Júlio Oliveira

Sobre lealdade e outros valores

Publicitário, Júlio Oliveira é Gerente de Marketing da Uniube. Ele é uma unanimidade quando se pensa em uma pessoa muito querida. Competência é outro atributo direcionado ao Júlio por todas as pessoas que com ele convivem profissionalmente. Uma pessoa carismática e competente só podia ser simpatizante da causa animal. Júlio tem uma simpatia especial por elefantes, animal selvagem cujas características remetem a valores como lealdade, proteção, espiritualidade. Está se organizando para ir à Índia com o propósito de ter um contato mais direto e aprofundar o olhar e o conhecimento sobre esse grande e doce paquiderme. Por aqui, concilia seu tempo entre o trabalho, amigos e, especialmente seus pets, com os quais e pelos quais vive experiências únicas de amor e dedicação.

“O elefante ele traz consigo valores como lealdade, proteção, longevidade, boa sorte, espiritualidade e prosperidade…”

Marcos Moreno– Júlio, todo mundo que conhece você sabe de sua paixão por animais. De 20 anos para trás essa convivência era bem diferente. Você viveu a experiência de “cachorro lá fora”?
Júlio Oliveira– Com certeza, meus pais eram super reticentes em ter animal em casa quando eu era menor, até que em uma certa idade tive o meu primeiro cachorro, mas quando se é mais novo, você não cuida dele de fato. Vc apenas brinca e se diverte, ele viveu intensos 13 anos com família e até hoje é lembrado em conversas.

Marcos-Que bichos foram especiais em sua vida. Algum mais que outros?
Júlio– Todo animal que passa pela minha vida tem algum significado, cada um tem uma história, um carinho e uma lembrança específica, então acaba que todos são especiais de alguma forma.

Marcos– Sem dúvida o atual comportamento humano em relação aos animais é absolutamente complexo. Você enxerga alguma coisa que tenha especialmente “virado a chave”?
Júlio– Vivemos uma época doentia, em que ansiedade e a fome de smartphones consome o ser humano pouco a pouco, animais hoje são sinônimos de terapia, acabam sendo um refúgio dessa loucura que se tornou o nosso dia a dia.

Marcos– Você acompanha os movimentos mundiais das ONGs em favor de criações de animais para abates com maior dignidade? Acha que isso é possível?
Júlio– Eu tenho pensado bastante sobre essa questão e inclusive me questionado sobre o consumo de carne justamente por essa ótica, mas acredito que já é um começo as pessoas se preocuparem de alguma forma com o tratamento desse animal, o ideal seria não consumir, mas é algo tão complexo que impacta tanto que é preciso muita discussão e sabedoria.

Marcos– Você trabalha em uma empresa do segmento de educação de nível superior, a UNIUBE, que mantem cursos variados e inclusive de Medicina Veterinária. Percebe-se que hoje existe uma procura bem maior por esse curso superior. Dá para traçar um parâmetro desse crescimento nos últimos anos?
Júlio– Nosso curso de Medicina Veterinária é um dos mais procurados em todos os Vestibulares, temos o HVU – Hospital Veterinário da Uniube que hoje é referência na região. Houve um crescimento, mas sempre foi um curso muito procurado, e hoje temos além de pequenos animais, os grandes animais e silvestres que são também o foco da formação do nosso curso.

Marcos- Você recentemente perdeu uma cachorrinha. Essa é uma experiência dolorosa. Dá pra falar um pouco sobre isso?
Júlio- Sim. Perder um cãozinho é como perder alguém da família, é dolorido, é revoltante, os primeiros dias foram muito difíceis, a gente se apega e cria um sentimento único. Tentei transformar toda essa dor em gratidão por ter vivido com ela durante esse tempo, lembrar dos bons momentos e saber que fiz tudo que estava ao meu alcance pra ela ter uma boa vida junto a mim. Mas sempre vejo fotos e dá aquele apertinho no peito, acho que isso não muda.

Marcos- Também é claro para quem te conhece sua paixão por elefantes. Por acaso eu também tenho essa paixão. O que te fascina exatamente nesses grandes animais?
Júlio- Desde pequeno adorava elefantes, são animais grandes, que também simbolizam o mundo selvagem. Mas a minha ligação com elefantes ficou um pouco mais intensa, quando comecei a conhecê-los melhor, e estudar de fato o arquétipo desse animal. Para quem não sabe, arquétipo é um conceito da psicologia utilizado para representar padrões de comportamento associados a um personagem ou papel social. O elefante ele traz consigo valores como lealdade, proteção, longevidade, boa sorte, espiritualidade e prosperidade e é um ótimo arquétipo para pessoas ansiosas, pois seus passos lentos fazem com que possamos desacelerar nossa rotina.

