Polícia do RJ investiga tráfico de animais silvestres pela internet


A Polícia Civil do Rio de Janeiro está investigando o tráfico de animais silvestres por meio de redes sociais no Rio de Janeiro.
Segundo apuração do RJ1, os criminosos utilizam o nome Menezes Trindade, que é um perfil em uma rede social, para comercializar animais como pássaros Trinca Ferro, Jabutis e Iguanas.
A comercialização desses animais, sem registro nos órgãos de controle do meio ambiente é crime.
Porém, os vendedores de animais silvestres parecem não se preocupar com a fiscalização, fazem anúncios e conversam abertamente sobre preço e entrega pela internet.
A equipe da TV Globo conversou com um dos criminosos e ouviu ofertas para a venda de pássaros Trinca Ferro, um por R$ 150 ou dois por R$ 280.
Em troca de mensagens, o vendedor também disse que poderia vender um jabuti por R$ 70.
Segundo ele, os animais seriam filhotes.
O criminoso, que disse ser do Salgueiro, em São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio, informou que a entrega no bairro Rodo de Itaúna, também no mesmo município, era feita sem taxa.
Em seguida, o vendedor ainda respondeu que teria um iguana por R$ 180.
Fiscalização
Em nota, a polícia disse que atua em todo estado para coibir o comércio de animais silvestres, mas explicou que só realiza prisões em situação de flagrante.
Para especialistas, falta fiscalização e penas mais severas para controlar essa prática ilegal.
Segundo a coordenadora de biodiversidade do Ibama, Raquel Sabaini, o crime é punível com prisão de um ano a seis meses de detenção, mais uma multa que pode variar entre R$ 500 e R$ 5 mil por animal.
“Você teria que ter leis mais severas no Brasil pra você realmente ser efetivo”, disse Sabaini.
O veterinário Daniel Balthazar acrescenta ainda que, além do desequilíbrio ambiental, os animais silvestres podem causar problemas de saúde nas pessoas.
“Esses animais fazem parte de um ecossistema que é extremamente equilibrado e, a consequência da retirada desses animais do ambiente natural é o desequilíbrio. De uma forma geral, a gente acaba fazendo com que essas espécies, que são importantes por algum motivo, cada um tem o seu papel, eles acabem provocando um grande desequilíbrio. Muitos desses animais, eles são extremamente agressivos, então além do potencial de nos trazer determinadas doenças, eles podem sim, por serem selvagens, nos trazer agressões físicas, mordidas, arranhões, que vão também ter as suas consequências”, explicou o veterinário.
Prevenção

Para a maioria dos especialistas a conscientização ainda é a melhor forma de prevenir esse tipo de crime.
“Se você realmente ama os animais, você quer ver eles soltos. A coisa mais bonita que tem é você ver o voo de uma arara, o voo de um papagaio, o canto de um pássaro solto”, comentou Sabaini.
A especialista lembrou também como o tráfico de animais é cruel.
“Vários outros animais já morreram para chegar até esse animal que tá na sua casa. Toda vez que você compra um animal do tráfico, você tá financiando o crime. Então você faz parte disso”, ressaltou a especialista.
O que diz a polícia

A Delegacia de Repressão a Crimes de Informática do Rio de Janeiro informou que vai abrir um inquérito para investigar quem está por trás do perfil Menezes Trindade, que trafica os animais silvestres pela internet.
Já o Facebook declarou que o perfil citado na reportagem e a conta dele no Whatsapp usada para praticar os crimes foram removidas e banidas por violar as regras das plataformas.
Por Lívia Torres

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