do seu pet;
• Evite lugares com sol; prefira locais com sombra e boa circulação de ar.

Cachorro faz birra, se vinga ou sente culpa?


Pessoas que têm cachorro sabem que não rara é a cena de chegarem em casa, após um dia de trabalho ou demais afazeres, e encontrarem a casa bagunçada, móveis roídos ou mesmo xixi e cocô feitos em lugares indesejados. Mas será que o peludo tem esses comportamentos destrutivos por birra, por vingança, de forma arquitetada contra o dono, por ter ficado sozinho, e depois sente culpa, quando repreendido e arrependido?

Camilli Chamone, geneticista, consultora em bem-estar e comportamento canino e criadora da metodologia neuro compatível de educação para cães no Brasil, assegura que não.

“A Teoria da Mente é um conjunto de estudos que comprova a competência que alguns animais têm de entenderem as emoções de terceiros. É a habilidade de compreender e interpretar estados mentais de outros seres. Porém, a ciência afirma que apenas os primatas ditos superiores – como gorilas, macacos e, claro, humanos – têm essa capacidade de percepção. Cães, portanto, não têm essa habilidade. Na prática, isso significa que a birra, a vingança ou a culpa, por serem emoções muito elaboradas, não fazem parte do repertório emocional dos cães”, explica.

Na realidade, os comportamentos destrutivos são uma forma que os cães têm de tentar aliviar a ansiedade que sentem, sendo equivocada a ideia de que estejam fazendo birra ou se vingando do seu dono por deixá-lo sozinho.

Outro comum engano é quando o cachorro apresenta expressões (corporais e faciais) que remetem ao arrependimento depois de fazer “algo errado”. Mas, segundo Chamone, esta é somente uma interpretação humana, que não se relaciona, de fato, com aquilo que o animal está sentindo.

“O que acontece, na maioria das vezes, é que os cães sentem medo (essa emoção, sim, é cientificamente comprovada de ser sentida por eles) em situações ameaçadoras – quando, por exemplo, o dono aumenta o tom de voz ou faz determinadas expressões e gestos”.

São expressões físicas do medo abaixar as orelhas, colocar a cauda entre as pernas, tremer e ficar com “olhar piedoso” ou parado em um canto, na tentativa de se esconder.

Em seus atendimentos, Chamone conta que é comum que o dono confunda essa linguagem com culpa. “Por isso, ao chegar em casa e ver algo fora do lugar, o humano tende a brigar com o cão, na esperança de que ele entenda, se ‘culpe’ e mude. Mas isso jamais acontecerá”, afirma.

Punir o cachorro, nesse tipo de situação, tende a agravar o problema. “A punição gera medo, o medo gera estresse e o estresse piora os comportamentos destrutivos. Além disso, o cão vai perdendo a confiança no tutor – há casos, inclusive, em que o medo evolui para agressividade, pois é a única maneira dele se defender. Com o tempo, ele associa a chegada do tutor como uma ameaça, ficando ainda mais nervoso”.

Para lidar melhor com a situação e tirar o cachorro de um quadro de estresse ou ansiedade, o foco precisa sair de ações punitivas, que tentam fazê-lo sentir culpa sem efeito algum – já que ela não existe nos cães –, e ir para outras que melhorem sua qualidade de vida e, consequentemente, a de toda a família.

Uma boa iniciativa é introduzir um passeio de qualidade em sua vida. “Dê preferência em locais com bastante natureza para que o peludo possa farejar, fazer suas necessidades e marcar território. Ao gastar energia física e mental, a tendência é relaxar mais em casa”.

Além disso, é importante saber que alguns comportamentos são naturais dos cães, como, por exemplo, roer. “Nestes casos, basta canalizar a energia para um brinquedo de roer, de forma que ele não tenha que mastigar o pé da mesa ou o braço do sofá, afim de se satisfazer”, recomenda Chamone.

Por fim, se essas ações não resolverem, é indicado buscar ajuda profissional, que oriente o dono a usar outras estratégias específicas e eficientes para diminuir o estresse do animal.