Marcos– Já passou pela sua cabeça de alguma maneira viver perto deles, dos elefantes, como fazem aquelas pessoas que se dedicam a cuidar desses animais na África?
Júlio- Estou me organizando para conhecer a Índia e o principal motivo é justamente os elefantes e todas as visões e respeito que aquela região tem sobre esse animal. Como ainda estou em organização, participo da ONG – Santuário de Elefantes do Brasil, uma organização da sociedade civil, sem fins lucrativos, que resgata elefantes cativos em situação de risco e oferece a eles o espaço, as condições e os cuidados necessários para que possam se recuperar física e emocionalmente dos anos passados em cativeiro. Dentro de nossas atividades estão a busca pela preservação das espécies, o resgate e a reabilitação de elefantes, a defesa, preservação e conservação do meio ambiente, promoção do desenvolvimento sustentável, educação ambiental, voluntariado, estudos e pesquisas técnicas e científicas e projetos culturais.

Marcos– Que animal você considera o pior dos predadores?
Júlio– Apesar de saber quer existe uma lei na selva e instinto por sobrevivência, eu ainda me assusto com os leões atacando suas presas.

Marcos– Você poderia deixar uma mensagem para os seguidores do blog?
Júlio– Moreno, eu acompanho seu trabalho e acho fantástico a forma com que você fala sobre o assunto e a importância de sempre trazer a tona assuntos referentes a isso. O meu recado é para as pessoas se apegarem mais aos animais, eles são fontes de energia, amor e carinho. Pessoas que tem ligação ou animais em casa são muito mais felizes. Costumo dizer um ditado que prefiro um sofá cheio de pelo do que um coração amargurado. Obrigado pelo convite.

Gilda Cardoso de Oliveira, Thaise de Oliveira Assis, Jurandir César Beraldi

Mais Dog Menos Lixo

Thaise de Oliveira Assis

Servidora pública formada em enfermagem, Thaise de Oliveira Assis sempre teve um olhar legítimo para as questões que envolvem a causa animal. Na busca por socorro, resgate, lar e outros cuidados com os animais não mediu esforços e assim se viu envolvida em várias frentes de trabalho voluntário nesse segmento. Sua mãe, Gilda, técnica em enfermagem, também é servidora pública. Gilda sempre se incomodou com o descarte de lixo, seu destino e as consequências desse contexto. Conheceram Jurandir, simpatizante de ambas as causas e todos começaram a pensar em alguma forma de unir o útil ao super útil. Com vistas ao agradável, no caso o Meio Ambiente mais limpo, animais cuidados e trabalho pra muita gente. Assim criaram o projeto Mais Dog – Menos Lixo. Trata-se de um projeto novo que consiste em arrecadar reciclados, podendo com isso conseguir e reverter os recursos adquiridos para a castração de cães comunitários ou resgatados. Um trabalho difícil, ainda com resultados não tão expressivos se pensarmos quantitativamente, mas que pode e pretende crescer e se tornar mais abrangente. O blog procurou ouvir os idealizadores do projeto para tentar entender um pouco mais dessa iniciativa.

“Esse Projeto está com a documentação em andamento para se tornar uma ONG e com certeza fará toda a diferença em relação ao meio ambiente, a causa animal, a economia e o desemprego”

Marcos Moreno– Thaise, desde quando você tem esse olhar de empatia pelos animais?
Thaise- Cresci em meio aos animais, mesmo morando no centro de São Paulo. Meus pais sempre nos proporcionaram contato com vários bichos. Na minha casa existia cachorro, coelho, jabuti, pássaros, aquários entre outros diversos animais. Mas sempre tive uma empatia maior com os cachorros. Após algum tempo morando em Uberaba, tive o prazer de conhecer a Alessandra Piagem “do Abrigo dos anjos”, hoje vereadora, mas naquela época me envolvi em diversos eventos que faziam para arrecadação de dinheiro para manutenção da ONG. Desde então, meu envolvimento com resgastes e outras formas de ajuda aos animais de rua só tem aumentado. Eu acredito que cada pessoa tem uma missão, uma dedicação e com certeza os animais são a minha! O sentimento de conseguir ajudar um serzinho de luz desses, não tem preço para mim.

Marcos– Gilda, o que mais a levou a realizar esse projeto?
Gilda– Em primeiro lugar o incômodo enorme de ver todos os tipos de resíduos depositados para coleta no município de Uberaba, sem qualquer critério, sem nenhuma preocupação com o meio ambiente, sem nenhuma preocupação com os gastos gerados para recolher e enterrar todo o lixo produzido diariamente, que hoje gira em torno de 350 toneladas. Juntando a grande preocupação com a quantidade de animais abandonados pelas ruas da cidade, sem nenhum tipo de programa de castração ou assistência fornecidos pela administração pública do município.

