Pelos e penas, apenas…

Uma amiga carioca é uma das provas mais contundentes próximas à mim, da sensibilidade inexplicável dos animais e da fundamental importância na nossa vida. Ela passou por uma depressão e, em um momento qualquer expressou em versos (ela é uma artista) sensíveis o que sua alma ditou. O blog registra agora essa “tradução” poética do que é um pet.

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Salete Bernardi

Pelos e penas, apenas…

por Salete Bernardi

Voava livre e plena                                                                                                                                                                                                  Quando um dia perdi uma pena
Era pequena
Continuei

Foi-se outra de repente
Imensa, imponente
Mas segui em frente
Impotente

Outras penas foram indo
Irreverentes caindo
E eu seguindo
o meu caminho

Bruscamente,
várias foram arrancadas
Fiquei fraca, arrasada
desestabilizada

Muitas seguiram,
Caíram, traíram, fugiram
Perdi o meu rumo,
meu prumo…

Que pena

Então surgiram, envolventes
De cores e texturas diferentes,
Pelos, focinhos orelhas e patas
Uma rede, ajudando na batalha

lambendo
aquecendo
envolvendo
minha queda protegendo

Surgiram mais pelos
Em resposta aos meus apelos
Consegui me agarrar, arrastar
Engatinhar, levantar e andar.

Os pelos ampararam
meus erros,
meus tropeços
Meus desassossegos

Cercando a abraçar
Impedindo de afundar.
Conseguindo me levantar
Voltei a sorrir e cantar

Já estou voltando a voar…

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