Petrópolis tem pelo menos 50 animais resgatados em meio à tragédia


Em meio à lama e aos escombros que assolam Petrópolis, na Serra do Rio de Janeiro, ao menos 50 animais foram resgatados na região depois da forte chuva desta terça-feira (15).


Por meio de uma parceria entre a Secretaria Estadual de Agricultura e voluntários do Grupo de Resgate de Animais em Desastres (GRAD), cachorros, gatos, coelhos, passarinhos e até galinhas perdidos pela cidade estão sendo levados por resgatistas a clínicas e hospitais veterinários.
As equipes trabalham junto a organizações não governamentais, que têm se encarregado de direcionar os animais para lares temporários.
A ideia é que, nos próximos dias, quando o município estiver em um panorama menos crítico, eles sejam colocados para a adoção.
Em dois dias, com a ajuda da ONG Rio Eco Pets, o grupo já arrecadou uma tonelada e meia de ração. A expectativa é de que mais mantimentos cheguem até sábado (19).
O secretário de Estado de Agricultura, Pecuária, Pesca e Abastecimento, Marcelo Queiroz, destaca a importância não só dos abrigos, mas também de água potável e comida para esses animais.
“Todo lar temporário é bem-vindo neste momento. E nós, como Estado, vamos oferecer toda logística para qualquer ONG que queira arrecadar ração e trazer aqui para Petrópolis”, alega.
Nesta quinta-feira (17), a Federação do Comércio do Estado do Rio de Janeiro (Fecomércio-RJ) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac) disponibilizaram para a secretaria um ônibus adaptado para auxiliar no banho e tosa dos bichos. O “Modo Pet Móvel”, como é conhecido o veículo, permite que os cuidados sejam feitos em diferentes localidades.
“É muito importante mais essa parceria, porque os animais resgatados estão muito sujos, e isso vai agilizar o processo e ajudar no resgate de mais animais”, afirma Queiroz, responsável pelas políticas Públicas de Proteção e Bem-estar Animal do Rio.
O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, reforça a necessidade de atitudes voltadas para a causa animal em meio à tragédia. “Os animais merecem toda atenção e carinho da nossa parte neste momento. Estão assustados e longe de quem mais confiam. As equipes acolhem, cuidam e alimentam”, afirma.
A médica veterinária e membro fundadora do GRAD, Carla Sássi, chama a atenção para o momento delicado vivido pela cidade. “A situação realmente é um cenário de guerra, bem semelhante a que encontramos em 2011”, compara.
“A demanda é muito grande. Há muitos animais em áreas de risco, que já foram evacuadas, e muitos em residências que estão completamente condenadas”, alerta.
Sássi, que também é bombeira civil, relata como tem se dado a atuação do grupo nos pontos mais acometidos pela chuva. “Nosso trabalho é resgatar esses animais atingidos e, principalmente, dar assistência às famílias, para que eles não sejam mais uma preocupação nesse momento tão difícil”, explica.

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