Gilda Cardoso de Oliveira

Marcos- Jurandir, antes de iniciar esse projeto, no dia-a-dia o descarte de lixo chegava a te incomodar?
Jurandir- Muito, a falta de consciência ambiental da população de Uberaba é aterrorizante. Estamos em contato com pessoas de todas as classes sociais e todas elas têm dificuldade em separar os resíduos, o que é lixo , material orgânico e o que pode ser reciclado. Incrível que em pleno século XXI, com tanto acesso a informação as pessoas ainda “jogam tudo fora”.

Marcos– Thaise, você é enfermeira e está cursando medicina veterinária. Qual foi sua primeira escolha?
Thaise- A minha primeira escolha sempre foi veterinária, porém ainda era um curso de difícil acesso, mensalidades altas e período integral que não me permitia trabalhar. Consegui fazer Enfermagem através de bolsa integral e tenho muito orgulho da minha profissão e dos profissionais da área que conheço, porém, infelizmente é uma profissão extremamente desvalorizada e sem o reconhecimento merecido. Optei por iniciar outro curso por esses motivos e por também entender que quero seguir o caminho dos animais. Hoje as mensalidades estão mais acessíveis e existe o curso no período noturno, possibilitando a conciliação com minhas outras atividades. Espero me formar e conseguir ajudar mais animais com a minha profissão, sem desvalorizar os demais profissionais da medicina veterinária.

Marcos– Gilda, você se inspirou em algum trabalho que você já conhecia para pensar na realização desse projeto?
Gilda– Não, apesar de conhecer projetos que recolhem tampinhas plásticas e lacres de alumínio como forma de renda para alguns tipos de causas, a minha preocupação com o meio ambiente era que eu não enxergava esses atos visando 100 % o meio ambiente. Na concepção do Mais Dog- Menos Lixo pensei não somente em arrecadar dinheiro mas também recolher tudo que pode ser reciclado, evitando assim o aumento do volume do aterro sanitário, a poluição do meio ambiente, do efeito estufa e a economia na quantidade de lixo que a prefeitura paga para enterrar diariamente, nas castrações realizadas pagas integralmente pelo projeto e ainda aumentar e melhorar as condições de trabalho das 54 famílias da COOPERU que tiram seu sustento dos reciclados.

Marcos- Jurandir, como é a rotina da sua atividade no projeto?
Jurandir-Minha rotina é coletar os materiais, ajudar a separar, tudo dentro da nossa disponibilidade de horários. Faço o trabalho de divulgação e ajudo na parte financeira com os gastos do projeto, dividimos as despesas com panfletos, brindes e a locação do depósito.

Jurandir César Beraldi

Marcos– Thaise, você pode quantificar quantos animais já foram beneficiados com por esse projeto?
Thaise– O projeto existe há sete meses e até a metade do mês de Setembro castramos 33 animais, todos com dinheiro 100% arrecadado de reciclados, de materiais que estavam indo direto para o aterro sanitário! No início conseguíamos castrar dois cães ou gatos por mês, atualmente a média tem sido de dois animais por semana.

Marcos– Gilda, você percebe que as pessoas, de um modo geral, se preocupam com o descarte de lixo e entendem essa proposta?
Gilda- No município de Uberaba, não há coleta seletiva, não há trabalho de conscientização da população em relação a isso. Pouco se sabe sobre reciclagem, muito menos se preocupam com o grande impacto que o descarte incorreto de resíduos causam ao meio ambiente.

Marcos- Jurandir, o que descartamos mais erroneamente no nosso dia-a-dia?
Jurandir– Vidros, 99% da população de Uberaba não sabe que vidro pode ser reciclado.

Marcos– Thaise, você tem parceria com alguma clínica ou veterinária? Pergunto porque os custos com animais não são baixos.
Thaise- Sim, existem alguns profissionais na cidade que entendem e auxiliam muito os protetores. Atualmente o Veterinário José Carlos, parceiro do nosso projeto é quem tem mais ajudado nos casos de animais de resgate ou/e comunitários. Mas sempre contei com muita ajuda financeira de familiares e amigos. E agora usamos 100 % da verba conseguida com a venda dos reciclados. Quando a intenção é boa tudo se ajeita e “dá certo”!

Marcos- Gilda, se esse projeto estivesse inserido no trabalho de uma ONG, que vantagens poderia ter?
Gilda- Esse Projeto está com a documentação em andamento para se tornar uma ONG e com certeza fará toda a diferença em relação ao meio ambiente, a causa animal, a economia e o desemprego. Um único movimento que gera uma corrente de benefícios enorme. E, gostaria muito que os protetores individuais e ONGS se juntassem a nós em prol do bem comum. São coisas tão importantes para o planeta que não vejo razão para egos inflados ou uma certa concorrência. Precisamos unir forças sempre!

Marcos– Jurandir, já aconteceu de acharem alguma coisa de muito valor descartada por descuido?
Jurandir– De muito valor não, mas encontramos inúmeros materiais que poderiam ser reaproveitados, como por exemplo livros, vasos, brinquedos, panelas de alumínio e outros tipos de vasilhames.

