Médicos-veterinários se unem em prol do desenvolvimento da profissão, da saúde e do bem-estar animal


VetFamily completa o primeiro ano de atuação no Brasil com mais de 1.000 membros e desempenho bastante superior ao previsto
Ao levar seu animal de estimação para atendimento médico-veterinário, seja ele curativo ou preventivo, a maioria dos tutores espera alta qualidade dos serviços com custo adequado. Um desafio tanto para o tutor, que nem sempre consegue avaliar os parâmetros da qualidade assistencial, quanto para o médico-veterinário, que busca oferecer os melhores recursos equilibrando despesas e investimentos no seu empreendimento, muitas vezes de forma intuitiva e pouco planejada.
O cuidado com a saúde animal vai muito além do atendimento clínico e cirúrgico: nos bastidores dos serviços prestados estão as gestões administrativa, financeira e de recursos humanos, além de todo o gerenciamento técnico diretamente relacionado aos resultados dos procedimentos dentro de uma clínica ou hospital veterinário. O desafio diário, porém, é que os médicos-veterinários são formados tecnicamente para a profissão e não para gestão. Esta realidade foi a motivação para o surgimento de uma comunidade internacional, VetFamily, criada por médicos-veterinários que uniram forças para desenvolver o setor em todo o mundo.
“De forma resumida, o nosso principal papel é oferecer soluções inteligentes em parcerias para compras de produtos e insumos, serviços de apoio à gestão e acesso à inovação, além de colaborar com a ampliação do conhecimento por meio de conteúdos de alto valor e networking”, explica o Head Latam e Diretor-Geral da VetFamily no Brasil, Henry Berger. O modelo de negócios, já consolidado em diversos países da Europa e nos Estados Unidos, reúne a expertise de executivos para buscar soluções que facilitem, qualifiquem e desenvolvam os serviços médicos-veterinários, elevando suas eficiências e rentabilidades.
A conexão da indústria e de prestadores de serviços aos médicos-veterinários impacta diretamente na saúde dos animais. “Os membros VetFamily contam com uma equipe que trabalha por eles proporcionando negociações, que resultam em economia e qualidade de produtos, insumos e serviços, e facilitando o acesso a tecnologias de ponta em diversas áreas, como diagnósticos e serviços digitais. Apoiamos os veterinários e, desta forma, colaboramos com a melhoria da assistência à saúde e do bem-estar do animal e do tutor”, comenta Berger.
Balanço anual
As iniciativas executadas pela comunidade e os resultados alcançados em seu primeiro ano de atuação no Brasil refletem a demanda que havia no setor. Mais de 1.000 clínicas e hospitais veterinários, onde trabalham mais de 3.400 médicos-veterinários, aderiram à VetFamily. Para eles, a comunidade celebrou contratos e negociações com mais de 20 empresas parceiras e promoveu diversos eventos, como palestras e workshops, e inúmeros encontros on-line. ”Juntos, esses estabelecimentos veterinários faturam em torno de R$ 1 bilhão e realizam mais de 1,5 milhão de consultas, cerca de 50 mil cirurgias eletivas e mais de 1,5 milhão de exames diagnósticos anualmente”, relata Berger, ressaltando o impacto na saúde animal no mercado brasileiro.
“A VetFamily foi uma surpresa. Além das vantagens financeiras e das intermediações em negociações, temos contato facilitado e diário com colegas do Brasil inteiro para troca de informações sobre protocolos de atendimento e debates de assuntos que envolvem a profissão e que refletem positivamente em nossa rotina de atendimento”, conta a médica-veterinária e proprietária do Centro Veterinário Assunção (São Bernardo do Campo/SP), dra. Ana Lígia Mantovani.
Gigantes da indústria internacional farmacêutica, como a Boehringer Ingelheim, Elanco e Vaxxinova, e de consumíveis veterinários, como a Kruuse (Covetrus), estão na carteira de parceiros da comunidade. Já no setor de serviços, destaque para líderes de mercado como a Finpet, no setor de sistemas de pagamento, e a OnePet, em soluções de ERP e gestão para clínicas, hospitais e pet shops, além de outros parceiros em áreas como diagnósticos (Seamaty e Foco Vet), equipamentos (Vet Line e Tropus Vet) e identificação animal (Animall Tag).
Pioneirismo e inovação tecnológica também estão presentes na seleção de parcerias, como Onvet, em nutrição especializada; Box4Pets, mais amplo painel de testes genéticos do país; DrogaVET, primeira rede de farmácias de manipulação veterinária no Brasil; GoVETS, plataforma de telemedicina veterinária, e a Signal Pet, inteligência artificial em radiologia, que chegará ao país em breve, por meio da VetFamily.

