Ricardo Gervasoni

Educacão (21)

Membro do Ministério Público do Estado de Minas Gerais há 28 anos, exercendo o cargo de Promotor de Justiça em Uberaba perante a 2ª Vara de Família e Sucessões de Uberaba (Fórum Melo Viana), Dr. Ricardo Gervasoni tem um cão da raça Samoeida, de origem russa, e outro da raça Shih-tzu. Na entrevista ao Moreno Pet Blog ele fala sobre essa convivência com os cães, animais que ele sempre gostou.

“Infligir a um animal sofrimento que beira à tortura e creditar isto à cultura é, para dizer o menos, surreal e inconcebível”

 

Marcos Moreno– Você sempre gostou de animais ou algum fato te despertou para isto?
Ricardo Gervasoni– Desde criança gosto de animais, especialmente cães. A paixão pelos caninos está assentada na lealdade, companheirismo e amor incondicional que eles têm pelos “donos”.

Marcos- Já teve algum especial?
Ricardo– Tive dois cães da raça Pastor Alemão na minha infância/adolescência. Se chamavam Duque e Diana, infelizmente os perdi com 5 e 7 anos de idade, respectivamente, mas afianço que marcaram muito a minha vida em sua breve passagem.

Marcos- Alguma especificidade da raça do seu cão. Ele é tão branco, tem que tomar banho todos os dias?
Ricardo– Atualmente tenho um Samoeida, raça de origem russa, cuja característica marcante é a pelagem espessa e densa (pelo e sub-pelo) na cor branca, o que evita o acúmulo de sujeira. Por isso, meu Samy toma apenas 04 a 06 banhos por ano e permanece branco apenas com escovação de dois em dois dias. Também sou proprietário de uma Shih-tzu, literalmente um cão de colo, por ser afetuoso, extrovertido e brincalhão.

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Marcos– Agora já existem leis que protegem os animais de maus-tratos, etc. Essas leis estão sendo cumpridas no país?
Ricardo– A legislação vigente ainda é muito branda ao punir os maus-tratos aos animais, tanto que existem projetos no Congresso Nacional visando a majoração das penalidades. Mesmo assim, a atual legislação vem sendo cumprida a contento, porém há muito a ser feito no sentido de proteger efetivamente os animais das atitudes e condutas do bicho homem, este sem dúvida um dos mais perigosos que habitam o planeta.

Marcos- Você acha possível, a partir de algum projeto público, acabar com a população de animais abandonados em centros urbanos?
Ricardo– Acredito que sim, mas, lamentavelmente, falta vontade política para que isto seja realizado. Aqui mesmo em Uberaba, salvante a SUPRA (entidade privada), verifica-se a quase ausência de diretriz pública no sentido de coibir ou ao menos minorar a situação dos animais abandonados. Relevante enfatizar também que falta consciência da população, situação que esbarra na questão cultural e de educação.

Marcos– Acredita em uma solução para os carroceiros?
Ricardo– A solução para os carroceiros não é difícil, mas passa pela atração do interesse político para tanto. Acredito que a aquisição de outro meio de transporte a preços subsidiados ou em condições favoráveis e justas para as pessoas que se utilizam deste meio de transporte levaria ao abandono da tração animal.

Marcos– E (acredita) no fim das até então consideradas manifestações culturais, touradas da Espanha ou as vaquejadas praticadas no nordeste brasileiro?
Ricardo– Sinceramente não atribuo nada de cultural a espetáculos degradantes como as touradas ou vaquejadas. Infligir a um animal sofrimento que beira à tortura e creditar isto à cultura é, para dizer o menos, surreal e inconcebível. Se no passado tais práticas tinham assentimento do meio social, hoje não é mais possível compactuarmos com isto. Abster-se de endossar este tipo de evento é sinônimo de evolução neste plano e amor aos animais.

Marcos- No universo de animais selvagens, qual o que mais te atrai?
Ricardo– O animal selvagem que mais me atrai é o tigre, pela sua beleza, porte e robustez.

Marcos– Que espécie de animais você jamais teria como pet, e por quê?
Ricardo– Apesar de enigmática, não teria uma cobra (venenosa ou não), me causa pavor e repugnância.

Marcos– Algum filme com ou sobre animais você poderia destacar como tendo gostado muito?
Ricardo– Marley e Eu.

Marcos– Uma mensagem para os humanos em relação aos animais.
Ricardo– Para os humanos trago à colação a mensagem/advertência de Chico Xavier:
“Nós, seres humanos, estamos na natureza para auxiliar o progresso dos animais, na mesma proporção que os anjos estão para nos auxiliar. Portanto quem chuta ou maltrata um animal é alguém que não aprendeu a amar”.

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