Marcos- Thaise, dá pra ter uma noção do quanto uma castração pode evitar na multiplicação de cães de rua, por exemplo?
Thaise– O cenário dos cães em situação de rua em Uberaba é extremamente precário, recebemos muitos pedidos de ajuda de cadelas que entram no cio e passam por situações deploráveis com os machos buscando cruza, gerando briga entre eles e consequentemente machucados. Essa fêmea se não for castrada irá parir nas ruas, os filhotes não conseguirão lares e acabam entrando no mesmo ciclo. Existe uma estimativa de que um casal de cães gera em média 12 filhotes ao ano, gerando em 10 anos o total médio de 80 mil animais.
Fonte: http://www.celebridadeviralata.com.br/blog

Marcos– Gilda, qual é a porcentagem de lixo que se recicla em Uberaba? E no Brasil?
Gilda– No município de Uberaba recicla-se algo em torno de 5 % dos resíduos produzidos. No País não é diferente, fica também em torno dessa porcentagem. É um absurdo quando comprovamos que a administração pública de um modo geral, paga pra enterrar produtos que podem gerar renda que poderia ser usada para diversos fins.

Marcos– Quantas famílias se sustentam pelo trabalho com reciclagem de lixo em Uberaba?
Gilda– São 54 famílias na Cooperativa local, mais inúmeros catadores independentes que rodam à cidade fazendo o serviço que deveria ser obrigação da administração pública, lembrando que nenhuma dessas pessoas recebe qualquer tipo de auxílio da administração pública.

Marcos– Thaise, Gilda e Jurandir, a separação de lixo pra reciclagem, o projeto de castração de animais domésticos e outros nesse sentido, são trabalhos que não é pra serem pensados agora. Já deveriam existir. Vocês acreditam que há ainda uma chance para esse planeta?
Gilda– Sim, a reciclagem como prevenção do meio ambiente e ao mesmo tempo uma forma de gerar renda e empregos para à população, somando a isso, a castração de animais domésticos como preocupação de saúde pública na prevenção de zoonoses. Tudo isso já deveria fazer parte há anos de todas as esferas da administração, seja ela pública ou privada. Acredito sim, que ainda dá tempo de fazer girar esse círculo de coisas boas e a melhor forma será com um trabalho efetivo de educação e conscientização principalmente das crianças.

Thaise– Verdade, já devíamos estar discutindo esses assuntos há mais tempo. O Brasil especificamente está mais atrasado ainda nesse sentido. Mas acredito que estamos progredindo de maneira rápida de alguns anos para cá. A cobrança dos consumidores está aumentando e as industrias têm se adaptado a essa nova demanda. Acredito que ainda há chance sim, devemos focar nas novas gerações, a educação ambiental é necessária desde a base.

Jurandir– Apesar de toda mobilização, propagandas e divulgação para que se cuide do meio ambiente, por ser cultural no país o descarte incorreto de resíduos, temos muito a caminhar.

José Carlos de Oliveira Silva

Vet Viajante

Formado na Universidade Federal do Mato Grosso, em 2016, o médico veterinário José Carlos de Oliveira Silva participa de um projeto muito interessante sobre o qual nos fala nessa entrevista: o “Vet Viajante”. Ele é pós-graduado em clínica médica e cirúrgica de pequenos animais e gosta de estudar e fazer cirurgias. Sua disponibilidade em ajudar os animais tem sido tema de conversas entre protetores independentes que tiveram assistência dele para animais resgatados e em seus próprios pets. Logo no início da carreira ele se aventurou em viagens quando experiências de vida e trabalho foram tão fundamentais na formação do seu ideal. Ainda muito jovem, tem uma consciência extremamente importante e um pensamento próprio sobre o que realmente um humano pode fazer por um animal.

Marcos Moreno: Você é muito jovem e parece que já carrega uma notável experiência. Isso vem do seu projeto de vida que originou o “Vet Viajante”?
José Carlos de Oliveira Silva- Na verdade isso vem do incentivo que tive no início da minha carreira trabalhando em uma ONG (APAMS), lá pude perceber o quanto é importante ajudar animais errantes e a grande quantidade de animais que precisam de ajuda.

Marcos- De onde veio a vontade de seguir essa profissão?
José Carlos– Desde criança sou muito apegado aos animais, minha família sempre gostou muito e incentivava a convivência com eles. Fiz curso técnico em agricultura e zootecnia de 2010 a 2012, e aumentou o interesse em trabalhar com animais. Concluindo o Ensino Médio decidi por fazer medicina veterinária.