Queimaduras, intermação e excesso de Parasitas


Desidratação, intermação, queimaduras nas patas e infestação por parasitas estão entre os problemas que mais se manifestam nos animais durante a estação mais quente do ano.

Caminhar com pets em calçadas quentes durante o verão pode causar queimaduras nas patas dos animais. O asfalto e as calçadas podem aquecer significativamente sob o sol intenso, atingindo temperaturas que são muito mais altas do que a temperatura do ar. As patas dos animais, são sensíveis e podem sofrer queimaduras ao caminhar sobre superfícies muito quentes. Além de queimaduras, o calor excessivo pode levar a outros problemas de saúde nos pets, como intermação e desidratação. O alerta é da médica-veterinária, do Hospital Pet Support em Xangri-Lá, Carolina Hermel. Segundo ela, nesta época do ano aumentam os atendimentos no litoral pelo calor excessivo. Confira as dicas que podem ajudar:

Evite caminhadas em horários de muito calor, preferindo horários mais frescos, como no início da manhã ou final da tarde, além de locais com sombra, com presença de gramado e árvores, é o recomendado.
Teste a temperatura da calçada com a mão antes de sair para passear, se estiver muito quente para a sua mão, estará muito quente para as patas do seu pet.
Entenda também as demais consequências que o calor pode trazer a saúde do seu pet e como solucionar:

1- Intermação:

A intermação em cães e gatos é uma condição séria que ocorre quando o animal é exposto ao calor excessivo e não consegue regular sua temperatura corporal. Os sintomas de intermação em animais podem incluir: Hipertermia: Temperatura corporal anormalmente alta. Respiração Acelerada ou Dificuldade Respiratória: Respiração ofegante, rápida e aparentemente difícil, tentando dissipar calor.
Gengivas Vermelhas ou Pálidas: alterações na cor das gengivas, que podem indicar problemas circulatórios ou de oxigenação.
Salivação Excessiva: Aumento na salivação, muitas vezes com saliva mais espessa e pegajosa do que o normal.
Fraqueza ou Letargia: O animal pode parecer anormalmente cansado, fraco ou ter dificuldade para se manter em pé.
Desorientação ou Confusão: O animal pode parecer confuso, desorientado ou ter dificuldade em manter o equilíbrio.
Convulsões ou Tremores Musculares: podem ocorrer convulsões ou tremores incontroláveis.
Colapso ou Perda de Consciência: Nos estágios mais graves, o animal pode colapsar ou perder a consciência.
Se você suspeita que seu animal de estimação está sofrendo de intermação, é crucial agir rapidamente. Mova o animal para um local fresco e arejado, aplique toalhas úmidas e frescas sobre o corpo dele, especialmente nas áreas de maior calor como a cabeça, pescoço e tórax, também deve ser aplicado compressas nas áreas descobertas por pelo, onde acontece a troca de temperatura, como a barriga, e ofereça água fresca para beber. É importante procurar atendimento veterinário imediatamente, pois a intermação pode causar danos graves e até ser fatal.

2- Parasitas:

“Tão importante quanto a conferência da carteira de vacinação é a conferência dos antipulgas, carrapatos e vermífugos. Um dos principais problemas é a dirofilariose,também conhecida como verme do coração, muito comum nos pets e com maior frequência em regiões litorâneas, tendo maior incidência a partir do litoral catarinense”, diz a médica-veterinária.

Ana Carolina Both, também médica-veterinária, vai mais a fundo na questão e explica: “a doença existe e pontualmente também aparece o parasita da dirofilariose no Rio Grande do Sul, ainda que a quantidade de casos seja menor. Sabemos que muitos viajam nesse período do ano e levam seus pets junto também para outras regiões do país. A doença é muito séria e a prevenção é simples, precisa estar no calendário de cuidados com o pet”.

3- Atropelamento:

O atropelamento é uma das maiores incidências de emergências atendidas no verão. Os casos ocorrem tanto com animais passeando soltos na beira da praia, quanto por atropelamentos dentro da própria casa, visto que muitos tutores moram em apartamentos, mas veraneiam em casas. No entanto, os pets não estão acostumados e, assim, os acidentes ocorrem. Para evitar, ao sair de casa, certifique-se de que o pet está em local seguro ou peça, idealmente, para que um familiar o segure antes de abrir o portão. Além disso, é importante que os pets estejam com coleira de identificação e contato do tutor, caso ocorra de fugirem em algum desses momentos. Além disso, há a possibilidade de microchipagem, uma forma de facilitar a identificação de pets perdidos, como uma espécie de RG.

