Eutanásia

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Adriano dos Santos em foto de Ramon Magela

Adriano dos Santos é um profissional muito respeitado em Uberaba no segmento de adestramento animal. Um comportamentalista. Com o passar dos anos, a pessoa que se dedica a uma profissão com foco e legitimidade, se torna um bom profissional. Sem querer rasgar seda, mas sentindo necessidade de contextualizar dessa forma, de maneira  absolutamente natural  ele equilibra muito bem o dom, a sensibilidade  e a objetividade.  Ai ele sentiu necessidade de falar o que pensa sobre eutanásia e eu pedi para postar seu texto no blog. Não é uma maneira poética de falar sobre um tema tão difícil. É papo reto mesmo.

 
“Hoje eu venho falar de um assunto difícil. A eutanásia (uma forma humanizada de abreviar o sofrimento…).
Eu confesso e admito, não é uma decisão fácil, porque o nosso emocional nos prende ao sofrimento daquele que nos é querido.
Como forma de tentar ajudar pessoas e os animais, expressarei o meu pensamento(e não a minha verdade) sobre o tema.
Eu sempre digo:
No meu trabalho, o que eu não sei a resposta, eu busco na natureza.
O meu pensamento sobre fazer ou não uma eutanásia (e não se é certo ou errado), é que os animais não são apegados à vida. Eles não planejam o futuro, não sabem o que é o céu ou o inferno e vivem o HOJE. Eles não temem a morte como nós os humanos.
Eles sabem que irão morrer?
O meu pensamento que faz sentido, para um animal que está prestes à partir é :
-Eu não estou apto a caçar (comer sozinho).
-Eu não consigo disseminar os meus genes (interagir).
-Eu não consigo mais lutar (brincar).
-Eu atrapalho o progresso do bando (não segue a rotina da casa).
-É hora de me afastar (dormir).
Mas,vem o questionamento : por que fazer a eutanásia se na natureza ela não existe?
E se eu (buscando a resposta na natureza ) te disser que sim. Existe!
Pense!!!
Um animal doente, fraco, na natureza será comida de predadores, carniceiros, etc.
O que é bom.
Por que?
Porque imagine esse animal moribundo sendo devorado lentamente por formigas, por bicheiras, por calor, por sede, por frio, com dores, com medo,sozinho,etc.
O que eu estou dizendo, é que os predadores são uma forma de eutanásia. Não permitindo o sofrimento e a tortura de ser comido vivo e aos poucos…agonizando.
Agora voltando para a nossa realidade,  a dos animais domésticos e que amamos.
Ao invés de terem um leão dilacerando o seu corpo e as suas entranhas, como forma de uma eutanásia (natural) em nossos animaizinhos, temos a nosso favor uma seringa e uma agulha (única forma humanizada em que eu não vejo problema) para abreviar de forma indolor, um sofrimento…que para eles não faz nenhum sentido.
Fica aqui o meu depoimento no que eu acredito, mas que a decisão cabe a cada um.”

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