Desde o rompimento da barragem da Vale do Rio Doce em Brumadinho que ocorreu nesta sexta-feira (25), ativistas da Brigada Animal se encaminharam ao local para socorrer os animais atingidos pelo acidente. O número de animais que morreram no desastre ainda não foi divulgado.
O desastre transformou a região num imenso lamaçal e dezenas de animais foram vistos atolados na lama. Pelo tamanho do acidente inúmeros animais devem ter morrido. Outros devem ainda morrer porque a empresa disse em nota que “a prioridade total da Vale, neste momento, é preservar e proteger a vida de empregados e de integrantes da comunidade”. Em nenhum momento os animais da região foram mencionados no plano de resgate da Vale.
Estudantes universitários de Belo Horizonte e região fizeram uma ação coletiva para a arrecadação de água, alimentos, medicamentos, rações e itens de primeiros socorros. Os itens doados serão destinados às vítimas do desastre. Os postos de arrecadação são o Hospital Veterinário UNIBH, o Diretório Acadêmico de Medicina Veterinária da UFMG, e as unidades de Carlos Luz, Buritis e Silva Lobo do Centro Universitário Newton Paiva.
Doações também estão sendo recolhidas na Clínica Veterinária Santo Agostinho, localizada na Avenida Amazonas. Uma lista de itens de urgência, tais como medicamentos para os animais, já foi disponibilizada no Facebook.
A Associação Mineira do Ministério Público (AMMP) disse em nota: “Há três anos, a AMMP, junto à sociedade, envidou esforços para aprovação do PL Mar de Lama Nunca Mais. A iniciativa, que recolheu 56 mil assinaturas de eleitores de todo o Estado, ainda se encontra tramitando na Assembleia Legislativa de Minas Gerais.”
“O ocorrido em Brumadinho demonstra que não é possível ignorar a realidade sobre o impacto ambiental e social de barragens com risco de rompimento,” continuou.
Uma das maiores preocupações em relação à tragédia de Brumadinho é que o rio onde houve o desabamento da barragem desemboca no São Francisco, um dos mais importantes cursos d’água do Brasil e da América do Sul. O rio São Francisco percorre os estados de Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Sergipe e Alagoas, e sua bacia envolve 521 municípios distribuídos em sete estados.