4- Edema pulmonar

O edema pulmonar é formado pelo acúmulo de líquido nos pulmões devido à angústia respiratória pela obstrução das vias aéreas, secundária a exercícios físicos extenuantes ou em temperaturas elevadas. Em cães de raças braquicefálicas, o edema pulmonar pode se tornar uma emergência e é considerado uma das causas de morte súbita. Alguns sinais auxiliam a identificar o edema pulmonar: língua roxa, tosse produtiva, respirar com a boca aberta, sangramento, desmaio.

Carolina Hermel orienta como evitar o edema: “além dos cuidados com o calor já citados, não deixe seu pet por longos períodos no banho e tosa e oriente o profissional para que, ao menor sinal de estresse, interrompa o banho”.

Viagem de férias sem o meu pet: o que devo fazer?


*Marivaldo da Silva Oliveira
Um momento que aterroriza muitos tutores de pets são os planejamentos para viagens de férias. Se você decidiu que o melhor para o seu pet é não viajar, independentemente do motivo, é essencial que o bem-estar, a sanidade e as condições comportamentais dele sejam respeitadas. Nesse sentido, o objetivo deste texto é transmitir algumas experiências de quem é médico veterinário, tutor e que convive com as mesmas preocupações.
É importante ressaltar que a condição sanitária do seu animal deve ser prioridade, portanto mantenha a carteirinha de vacinação e vermifugação sempre em dia. Mas lembre-se, somente vacinas e vermífugos em dia não é sinônimo de garantia de bem-estar. Então, vejamos outros pontos importantes para não cometer erros com seu melhor amigo.
O lugar em que seu pet irá ficar define o sucesso ou fracasso do seu planejamento. Se você costumeiramente já deixa seu animal na casa de amigos, familiares ou em hospedagens de pets em que ele já está habituado, tanto com o espaço quanto com possíveis outros animais, isso facilitará muito, pois já existe uma memória e seu pet considera também aquele local e pessoas como se fizessem parte do seu convívio normal.
O que não se recomenda é, um dia antes de sair em viagem, você levar seu pet para uma creche ou hotel e deixá-lo lá. Isso provocará mudanças comportamentais perturbadoras no animal, tanto pelo sentimento de distanciamento de você (Síndrome de Ansiedade de Separação) quanto pelo contato com local, pessoas e animais diferentes. Alguns animais são mais sociáveis, porém comportamento não é matemática e cada qual se expressa à sua forma. Um cão, macho, não castrado, por exemplo, devido ao comportamento de espécie irá brigar pela liderança do grupo e isso pode gerar ferimentos graves, tanto no seu animal, quanto em outros pets.
Por isso, a indicação nos casos em que você queira deixar seu pet num hotel ou creche é que isso seja feito gradualmente e com antecedência. Pelo menos um mês antes da data de sua viagem, leve seu pet para o local escolhido e inicie a socialização. Pode ser que ele já se adapte facilmente, mas pode ocorrer o contrário e ele não gostar do local, dos animais ou das pessoas e, então, você precisará levar para outra opção de local. Logo, deve-se iniciar o processo com antecedência.
Animais que são muito apegados aos tutores, geralmente aqueles que dormem junto na mesma cama e que sentem necessidade de estarem “grudados” com o tutor o dia todo, acabam demorando um pouco mais para se adaptar. Se esse é o seu caso, já fica aqui uma dica sobre humanização de pets. Leia a respeito, informe-se. Às vezes, atitudes e condutas normais para você podem não ser benéficas para seu pet. Os animais possuem um comportamento próprio e este deve ser respeitado. Tudo em excesso traz malefícios.
Outro ponto de atenção que pode facilitar a adaptação é a presença de objetos (caminha, cobertor) do animal nesses locais é fundamental, assim ele irá reconhecer como uma extensão da sua casa e acalmar-se. Ofertar bem-estar aos animais é dever do tutor. Tutoria responsável envolve organização e planejamento. Boas férias para todos!
*Marivaldo da Silva Oliveira é médico veterinário e doutor em biociência animal. Professor do Centro Universitário Internacional Uninter

Animais Abandonados 2023: um estudo sobre o perfil de cães e gatos de rua


Desde 1998, o pilar social da Cobasi se dedica a atuar em prol da causa animal. Mais de 95 mil animais foram amparados e muitos deles ganharam novas famílias.
Com tantos anos de relacionamento próximo com a proteção animal, foi possível notar que o abandono e a devolução pós-adoção são problemas graves. Principalmente, quando se pensa na saúde e bem-estar de cães e gatos.
O cenário é tão grave, que todos os entrevistados afirmaram já terem participado do resgate de animais abandonados e presenciado a devolução de animais adotados.


