Maria Cecília Santana Schroden

Jornalista, Cecília Schroden usou seu talento para falar de um cão, o Beethoven, um poodlle branco que com ela compartilho anos de vida e a fez enxergar o lado cor-de-rosa da vida. Ela escreveu um livro ao qual deu o título de “Cães- O lado cor-de-rosa da vida”. Nesse livro, a autora fala de tantas particularidades dos cachorros que muitos de nós já sabemos, claro, porque os amamos. Mas surpreende as pessoas com a narrativa de sentimentos e conhecimentos adquiridos muito mais que em pesquisas, coisas que apenas a vivência e a convivência com esses nossos fiéis amigos de 4 patas podem nos dar. Cecília atualmente trabalha com publicação de livros digitais e na empresa Companhia da Mídia. Uma de suas obras será publicada na Amazon.com. Adora dedicar seu tempo com o cão vira-lata Johnny e se sente realizada quando consegue arranjar um lar para um animalzinho abandonado.

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“Um cão deve agir e se comportar como um cão!”

 

Marcos Moreno– Você é autora do livro “Cães- o lado cor-de-rosa da vida”. O que te motivou a escrever foi seu cachorro Beethoven. O que seria o lado cor-de-rosa da vida?
Cecília Schroden– O lado cor de rosa da vida é quando você chega do trabalho e encontra seu amiguinho de 4 patas todo disposto a lhe dar carinho e atenção. É quando você só quer ficar abraçadinha (o) com ele. É quando você percebe o tanto que já aprendeu na companhia desses bichinhos. Enfim, é tudo que deixa a vida mais suave e cheia de amizade sincera e desprendida.

Marcos- Antes e depois de Beethoven. Teve ou tem outros cães? É o mesmo amor?
Cecília– Antes do Beethoven eu tive a fox paulistinha, Pituca. Tive também o casal de pinscher Mickey e Minnie. Um gato com nome de Kiko e uma Setter Irlandês com nome de Luna, que na verdade, pertencia a uma socialite uberabense. Mas nós a criamos! Tive uma experiência diferente e gratificante com cada um deles, mas com o Beethoven foi muito especial. Foi a primeira vez que não dividi a “maternidade” kkkkkk. Eu criei esse poodle sozinha. A responsabilidade era absolutamente minha. Hoje tenho o Johnny, um cão vira-lata de 5 anos de idade e muito sapeca. O amor vai ficando maior conforme a gente vai amadurecendo essa responsabilidade, essa entrega.

Marcos– Acredita que todo animal possa interagir com os seres humanos?
Cecília– Teoricamente sim! Desde que o homem não represente uma ameaça ao habitat de um urso, por exemplo. Do contrário, se for criado meios sustentáveis e legítimos de interação entre um homem e um urso, não vejo por que não tentar. Todos os animais são dotados de inteligência. E todo animal deve ter os seus direitos garantidos. Infelizmente, na maioria das vezes, o homem não interage para entender e aprender, mas para tirar vantagem da vulnerabilidade deles.

Marcos– No livro você conta várias aventuras do Beethoven. Conte alguma aqui prá nós.
Cecília– A aventura mais marcante, que não está no livro, foi quando ele ultrapassou a grade da sacada do apartamento, ficando sentadinho numa espécie de mezanino, isto é, do lado de fora da sacada. Eu estava lendo na sala, quando de repente, senti um aperto no coração e sai procurando por ele dentro do apartamento. Vi a porta da sacada aberta e corri para lá. Agradeço a Deus por ter tido a presença de espírito de puxá-lo para dentro da sacada, através da grade, com bastante firmeza e calma. Beethoven percebeu o perigo potencial e ficou paradinho só me olhando. Depois disso, proibi qualquer um de tirar a tela de proteção. Eu moro 14º andar.

CecíliaMarcos- O livro está à venda? Como encontrá-lo?
Cecília– O livro continua à venda. Basta entrar em contato comigo. schrodencecilia@gmail.com.br (34) 9 9163 1050.

