Cães são ótimos protetores para famílias com crianças e até bebês


Relação dos animais com novos membros é positiva, mas necessita que os tutores introduzam o pet à nova rotina da casa

Os cães ocuparam um bom tempo da mídia nacional nos últimos dias. A notícia do ataque de cães da raça pitbull à escritora Roseana Murray, de 73 anos em São Gonçalo, no Rio de Jnaeiro gerou um grande impacto. Na última segunda-feira, um cachorro cão da raça Golden retriever, chamado Joca, de 5 anos de idade, foi entregue morto a seu tutor, por funcionários da companhia aérea Gol, que realizava o transporte do animal. O ministro dos Portos e Aeroportos, Silvio Costa Silva (Republicanos), anunciou que a pasta vai investigar junto com a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) a morte do cachorro.
Já no caso dos cães que atacaram a escritora, já circula comentários que os cães eram muito mal tratados e com violência. E, naturalmente, sem outros tipos de cuidado por parte do tutor, o que acabou gerando o incidente.
Mas é preciso lembrar que a rotina de se ter cães como animais de estimação não inclui fatos dessa natureza.

Quando nasce um bebê na família, muitos pais alimentam a angústia: “e agora, o que fazer com o cachorro?”. Algumas famílias decidem por adotá-lo, enquanto outros resolvem mudar completamente sua rotina. Cômodos onde o cão tinha passe livre para transitar passam a ser proibidos. Dormir no sofá e no quarto, nem pensar! Tudo para evitar que os caminhos dele e do bebê se cruzem.
“Claro que é um senso de proteção dos pais, para não dizer medo. Mas isso também gera um trauma para o cãozinho, que percebe que o tratamento foi alterado e que sua rotina já não é mais a mesma de antes”, alerta Simone Cordeiro, diretora-comercial de operadora de plano de saúde exclusivo para pets. “Além de fazer mal a uma relação que até então era positiva, os tutores estão perdendo uma grande chance de estabelecer um vínculo de amizade entre o pet e o bebê”, complementa.
E há estudos comportamentais que mostram uma tendência de aproximação e até de proteção do animal em relação ao bebê. Isso graças a um instinto canino chamado impulso de matilha. “O impulso de matilha é um senso próprio desses animais, que desenvolvem a proteção do seu grupo. Num ambiente doméstico, esse grupo é a família com quem ele convive. E uma das características é exatamente de proteger os membros considerados mais vulneráveis”, explica a diretora-comercial da Au!Happy.
Por outro lado, ela adverte que o afastamento e a mudança brusca de rotina do animal como forma de proteção da criança pode gerar traumas e até doses de ciúmes. “É possível que ele se sinta ameaçado se sentir que está sendo deixado de lado ou isolado. O ideal, portanto, é manter intocável sua importância para a família depois do nascimento do bebê. O mínimo que se puder intervir nos seus hábitos será o melhor a se fazer. Ele não tem motivos para atacar um bebê, mas esse é um movimento que deve ser realizado de forma gradativa”, orienta.

Cães imitam alegria dos humanos

Simone Cordeiro explica que os cães imitam os sentimentos humanos, inclusive a felicidade, o afeto e o silêncio diante de um bebê. “Há muitos casos de cães que evitam latir perto da criança para não acordá-la, por exemplo. Eles seguem o comportamento dos tutores e sabem que o bebê ou a criança são especiais, e procuram trata-las exatamente desta forma. Por isso, é um momento que eles devem compartilhar com o pet; não distanciá-lo disso”, conclui Simone.

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