Cães e gatos abandonados no Brasil
De acordo com a pesquisa, 81,5% dos animais abandonados resgatados pelas entidades são cães. Em segundo lugar aparecem os felinos, que representam, aproximadamente 66% dos casos.

Raças de cachorro mais abandonadas
Entre as raças de cachorros abandonados, quem lidera essa triste estatística são os SRD, conhecidos popularmente como vira-latas, com 97% dos casos relatados.
Em seguida, aparecem Pit Bull, Chow Chow, Poodle, Shih Tzu, Yorkshire, Boxer, Lhasa Apso, Pastor Alemão, Pinscher e Rotweiller. Ou seja, nem os cães de raças estão livres do descaso de seus tutores.

Mais da metade dos cães abandonados é adulta
O estudo mostra que o perfil dos cães abandonados são adultos.
De acordo com o levantamento, dos animais com mais de um ano de vida representam 80% dos cães resgatados. Em seguida, aparecem os filhotes e, por fim, os cachorros idosos.

O abandono é perigoso em todas as idades. Os filhotes são mais vulneráveis, pois não possuem o protocolo de imunização com as vacinas completo ou muitas vezes sequer iniciado.
Na rua, eles ficam suscetíveis a diversas doenças potencialmente mortais para os pequenos, como a cinomose e a parvovirose.
Já os idosos costumam ter o sistema imunológico mais resistente às doenças. Entretanto, exigem maior atenção e cuidado com sua fragilidade física.
Filhotes e idosos não vivem muito tempo na rua, tendo a expectativa de vida reduzida.
Os cães adultos, que representam mais da metade desses animais, são mais resistentes. Porém, são os que mais sofrem com a queda na expectativa de vida.
A rua oferece riscos de doenças, maus-tratos, atropelamento e ainda causa um impacto negativo na saúde e na qualidade de vida do animal.
De acordo com Daniela Bochi, gerente de marketing da Cobasi Cuida. “Os riscos do abandono são inúmeros os animais. Na rua, eles são expostos a doenças, questões de socialização, além do risco de maus-tratos e os atropelamentos, que são muito comuns”, contou.
E acrescenta: “Tudo isso piora quando é um animal acostumado a viver dentro de casa, protegido, e de um dia para o outro está sozinho. Por isso o Dezembro Verde é tão importante, precisamos cuidar mais dessa questão”, afirmou.


Cães abandonados (cor da pelagem)
Além da idade e raça, a cor da pelagem também é um aspecto que reflete no abandono de cães. Segundo o nosso estudo, o líder desse triste ranking é o caramelo, mencionado em 89% dos relatos. Em seguida, aparecem os cachorros de pelagem preta, com 82%.

Gatos Abandonados 2023:
Em 2023, os gatos representam aproximadamente 66% dos animais abandonados. Assim como no caso dos cães, a pesquisa Cobasi Cuida conseguiu traçar um perfil dos pets mais afetados. Acompanhe!
Números de gatos abandonados (por raça)
Por não possuírem muitas variações de raças no Brasil, os gatos vira-latas (SRD) e os siameses, são as principais raças vítimas de abandono no país.

Gatos abandonados (por idade)
Outro fator apontado na pesquisa, permite entender melhor o cenário do abandono de animais, é a idade. Gatos filhotes foram resgatados em quase 82% das situações, seguidos pelos adultos, com 59% das menções.

Abandono de gatos (por cor da pelagem)
Os gatos pretos são aqueles que mais sofrem com o preconceito. E isso também se reflete quando analisamos o perfil dos felinos abandonados de acordo com a pelagem.
Os animais de pelagem preta representam 75% dos animais abandonados e resgatados por ONG´s ou protetores independentes. Na sequência aparecem os pets de pelagem manchada.