Marcos- No início do seu trabalho, ajudou muitas ONGs em várias cidades. Como funcionava esse trabalho?
José Carlos– Trabalhei inicialmente como funcionário de uma ONG e nela tive a oportunidade de fazer cursos que agregaram muito na parte de liderança, trabalho em equipe, especialização em clínica médica e cirurgia, e produção de trabalhos estatísticos visando focar o trabalho nas principais dificuldades a serem solucionadas. Após dois anos e meio comecei a levar esse conhecimento a lugares que estavam iniciando o trabalho com animais errantes e tive a oportunidade de colocar em prática e aprimorar em diferentes lugares toda bagagem adquirida nessa fase inicial.

Marcos-Que lugar foi mais marcante para você em relação a esse trabalho com ONGs?
José Carlos- Sinop foi a cidade que me formei e tive a oportunidade de trabalhar na APAMS (Associação Protetora dos Animais do Município de Sinop). A APAMS foi um grande marco na minha carreira porque lá foi onde tive a virada de chave que me mostrou o quanto é importante e necessário ajudar os animais. Foi também o lugar onde passei por diferentes estágios de evolução relacionado a como administrar e organizar o trabalho em equipe em prol desses animais.

Marcos– Por que não se manteve trabalhando nessa ONG?
José Carlos– Com o passar do tempo pude perceber que tinha a oportunidade de ajudar um número maior de animais se levasse esse conhecimento adquirido para lugares que ainda não tinham suporte na causa animal. O meu objetivo passou a ser, digamos assim, expandir essa ajuda para animais em várias cidades por todo o Brasil.

Marcos– Você conheceu outros projetos e ONGs interessantes pelo Brasil?
José Carlos- Sim! Consegui participar da formação de outra ONG do zero, consolidar uma base que poderia permanecer em atividade após minha partida. Tive também a oportunidade de visitar e ajudar de alguma forma várias ONGs no litoral do Brasil, iniciando no Rio de Janeiro e viajando até Camaçari na Bahia.

Marcos- Sendo de Uberaba, por que a escolha por Brasília para sua especialização?
José Carlos – Ir para Brasília foi um convite do meu professor da matéria de cirurgia, porque lá eu teria a oportunidade de acompanhar o Richard Filgueiras (presidente do Colégio Brasileiro de Cirurgia Veterinária). Por esse motivo decidi ir para Brasília, para acompanhar um dos principais nomes da medicina veterinária na área de cirurgia no Brasil e no mundo.

Marcos- Como você realiza o seu trabalho em Uberaba? Tem uma clínica?
José Carlos– Presto meus serviços veterinários em diferentes clínicas em Uberaba no momento, tenho meu número comercial também onde os clientes que entram em contato encaminho para a clínica mais perto do seu domicílio em casos cirúrgicos e faço atendimentos em domicílio. Participo também do Projeto Vet Viajante. Com o projeto arcarmos com o custo do atendimento e castração de animais que vivem nas ruas.

Marcos- Que serviço voluntário pode prestar um médico-veterinário?
José Carlos- Perante o conselho de medicina veterinária não podemos realizar atendimentos e prestação de serviços que são de exclusiva realização do médico-veterinário sem cobrar os custos do serviço. Dessa forma os animais que são ajudados com o projeto ou de livre decisão minha, os custos são passados para o Projeto Vet Viajante.

Marcos- No seu dia a dia nesse trabalho você consegue distinguir muito bem quem “ajuda” um animal de quem “acha que ajuda”. Qual é a diferença?
José Carlos- Ajudar o animal está ligado diretamente em fazer tudo que o animal precisa para sua reabilitação e adoção, dessa forma uma ajuda é realizada quando a pessoa resgata, castra, vacina, vermífuga e deixa o animal apto para adoção.
O que mais vemos, infelizmente, são pessoas que resgatam o animal que foi atropelado ou vive na rua e, simplesmente, quer deixá-lo em um local que possa recebê-lo e posteriormente tomar os cuidados necessários para a reabilitação do mesmo, isso não podemos classificar como ajuda, pois é apenas uma transferência de responsabilidade com aquele animal. Quem realmente ajuda toma todas as medidas necessárias para que aquele animal esteja saudável, imunizado e com qualidade de vida para ser adotado ou encaminhado para um lar temporário.

Marcos-Pode deixar uma mensagem para os seguidores do blog?
José Carlos- Acredito que se todos ajudassem um pouco mais na causa animal, poderíamos um dia solucionar o que hoje é visto como um problema de saúde pública. E essa ajuda pode vir de diferentes formas, conscientizando nossas crianças sobre a importância de cuidar e amar os animais, abrindo portas para que quem tenha interesse de trabalhar na causa animal obtenha mais suporte, cobrando políticas públicas para melhor elaboração de trabalhos voltados a animais carentes, contribuindo de alguma forma para o cuidado daqueles animais que precisam, ajudando um conhecido com os cuidados mínimos que deve se ter com seus animais e assim por diante.

