Eber Chaban

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Ele é uberabense, mas passou a maior parte da vida fora de Uberaba. De família super tradicional na cidade. Deixou a cidade, mas, como todo bom filho, à casa retornou. Formado em odontologia, não exerce a profissão porque se identifica mais com a atividade de professor de física. É pequeno empresário na área de educação e agora na área de cervejas artesanais. Tem uma história muito bacana com seu cachorro Dog, que o acompanha pra todo lado, mesmo depois do acidente que o deixou sem uma perna. Companheirismo e fidelidade.

 

“É muito bom saber que alguém gosta de você simplesmente por que gosta de você, é desinteressado, coisa rara hoje em dia”

 

Marcos Moreno– Você sempre gostou de animais ou algum fato te despertou para isto?

Eber Chaban– Na minha infância tive gatos, criava peixes tropicais e passava férias em uma fazenda, como não gostar de animais?

Marcos– Já teve algum especial ou todos são?
Eber- Meu cão atual, Dog, entrou na minha vida na maturidade, depois de um longo período em que só tive peixes, em uma época em que os filhos estão saindo de casa. Acho que ele preencheu uma lacuna, muito bem preenchida. Diga-se de passagem, não que ocupa o lugar de um filho, mas, é uma presença quando outros estão ausentes. Além do que, ele passou por um atropelamento onde perdeu uma das patas traseiras, acontecimento que perturba a gente mais do que gostaríamos de admitir. Adaptou-se perfeitamente bem ao papel de um animal “trípede” e hoje se vira tão bem quanto qualquer outro cão com todas as patas. É meu companheiro de caminhadas, guardião de nossa casa e em qualquer situação, aconteça o que acontecer é sempre uma demonstração de carinho quando se chega em casa. É muito bom saber que alguém gosta de você simplesmente por que gosta de você, é desinteressado, coisa rara hoje em dia. É muito especial para mim.

Marcos– A escolha dos nomes sempre passa pela criatividade. Como foi no seu caso?
Eber- Quando o adotamos foi uma briga entre os que sugeriam nomes, quase sempre grandiosos tipo Atila, Dragão, Leão etc. Como coube a mim a palavra final, optei pela simplicidade, Dog.

Marcos– Qual o limite que não deve ser ultrapassado? (para que não haja confusão entre bichos e gente?)
Eber– Cada qual em seu lugar, o Dog é o dono do quintal, mas, não entra em casa, ele foi adestrado assim e somos todos muito felizes com isso, cada um em seu lugar. Existem casos de animais que chegam a dormir na mesma cama com o dono, em minha opinião, coisas assim não fazem bem para ninguém, não é natural, além disso, existe o risco sempre presente das zoonoses por mais que se cuide de vacinação e profilaxia.

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Marcos– Você acha que os pets entendem o que falamos ou só entendem comandos?
Eber– O Dog foi adestrado para não atravessar ruas sozinho, ele espera que eu vá para ir junto, quando foi atropelado, foi por pura distração de minha parte, eu atravessei a rua sem conferir se ele vinha comigo e, aconteceu de ele estar distraído cheirando algo, quando me viu, atravessou correndo ao meu encontro e foi quando aconteceu. O adestramento é um condicionamento, não envolve compreensão do fato. O animal bem adestrado da a impressão de entender o que falamos com ele mas, isso não acontece. A entonação de voz, mais do que a palavra dita é o que determina seu comportamento. Se seu pet obedece a algum comando, experimente disser outra palavra com a mesma entonação de voz usada no comando. É quase certo que ele vai obedecer da mesma forma. Eles tem um cérebro capaz de muitas coisas, mas, raciocinar assim como fazemos, ou pelo menos alguns de nós, eles não fazem. Em compensação eles têm uma capacidade em sentir ou ver, não sei qual seria a palavra adequada, o nosso estado de espírito, se estamos tristes ou felizes, que eu acho espantosa.

Marcos– No universo de animais selvagens, qual o que mais te atrai?
Eber– É difícil dizer, até o mais simples deles às vezes nos surpreende. Alguns entretanto são fantásticos. Uma vez, quando morava no sul, fui a Lacuna e vi pescadores e golfinhos pescando juntos, fazendo um trabalho de equipe, é espantoso, desde então tenho uma profunda admiração pelos golfinhos.

Marcos– Que espécie de animais você jamais teria como pet e por quê?
Eber– Qualquer uma que seja selvagem eu jamais adotaria como pet, o lugar deles é livres na natureza.

Marcos– Você é contra certas culturas como touradas da Espanha ou as vaquejadas praticadas no nordeste brasileiro?
Eber– Em minha opinião trata-se de uma barbárie muito semelhante ao antigo circo romano. É um evento onde se dá vazão aos seus mais selvagens instintos, acho que seja incompatível com civilidade.

Marcos– Um filme com animal.
Eber- O encantador de cavalos

Marcos– Uma mensagem aos humanos em relação aos animais.
Eber– Todos somos partes de um mesmo planeta, evoluímos é certo, mas, não faz muito tempo éramos iguais. Eles não raciocinam como nós, mas, sentem dor, fome e frio do mesmo jeito que você.

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