À bordo do Titanic

São incontáveis as versões escritas e filmadas sobre a grande tragédia que foi o naufrágio do Titanic. Recentemente o a história foi mais uma vez contada através da super produção cinematográfica estrala por Leonardo de Caprio e Kate Winslet. Mas acredito que pouca gente se lembra que perguntar se havia animais no navio. Claro, havia sim. Morreram todos? O que aconteceu com eles?

vc-sabia1
Jenny, a gata oficial
O navio tinha sua própria gata oficial chamada Jenny, que era mantida a bordo do Titanic como mascote e também trabalhava para manter a população de ratos e camundongos. Transferida do navio irmão do Titanic, o Olympic, Jenny deu à luz na semana anterior da partida do Titanic de Southampton. Ela normalmente vivia na cozinha do navio, onde a equipe alimentava ela e seus gatinhos com sobras das cozinhas. A comissária de bordo Violet Jessop escreveu que a gata “colocou sua família perto de Jim, o garçom, cuja aprovação ela sempre procurava e este sempre lhe dava devoção calorosa”.

Animais de estimação
Um número de cães foram trazidos a bordo pelos passageiros como animais de estimação. A maioria era mantida em canis no convés do navio, embora alguns passageiros da Primeira Classe mantivessem os deles em suas cabines. – provavelmente sem o conhecimento da tripulação ou com vistas grossas, como não era de se esperar. O carpinteiro do navio, John Hutchison, era responsável pelo bem-estar dos cães. Os cães do canil eram exercitados diariamente no convés de popa por um comissário de bordo ou um dos mensageiros. Os detalhes de vários cães a bordo do ‘Titanic’ foram anotados e incluíam:
• Um King Charles Spaniel e um velho Airedale terrier, de propriedade de William Carter.
• Chow-Chow, a chow-chow de propriedade de Harry Anderson.
• Um buldogue francês campeão chamado Gamin de Pycombe, de propriedade de Robert Williams Daniel, que o tinha comprado na Inglaterra pelo alto preço de £150 (£13.393 em valores de 2015).
• Um cão de raça grande, possivelmente um dogue alemão, de propriedade de Ann Elizabeth Isham.
• Kitty, outro Airedale Terrier, de propriedade do milionário John Jacob Astor.
• Um lulu-da-pomerânia de propriedade de Margaret Bechstein Hays, que ela manteve (provavelmente clandestinamente) em sua cabine.
• Um cão de propriedade de Elizabeth Rothschild, também mantido em sua cabine.
• Um Pequinês chamado Sun Yat Sen, de propriedade de Henry Sleeper Harper e sua esposa Myra.
• Frou-Frou, um cão miniatura de propriedade de Helen Bishop. O cão foi autorizado a permanecer em sua cabine pois os mordomos o consideraram “muito bonito” para colocar entre os cães maiores nos canis.

Salvos pelo gongo
Provavelmente havia mais cães a bordo, mas seus detalhes (e proprietários) não sobreviveram. O passageiro Charles Moore de Washington, D.C. fez uma mudança de última hora em seus planos de transportar a bordo do Titanic 100 foxhounds ingleses, que ele pretendia usar para iniciar uma caça à raposa ao estilo inglês na área de Washington. Eles foram embarcados em outro navio.
Assim como os cães e gatos, havia um número de pássaros a bordo. Ella Holmes White de Nova Iorque trouxe quatro galos e galinhas, que provavelmente foram mantidos dentro ou perto dos canis no Convés F. Ela os importara da França com a intenção de melhorar seu estoque de aves domésticas em casa. Outra mulher disse ter trazido 30 galos a bordo e Elizabeth Ramel Nye trouxe seu canário amarelo. Dois cães e um canário desembarcaram com os passageiros que deixaram o navio em Cherbourg, primeiro porto de escala do Titanic depois de Southampton. Os animais viajavam com seus próprios bilhetes e até o canário que saiu do navio em Cherbourg teve que pagar a quantia de 25 centavos de dólar.

Ratos em profusão
Como qualquer outro navio da época, o Titanic tinha uma substancial população de ratos. Um deles foi visto correndo pela Sala de Jantar da Terceira Classe na noite do naufrágio, para o choque e a surpresa dos comensais. Algumas das mulheres que o viram irromperam em lágrimas, enquanto os homens tentaram sem sucesso capturar o rato.
Poucos dos animais do Titanic sobreviveram ao naufrágio do navio. Três dos cães foram levados a bordo dos botes salva-vidas por seus donos. O lulu-da-pomerânia de Hays escapou a salvo bote salva-vidas número 7 e viveu até 1919, enquanto Elizabeth Rothschild se recusou a embarcar no bote número 6 até que permitissem a entrada também de seu cão. Henry e Myra Harper trouxeram seu pequinês a bordo do bote número 3, mas Helen Bishop teve que abandonar Frou-Frou em sua cabine. O cão tentou impedi-la de sair segurando seu vestido com os dentes até que a costura rasgou. Posteriormente, Bishop falou de sua tristeza: “A perda de meu cãozinho me machuca muito. Eu nunca vou esquecer como ele segurou minhas roupas. Ele queria tanto me acompanhar”.
Nenhum dos outros animais sobreviveu. Em algum ponto durante o naufrágio, alguém decidiu libertar os cães dos canis, deixando um bando de cães nervosos subindo e descendo o convés inclinado quando o navio afundou. Diz-se que uma passageira se recusou a se separar de seu cachorro e optou por permanecer a bordo. Alguns dias depois do naufrágio, enquanto o SS Bremen passava por uma área repleta de detritos e corpos flutuando na água, os passageiros viram o corpo de uma mulher segurando firmemente um grande cão nos braços. O buldogue de Robert W. Daniel, Gamin de Pycombe, foi visto pela última vez na água nadando por sua vida depois que o navio afundou.

Add a Comment

Your email address will not be published. Required fields are marked *