A selvageria humana

rinoceronte
Uberabense Hélio Cesar Monti (Eletrobas) assina este artigo que substitui o anterior no mesmo espaço do blog, enriquecendo de informação nosso seguidor, sobre o destino cada vez mais cruel dos animais do planeta. Moreno Pet Blog agradece a valiosa colaboração.
“Deixando de lado a violência de humanos contra humanos cada vez mais intensa, que cresce assustadoramente em todos os quadrantes do planeta e merece um artigo específico, é preciso falar do que determinados tipos, ditos humanos, fazem contra os animais chamados de irracionais. Na realidade, a irracionalidade é muito maior daqueles que fazem sofrer e dizimar criaturas inofensivas sem a menor chance de defesa. O direito à vida e ao bem-estar do homem e das outras espécies da natureza é um princípio que, em tese, todas as religiões e pessoas de bem defendem. Mas, na prática, está cada vez mais em desuso.
Vamos às estatísticas. A matança de rinocerontes atingiu proporções dramáticas nos últimos anos. Na África do Sul, por exemplo, foram 13 animais mortos em 2007. Esse número subiu para 333 em 2010 e, em 2012, 668 desta espécie monumental, foram assassinados. Em 2014, 1020 animais e, em 2015, 1338 rinocerontes perderam a vida precocemente em todo o continente africano. O número não para de crescer. O motivo: uma crendice popular do oriente, totalmente desprovida de fundamento científico, responsável pela disseminação da lenda de que o pó do chifre do rinoceronte é afrodisíaco. Por isso essa mercadoria é vendida a preços astronômicos. Suprema ignorância. Porque isso? Há anos já temos o Viagra e seus congêneres, a preços populares, para resolver o problema da flacidez masculina.

Os assassinos agem em bandos organizados e fortemente armados.Em geral contratam mateiros para rastrear o rinoceronte, depois o seguem até o fim da tarde e, em seguida, informam por rádio a localização do animal a algum atirador equipado com um rifle poderoso. Depois de abatido, os dois cornos sobre o focinho do rinoceronte são decepados em minutos, e a carcaça maciça é abandonada para as hienas e os abutres. Quase sempre os cornos são comprados por um receptador asiático. Um corno de 3,5 kg pode valer até 360 mil dólares no mercado asiático.

Com relação aos leões, um fato grotesco aconteceu em 2015. Um leão emblemático e querido no Zimbábue de nome Cecil tinha 13 anos de idade e era um dos leões mais famosos de toda a África. Desde a infância, ele era monitorado por pesquisadores da tradicional Universidade de Oxford, na Inglaterra. Turistas de várias partes do mundo iam até o Parque Nacional de Hwange, no Zimbábue, só para vê-lo de perto. Mas nem a fama, nem o fato de viver em uma área onde a caça é proibida, impediram que ele fosse morto. Em 2015 restos do leão Cecil foram encontrados por autoridades africanas. Segundo a investigação, três homens participaram da caçada: o dentista imbecil americano e dois guias locais. Os caçadores amarraram a carcaça de um animal na traseira de uma caminhonete para atrair Cecil para fora da área de proteção. Quando chegaram a uma fazenda, o dentista americano acertou Cecil com uma flecha de um tipo especial, usada por caçadores. O leão agonizou por horas, e, por fim, foi morto a tiros. Os caçadores arrancaram a pele do animal, cortaram a cabeça e levaram embora. Milhares de leões são mortos a cada ano.
Os elefantes africanos eram em número de um milhão de meio de animais em 1979, hoje não chegam a 500 mil. Estes são apenas exemplos de animais de grande porte. Mas o que se mata, se maltrata e se trafica de animais pelo mundo é uma grandeza. Bilhões são movimentados clandestinamente alimentando uma indústria torpe e desprezível. Em 1855, o cacique Seattle, da tribo Suquamish, do Estado de Washington, enviou uma carta ao presidente dos Estados Unidos. Entre outras coisas importantes ele dizia:“O grande chefe de Washington mandou dizer que quer comprar a nossa terra. Como pode-se comprar ou vender o céu, o calor da terra? … Vi milhares de bisões apodrecendo nas pradarias abandonados pelo homem branco que os abatia a tiros disparados do trem… O que é o homem sem os animais? Se todos os animais acabassem, os homens morreriam de solidão espiritual, porque tudo quanto acontece aos animais pode também afetar os homens. Tudo quanto fere a terra, fere também os filhos da terra. ”

Add a Comment

Your email address will not be published. Required fields are marked *