Alcy Pereira Júnior

Sobre amor e dedicação

Bacharel em Direito, Educador Físico, diplomado pela Escola Superior de Guerra ADESG, jornalista e produtor de vídeo com direção técnica em transmissões ao vivo e streaming, Alcy Pereira Júnior, além de muito conhecido pela excelência do trabalho também o é pela perseverança na atividade esportiva à qual se dedica com paixão: a corrida de rua. Leva tão a sério que é o presidente da ACRU- Associação dos Corredores de Rua de Uberaba.
Já participou de inúmeros eventos de corridas, sendo os mais relevantes: 15 Corridas de São Silvestre, 06 maratonas incluindo as maratonas internacionais do Rio de Janeiro, e uma infinidade de outras. Há dois anos e meio Luke, um shitzu, entrou na sua vida para também ganhar tanta dedicação e amor. É sobre essa relação com seu pet que ele falou para o Moreno Pet Blog.

“Os animais são nossos companheiros desde o começo dos tempos.
E tentar buscar dar o melhor pra eles, é ser servo de Deus”

Marcos Moreno- Muitas pessoas que te conhecem e muitas outras que não devem te conhecer vêm você passeado com seu cãozinho todos os dias. Que é ele e desde quando está com você?
Alcy Pereira Júnior- Meu garotinho pet é um shitzu, se chama Luke e esta comigo a 2anos meio.

Marcos- Antes dele, você teve outros?
Júnior- Sempre tive cachorro, mas já tinha vários anos que eu não tinha, visto que a perda de nosso amigão, sempre é muito dolorosa. Decidi então não ter mais… Mas o destino e a vida sempre são perfeitos e pontuais.. Minha mãe já idosa, queria ter novamente outro cachorro, eu refugava em deixar ela arrumar um pet… Mas o destino foi mais forte e ela ganhou sem eu saber esse meu anjo, que foi amor a primeira vista, ele me escolheu e eu aceitei, ai começou uma nova historia de amor, cheia de muita alegria e a vida aqui em casa se renovou.

Marcos-Você já teve outro pet que nãos fosse cachorro?
Júnior– eu já criei peixes de aquário.

Marcos- Você acredita que animais têm alma? Por quê?
Júnior- Claro que tem…claro que numa escala evolutiva diferente do humano. Mas eles tem espírito sim, e evoluem também como nós.
Muito simples, é só você olhar para eles, sentir que tem uma missão deles para conosco, e a nossa para eles, sentir o amor que emana deles para nós, seria impossível esses seres não terem espirito.
E vou além, durante nossa vida, eles podem voltar para nós varias vezes, por mérito nosso e deles, para nos ajudar em nossa caminhada terrena. São anjos que vem para nós.

Marcos- Que características muito particulares você poderia citar do seu cachorro?
Júnior– Esse moço, o Luke, ele é diferente, eu sinto isso. Ele tem uma luz própria que ilumina as pessoas, ele é super amigo de todas as pessoas, e de todos os outros animais, é pura paz, serenidade.

Marcos- Na sua opinião e pela sua vivência, você acredita que os pets podem ajudar na saúde e na questão emocional das pessoas?
Júnior-Com certeza na saúde emocional e na saúde física tb. Emocionalmente pela companhia que ele nos oferecem, distraindo as pessoas, nos fazendo dar risadas, enfim, uma infinidade de benefícios.
Na saúde física, ele acaba levando as pessoas a andarem mais com eles, tendo uma atividade diária, e também nos ajudando a aumentar nossa imunidade, justamente pelo trato que temos que dar pra eles, onde nos expomos ao contato com bactérias e fungos que acaba por nos trazer mais resistência e imunidade.

Marcos- O comportamento humano em relação aos animais tem mudado na sua opinião?
Júnior- Mudou muito, ou seja evoluiu. O homem percebeu que precisamos deles pra seguir em frente. Mas tb acho que cachorro é cachorro, e temos que deixar ele ser o que é. Ele fica muito mais feliz assim

Marcos- Como você vê a situação dos animais errantes (de rua) na nossa cidade?
Júnior– Eu percebo que diminuiu muito, visto que temos pessoas de bom coração trabalhando nesse sentido, mais ainda vejo esses irmãozinhos errantes por ai, acredito que se são errantes, um humano negligenciou sua existência…

Marcos- Na natureza, com qual animal você mais se identifica?
Júnior- O cachorro, sem a menor dúvida.

Marcos- Você pode deixar uma mensagem para os seguidores do bolg?
Júnior- Temos que nos envolver na causa animal, mesmo que não tenhamos animais.
Os animais são nossos companheiros desde o começo dos tempos.
E tentar buscar dar o melhor pra eles, é ser servo de Deus.

Cláudio Yudi

Perseverança e vontade!

