O destino de Lilica

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Lilica era uma cadela que vivia em um ferro velho de São Carlos (SP) e andava 2 km para levar alimento para outros animais. Na semana passa Lilica morreu após ser picada por uma cobra.
Neile, a dona de Lilica, achava que a cadela tinha fugido. Ela chegou a postar nas redes sociais sobre o desaparecimento. No domingo (19), o vizinho contou ao marido que a cadela estava morta e que ele havia enterrado o animal.
“Eu fui o último a vê-la, ela morreu aqui dentro, eu que a enterrei. Ia esperar um pouco para contar porque sei que a Neile ia sofrer muito, a Lilica era muito querida”, relatou o professor de tênis Fábio Borges Rosa Dourado.
Ele e a mulher, Aureliana Rosa Dourado, contaram que já tiveram outros cães que também morreram picados por cobras. “Geralmente dá vômito com sangramento. A gente tem até soro aqui. Quando vi a Lilica, apliquei soro na veia dela, ela até apresentou uma melhora, mas não resistiu”, contou.
Fama nacional
Lilica ganhou fama nacional após reportagem da EPTV veiculada em setembro de 2012. A solidariedade da cadela comoveu pessoas de todo o país.
Todas as noites, entre 20h e 21h, Lilica cumpria rigorosamente a sua missão. Mesmo que estivesse chovendo, o destino é casa da professora Lúcia Helena de Souza, que criava 13 cachorros e 30 gatos, todos recolhidos da rua. Depois de servir o jantar da turma, a professora preparava uma marmita para Lilica.
A cadela matava a fome, pegava a sacolinha com o alimento separado pela professora e seguia de volta ao ferro velho percorrendo dois quilômetros de caminhada na lateral de uma estrada bem movimentada.
Ao chegar em casa, Lilica dividia o alimento com os animais com quem divida espaço no ferro velho: um cão, um gato, um galo, uma galinha e até uma mula.
Para o veterinário Alexandre dos Santos, Lilica mantinha essa rotina porque tinha um instinto materno e de liderança entre os bichos. Um luto para quem ama animais.

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