Sérgio Meccheri Di Vito

Abençoados Resgates

O uberabense Sérgio Meccheri Di Vito é formado em Zootecnia pela FAZU e em Medicina Veterinária pela UNIUBE. É ele o responsável técnico da ONG SUPRA. Também é veterinário voluntário na Secretaria do Bem Estar Animal. Com esses trabalhos que preenchem todo o seu tempo, acumula histórias incontáveis, muitas com um final feliz. Mas as histórias sempre começam com um resgate ou um socorro e, naturalmente por isto, sempre com um triste começo. Isto sobrecarrega o lado emocional desse profissional dedicado. “É impossível não se emocionar”, ele diz. A gratidão e a pureza que os animais refletem no olhar é genuína e dá perfeitamente para nós humanos, entendermos. Muito mais, dá para sentirmos. O trabalho do Sérgio não tem hora para começar nem para terminar. Não tem final de semana ou feriado, afinal, não se escolhe dia e hora para ser abandonado ou acidentado, e muito menos para ser socorrido. Obrigado pela entrevista!

“A demanda por socorro é muito grande”

Marcos Moreno- Como surgiu a Medicina Veterinária na sua vida?
Sérgio Meccheri Di Vito- A Medicina Veterinária foi um sonho que tive desde de criança e que consegui realizar. E hoje, em gratidão a Deus que me concedeu esse mérito, tento ajudar o maior número de vidas.


Marcos- Você sempre quis trabalhar como médico veterinário em Uberaba ou já pensou em trabalhar em outro lugar?
Sérgio- Na verdade gostaria de trabalhar fora , adquirir novas técnicas, novos conhecimentos. Mas o momento está sendo aqui . Quem sabe no futuro tenha algo de bom reservado fora de Uberaba.


Marcos- Você hoje trabalha com a vereadora Denise Max. Imagino que este trabalho te coloca frente a situações de extremo abandono com suas terríveis consequências. Dá pra falar em uma média de demanda por dia? Sérgio – A vereadora Denise é um caso à parte. Sinto muita honra em trabalhar com ela . Aliás nossa amizade é antiga , muito antes dela se tornar uma parlamentar. Uma pioneira na luta pela causa animal . Ela semeou a paixão pelos animais. E isso gerou frutos. Hoje temos inúmeras pessoas engajada na causa animal. Temos muitas histórias. Nem sempre com final feliz , mas também muitas com sucessos.
A demanda por socorro é muito grande. Pra se ter ideia, são de seis a oito ocorrências em média por dia que vai desde de abandono, maus tratos, espancamento e atropelamento a cães amarrados debaixo de sol, chuva, privados de água e comida, etc.

Marcos- Dentro da Medicina Veterinária, qual seria a especialização do seu trabalho?
Sérgio– Hoje em qualquer área profissional, o mercado exige uma especialização. No meu caso, eu sempre gostei da clínica. Uma coisa que sempre digo é que a clínica é soberana . Seja ela na medicina humana ou animal é ela quem vai nortear o tipo de exames, tratamentos a ser feito, etc. Quando era universitário, lembro de um professor meu que me disse que estava muito feliz por eu me tornar um bom clínico. Nunca esqueci do conselho que me deu de que eu estava no caminho certo. Sou muito grato a ele e a todos os meus mestres de faculdade. Fui uma pessoa agraciada por ter grandes mestres . Muito orgulho deles . Mesmo depois de formado, tenho amizade com todos.

Marcos- Você se emociona com o sofrimento dos animais ainda ou já se tornou mais frio pelo fato disto fazer parte do seu cotidiano?
Sérgio- Não tem como não se emocionar. São vidas. A gratidão que eles têm é algo que não tem palavras aqui pra expressar. Peço muito a Deus que não deixe eu me tornar uma pessoa fria, porque é a partir dessa frieza, que vem a ganância, a indiferença e se esquece o juramento que se faz .

Marcos– Você e o Raphael Muchiutti, (que já foi meu entrevistado) já me ajudaram muito com o meu cachorro. Esse trabalho é totalmente voluntário?
Sérgio- Antes de responder a pergunta, faço uma ressalva, parabenizando você pelo amor e zelo que teve com o Chien. Fui testemunha o quanto você amou e lutou por ele. O Raphael é um amigo de longa data que ajuda muito a causa animal. Estamos fazendo um trabalho totalmente voluntário , não medindo esforços.


Marcos- O que aconteceu exatamente com os cães em Peirópolis?
Sérgio- Em Peirópolis, houve um caso de envenenamento de cães, cujo caso está nas mãos da justiça e da polícia. Quero aproveitar e deixar meus agradecimentos à polícia militar, à polícia ambiental, e ao Corpo de Bombeiros que são verdadeiros parceiros . Minha gratidão aos comandantes das corporações.


Marcos- Qual foi o resgate mais difícil (ou os mais difíceis) pra você?
Sérgio– Na verdade todos tem um grau de dificuldade. Mas o mais difícil mesmo é deparar com a maldade, com a ignorância de pessoas inescrupulosas . Isso é muito cansativo e tenso.

Marcos- Você tem pets?
Sérgio– Sim, tenho 4. Todas vieram de resgates


Marcos- Gostaria que você deixasse uma mensagem para os seguidores do blog, por favor.
Sérgio– Bom, se é seguidor do blog é porque são pessoas do bem.
A mensagem que deixo é para se unirem cada vez mais para combater essas atrocidades que esses animais sofrem. Sejam a voz deles .

5d e respostas

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