Marcos– Qual o limite que não deve ser ultrapassado? (para que não haja confusão entre bichos e gente?)
Cecília– Por amar tanto, às vezes, tratamos nossos bichinhos de estimação como gente. Isso pode ser uma armadilha, onde o principal prejudicado será, justamente, aquele que mais queremos proteger – o próprio animal. O antropomorfismo, palavra grega que une: anthropo (homem) e morphe (forma) é projetar características intrinsecamente humanas nos animais. Nossos bichinhos possuem sentidos muito mais apurados do que os nossos e, dessa forma, alguns produtos de banho, roupinhas e outros mimos podem acabar trazendo implicações desagradáveis para eles. Um cão deve agir e se comportar com um cão! Isso serve para os gatos, hamsters, coelhos…, mas isso não significa que não devemos dar amor e carinho. A pegada é a seguinte: Tanto faz para eles se você comprar um comedouro de 100 reais ou simplesmente servir o jantar num potinho de margarina. Eles não têm noção nenhuma dessa diferença. Mas nós humanos…

Marcos– Você acredita que tem crescido a conscientização humana em relação ao respeito pelos animais?
Cecília– Acredito que a maioria de nós, gostaria de andar pelas ruas sem ver animaizinhos abandonados. A maioria consegue sentir empatia. Há diversas pessoas espalhadas pelo Brasil afora, zelando desses animais da maneira que podem; sem muitos recursos. É uma atitude heroica. O que falta, talvez, é a união maciça da sociedade civil e alguma ajuda do poder público. Seriam necessários esforços para resgatar a dignidade, medicar e oferecer uma existência saudável. Isso não é impossível! Os animais são os mais vulneráveis.

Marcos– De que maneira você acredita poder contribuir para esse crescimento?
Cecília– Existem terras que não são boas para o cultivo. O Brasil é imenso! O meu sonho é pegar uma fatia dessa terra infértil e criar uma vila para os animais abandonados. Nesse lugar, separaríamos cães de gatos, por exemplo. Criaríamos baias para cachorros de porte grande, médio e pequeno. Colocaríamos um hospital 24 horas, não só à disposição da vila, mas da sociedade local também. Eu conseguiria criar um convênio com as faculdades para os alunos de veterinária tivessem a oportunidade de estudar e salvar vidas ao mesmo tempo. Todos os animais, não só caninos e felinos, teriam um chip de identificação. Isso ajudaria muito na hora das adoções, por exemplo. Um berçário com estufas e todo equipado seria muito bem-vindo. Eu poderia angariar raçoes, medicamentos e tudo o mais, patrocinando as marcas. E, claro, com a ajuda da comunidade. Também faria campanha de castração. O poder público já faria muito, cedendo o pedaço de terra. Um pedaço que também seria reservado para um cemitério exclusivamente para esses bichinhos. Isso faz falta! Que fosse um crematório! Eu colocaria veterinários experimentados para assinar receitas e laudos médicos. E o mais importante de tudo: Criaria uma rede de contato com outros lugares que praticam essa solidariedade. Dessa forma, estaríamos mais organizados na hora de uma emergência e na hora das adoções. Mas como eu disse: é um sonho! Por enquanto, eu continuo colocando leite, ração e água na rua. Essa semana consegui um lar para um gatinho. Fiquei super feliz!

Marcos– No universo de animais selvagens, qual o que mais atrai cada um de vocês?
Cecília– Gosto de animais selvagens ou não! Mas sou apaixonada por gorilas. Eles têm uma imponência. A maior dádiva foi ter ficado relativamente perto de um gorila silverback (dorso prateado) durante uma visita ao parque Bush Gardens, em Orlando, Flórida.

Marcos– Touradas da Espanha ou as vaquejadas praticadas no nordeste brasileiro devem existir para preservar a cultura?
Cecília– Existem outras formas de manifestação cultural sem a necessidade de usar animais. Como eu disse acima, os animais são os mais vulneráveis. Jamais aceitei esse tipo de sacrifício. Aliás, não é uma manifestação cultural, é a dominação do mais forte sobre o mais fraco. Uma demonstração de covardia e selvageria por parte do homem. É subjugar!

Marcos– Um filme com animal.
Cecília– Marley & Eu, O Poderoso Joe.

Marcos– Uma mensagem aos humanos em relação aos animais.
Cecília– Se todo homem se colocasse no lugar de um animal ferido, abandonado, enjaulado, caçado ou acossado, o mundo seria um lugar melhor para se viver. A proteína animal deve ser consumida por necessidade e não por gula. E há outras formas de se alimentar. Animais precisam ser respeitados porque, diferente de nós, não sabem pegar o celular para chamar por socorro. Infelizmente, eles dependem da boa vontade, do bom senso e do desprendimento humano.

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