Ansiedade canina, por Matheus Borges Zago

Ansiedade Canina
Alunos do
professor e médico veterinário Cláudio Yudi, do curso de Medicina Veterinária,
estão colaborando com o blog enviando matérias sobre saúde e comportamento
animal. A matéria “Ansiedade Canina” vem assinada por Matheus Borges Zago, que é
comportamentalista animal há cinco anos e atualmente também é graduando em
Medicina Veterinária.
A população de animais
no mundo cresce a cada dia, visto que, numa análise feita pela Pesquisa Nacional de Saúde (PNS
2013),foi constatada uma estimativa de 1,8 cães por domicílio, o que nos leva a
questionar: qual a qualidade de vida que esses animais apresentam?

A sociedade tem um estilo de vida caótico, e isso afeta
completamente no modo como os nossos animais vivem e interagem em nosso
convívio. A falta de tempo para interação e de enriquecimento ambiental são as
chaves para as neuroses mais conhecidas no mundo. Entre elas, a ansiedade de
separação é o centro das atenções no mundo animal.
Nesse desvio comportamental, o animal apresenta uma grande
dificuldade de ficar sozinho em qualquer local, especialmente no lar, por um
grande ou curto período de tempo, gerando algumas respostas indesejadas a esse
ambiente,como latidos em excesso, automutilações e destruição parcial de alguns
ambientes,de modo que auxilio animal a extravasar esse sentimento de medo
gerado pela falta de confiança no ambiente quando o tutor não está presente.
O tutor tem papel fundamental para a criação dessa ansiedade,
que, além dos excessos de mimos e utilização dos sistemas de recompensa na hora
indevida, deixam a desejar no enriquecimento ambiental, levando o cão a crer
que o ambiente é um lugar detestável, e, em muitas das vezes, assustador sem a
presença dos seres humanos.
Outro agravante que geralmente é feito e leva o animal a ter
uma ideia negativa do ambiente é que, sempre que os donos chegam ao local, os
animais são recebidos com muita festa e carinho e na saída se despedem de forma
triste e preocupada, ou seja, a chegada é muito boa e a saída é desagradável, o
que passa a ideia para o cão de que realmente algo de ruim possa acontecer.
Sendo assim, a escolha da raça é muito importante para
definir o grau de atividade que o animal apresenta, para assim se adaptar as
necessidades do cachorro. Aos donos de cães que já apresentam esse
comportamento, é recomendado que se faça um investimento em enriquecimento
ambiental (principalmente em brinquedos que o cão consiga brincar sozinho), e
caso não consiga melhoras,é necessário o auxílio de um especialista em
comportamento animal para que o animal tenha a qualidade combatível ao carinho
que tem pelo dono.

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