No mês de abril desse ano foi realizado um mutirão para castração de cães e gatos em Uberaba, cidade de origem do blog. Foram alguns dias de trabalho intenso que contabilizou um resultado expressivo. Os trabalhos aconteceram em espaço cedido pelo Hospital Veterinário de Uberaba, que foi parceiro do evento que teve iniciativa da vereadora Denise Max com verba cedida do deputado federal Fred Costa. Outro evento com a mesma finalidade deve acontecer no início de agosto. São conquistas importantes para as pessoas de toda e qualquer área que preocupam, cuidam e trabalham pela causa animal, visto que essa é a única maneira de se fazer um controle real da população de animais. Se são conquistas de pessoas, que dirá dos próprios animais? Serão menos animais sofrendo tortura, fome, frio, etc. Iniciativas e parcerias importantes. Pairam ainda algumas dúvidas e mitos sobre castração de cães e gatos. E por estarmos vivenciando esses eventos de “mutirão” de castração, fomos mais uma vez procurar o médico veterinário dr. Cláudio Yudi, gerente Clínico do Hospital Veterinário da Uniube para importantes esclarecimentos em relação à castração de cães e gatos.

“É muito importante a perseverança e vontade do todos envolvidos, visto que os animais são membros da família e tem importância fundamental para a saúde pública.”

Marcos Moreno– Quando deve ser feita ou a partir de quando é recomendável a castração de cães e gatos?
Dr. Cláudio Yudi- Os animais podem ser castrados a partir de 6 meses de idade, porém a avaliação clínica dos animais pelo médico veterinário é muito importante para avaliar se o paciente está apto a cirurgia.

Marcos- Como é feita a castração?
Dr. Cláudio- Utiliza-se um método cirúrgico em que é retirada parte dos órgãos reprodutores de machos e fêmeas. O método é muito seguro sendo realizado a anestesia e a analgesia, portanto indolor. Os animais recuperam no mesmo dia, podendo ser realizados os curativos e medicações em domicílio.

Marcos– Em quanto tempo é realizada a cirurgia?
Dr. Cláudio- É extremamente rápida. O tempo é de 15 a 30 minutos, dependendo do tamanho e peso, principalmente de cadelas.

Marcos- O processo de castração exige exames prévios? Quais? Em que condições não se pode castrar?
Dr. Cláudio– É muito importante a avaliação clínica e exames prévios, como o hemograma. Animais muito magros, apresentando sinais clínicos de doenças, e acima de 8 anos, é recomendada uma avaliação completa, composta de exames de imagem e exames bioquímicos.

Marcos- Quais os benefícios da castração do ponto de vista científico?
Dr. Cláudio- A castração tem a vantagem científica de interromper o ciclo reprodutivo das fêmeas, evitando as crias indesejáveis. Nos machos há diminuição do comportamento sexual, que é a procura de fêmeas no cio, latidos e uivos quando estão presos próximos as cadelas no cio. Sobre a prevenção de câncer da mama nas fêmeas, ainda é um assunto discutido pelos pesquisadores, mas não há um consenso sobre vantagens e desvantagens da diminuição do câncer de mamas em cadelas castradas. Porém, ainda indicamos a castração devido o problema de saúde pública no Brasil, um desafio para muitas décadas de trabalho.

Marcos- Normalmente, como é o pós operatório para cães e para gatos? Há algum cuidado especial que o tutor deve ter?
Dr. Cláudio- Deve-se sempre proteger o local da cirurgia, colocando roupinhas ou o colar de proteção para que os animais não possam lamber os pontos, oferecer as medicações para dor e antibióticos conforme a prescrição veterinária. Espera-se que em 10 dias o animal esteja totalmente recuperado da cirurgia.

Marcos- No caso desses mutirões que acontecem eventualmente, como deve ser preparado o ambiente para a realização da cirurgia?
Dr. Cláudio- O local deve ser o mais estéril possível. O castramóvel é um bloco cirúrgico móvel e deve ter os mesmos cuidados de uma sala cirúrgica de um Hospital Veterinário. Há produtos específicos que matam vírus e bactérias, além de técnicas de limpeza que são utilizadas para minimizar ao máximo a contaminação dos animais.

Marcos- Que profissionais compõem uma equipe para esse tipo de cirurgia?
Dr. Cláudio- O médico-veterinário cirurgião e anestesistas são imprescindíveis. Também são necessários o auxiliar veterinário e o auxiliar administrativo.

Marcos- Existe uma crença de que o animal macho fica mais tranquilo depois de castrado. O que há de verdade nisso?
Dr. Cláudio– Os cães machos perdem o interesse pelas fêmeas após a castração devido a falta de hormônio, mas conservam o comportamento anterior, como a agressividade e medo. É necessário acompanhamento de profissional especializado se a agressividade estiver exacerbada quando se torna um problema para as famílias.

Marcos- Tem acontecido e agendado para acontecer na cidade de Uberaba, eventos de castração animal, especificamente de cães e gatos. O HVU é um parceiro? Qual é a parte do HVU?
Dr. Claudio- Estão previstos dois mutirões de castrações. O HVU é parceiro juntamente com ONGs que estão coordenando os eventos. Haverá equipes de outras cidades que utilizarão o espaço do HVU para os mutirões. Quaisquer informações entrar em contato no telefone 3319-8787.

Denise Max

Mutirão da Castração

Do dia 20 ao dia 26 de abril próximo passado, em espaço cedido pelo Hospital Veterinário de Uberaba, foi realizado um evento (o mutirão da castração) idealizado e conquistado pela vereadora Denise Max, que também dirige a ONG SUPRA, de proteção animal, e que possível graças à verba conseguida por Emenda Parlamentar assinada pelo deputado federal Fred Costa. O blog está registrando o evento com essa entrevista com a vereadora Denise Max. Naturalmente os desdobramentos positivos dessa ação vão surgir, como também críticas e avaliações do trabalho. O blog esteve conferindo e constatando todo o aspecto positivo que vai desde a iniciativa até o resultado final que é o número de animais castrados, o que é fundamental para o controle dessa população que cresce a cada dia, ocasionando transtornos para humanos e sofrimento para os animais. Muitas ações são necessárias para resolver, se é que é possível, essa questão. Se tudo ficar sempre no campo das ideias, o desastre não terá chance de ser amenizado.

Marcos Moreno– Quando foi planejado esse trabalho de castração que está acontecendo agora?
Denise Max- O planejamento começou a ser feito em meados de 2021. A SUPRA recebeu verba que veio da Emenda Parlamentar do deputado federal Fred Costa. Desde então o planejamento para o evento está sendo elaborado.

Marcos– Quando começou o cadastramento para atendimento e onde pode ser feito?
Denise– O cadastramento foi feito através de um link. Não houve tempo para divulgação, que foi feita pelas redes sociais, por mim mesma e por voluntárias da SUPRA. Um dia antes foi feita uma matéria pela TV Integração e no outro dia pela Band. Kelly Max, voluntária da SUPRA, especializada em licitação, organizou toda a documentação para realização do evento. Cadastros foram feitos pelas voluntárias da SUPRA- Tudo foi organizado pela SUPRA

Marcos– Onde e por quanto tempo foram realizadas as cirurgias?
Denise– As cirurgias foram realizadas em espaço cedido pelo HVU (Hospital Veterinário de Uberaba) do dia 20 ao dia 26 de abril. Era previsto 1250 cirurgias de castração, mas foram realizadas 1463.

Marcos– Quantos veterinários envolvidos?
Denise- Foram seis veterinários ao todo. Quatro deles trabalharam na carreta e dois em outro veículo. Entre eles voluntários da SUPRA e do HVU.

Marcos– Você contou naturalmente com parcerias. Quem foram os parceiros?
Denise- Sim, claro. Foram parceiros de vital importância para a realização do evento, o HVU (Hospital Veterinário de Uberaba) através do dr. Cláudio Yudi e toda a direção do Hospital, e o Ministério Público , através do promoter Carlos Valera, que garantiu o suporte necessário casa haja intercorrência no pós operatório, assumido pelo Hospital Veterinário.

Marcos- Como foi o processo em termos de agendamento, cirurgia e pós cirurgia?
Denise– Houveram intercorrências, como por exemplo, uma cadela que passou mal na noite anterior e foi atendida em uma emergência. A cadela não conseguia parir e já estava com a bolsa estourada. O dr. Alex -médico veterinário responsável pelas cirurgias- fez o atendimento com sucesso. Também muitas gatas com fetos mortos tiveram que ser atendidas. Houveram também os casos de pessoas chegarem com os animais com muitas horas de jejum e não podiam, por esse motivo, serem submetidas ao procedimento cirúrgico. As cirurgias então foram transferidas para o outro dia, o que acarretou acúmulo em alguns momentos. Quanto ao pós-cirúrgico, o Ministério Público garantiu amparo caso venha a surgir algum problema que será examinado pelo HVU.

Marcos- Porque não foram feitas as cirurgias nos castra-móveis de Uberaba?
Denise- eu já havia sugerido à PMU que deixasse a gestão dos castra-móveis para o HVU, por causa da expertise. Um castra móvel está equipado, o que foi conseguido junto ao promotor dr. Carlos Varela. Os outros dois não estão equipados. Não têm como funcionar. O que está parcialmente equipado, deve ser adequado pelo HVU, e deve começar a funcionar. Ainda não existe nenhum deles pronto para uso.

Marcos- Qual foi a técnica usada no processo de castração dos animais?
Denise- A técnica usada para castração foi minimamente invasiva, rápida e segura. Aqui em Uberaba não é usada essa técnica. Eu não tenho conhecimento. Se fôssemos fazer a tradicional não daria tempo. Seriam feitas no máximo 20 a 25 por dia. Com essa técnica foram feitas 240 em alguns dias.