Pesquisa Cobasi Cuida 2023: perfil animais devolvidos
A grande novidade da Pesquisa Cobasi Cuida em 2023 foi o levantamento do perfil de animais de estimação devolvidos. Os números retratam cães e gatos que, após passarem pelo processo de adoção, foram devolvidos às suas ONG ‘s de origem.
De acordo com os entrevistados, 85% dos animais devolvidos são cachorros, com os gatos respondendo por 47,9% dos casos.
Ainda segundo o estudo realizado pelo Cobasi Cuida, 61% dos entrevistados identificaram que,durante os meses de férias, há um aumento no número de devoluções de pets.
Os meses em que mais acontecem abandonos e devoluções são julho, dezembro e janeiro. O que ajuda a entender o que leva os tutores a se desfazerem dos seus pets.


Os motivos para devolução de pets
O estudo deste ano revela que os principais motivos para o abandono ou devolução do cachorro ou gato estão relacionados à falta de preparo dos tutores.
No caso dos cachorros, os principais motivos alegados para a devolução do pet são: mudança de endereço e da rotina dos tutores, além do pet não ter se adaptado ao novo lar.
A falta de planejamento é um dos principais motivos da devolução dos cães para os abrigos
Já quando a devolução do animal diz respeito aos gatos, os motivos alegados pelos tutores são: doenças, mudança de endereço e falta de adaptação a outro animal de estimação.
Doença e mudanças dos tutores são os principais motivos da devolução de gatos após a a adoção
Por isso, é muito importante considerar uma série de fatores antes de adotar um animal de estimação, conforme explica Daniel Svevo, veterinário comportamentalista, adestrador e consultor da Pet Anjo.
“A decisão de trazer um animal para dentro de casa deve considerar que ele vive cerca de 10-15 anos, em alguns casos até mais, então é um planejamento de longo prazo”, disse.
E continua, “Portanto, pensar nos custos, no ambiente e na rotina que poderemos proporcionar e aprender sobre comportamento do pet é essencial para termos sucesso nessa jornada”, concluiu.
Abandono é crime e não deve ser a primeira opção. Existem muitos serviços e ferramentas que melhoram a rotina do pet e da família.
Consulte o médico-veterinário do seu pet ou procure um adestrador para receber orientação e manter seu cão ou gato em segurança, saudável e feliz!
Perfil dos cães devolvidos após a adoção
Quando analisamos os dados sobre cachorros devolvidos após a adoção, é possível traçar um perfil semelhante aos dos cães abandonados.
De maneira geral, um cachorro abandonado é: vira-lata adulto com a cor da pelagem variando entre caramelo e preto. Conheça os dados:

A maior parte do cães devolvidos são vira-latas
Cães adultos são a faixa etária mais afetada com a devolução
Cachorros caramelo e preto são os que os que mais sofrem com a devolução
Perfil de gatos devolvidos após a adoção
O perfil dos gatos de estimação devolvidos após a adoção é um pouco diferente, se comparado com os abandonados.

A prevalência de felinos abandonados são filhotes, enquanto entre os devolvidos, são os animais adultos.
Os gatos vira-latas são a maior parte dos felinos devolvidos
Gatos adultos são o maior número entre os animais de devolvidos
Gatos pretos e malhados lideram o ranking de devoluções aos abrigos


Amostragem e método de estudo
O estudo “Animais Abandonados e Devolvidos 2023” foi realizado por meio de questionário online com 54 representantes de ONGs e protetores independentes.
Entre eles, 72,2% trabalham como voluntários em ONG, abrigo ou associação responsável pelo resgate de animais abandonados.
A pesquisa aconteceu em novembro de 2023 e foi conduzida pela equipe do Cobasi Cuida por meio de questionário online com 11 perguntas.
Quer saber mais sobre o pilar social da Cobasi? Acesse o Cobasi Cuida e descubra tudo sobre posse responsável e como ajudar ONGs que resgatam animais abandonados.

Janeiro Branco!

Campanha nacional alerta os tutores sobre a saúde mental e emocional dos animais, além dos direitos garantidos por lei.


O primeiro mês do ano pede atenção ao bem-estar animal! Janeiro branco é uma campanha fundamental, pois muitos tutores saem de férias nessa época e abandonam seus cães.

Assim como os humanos precisam cuidar da saúde mental, a saúde emocional dos pets também precisa de uma atenção especial.

De acordo com a matéria publicada no site Healtine, um estudo do American Kennel Club, apontou que a separação e o medo podem deixar os cães mais estressados e ansiosos. Mas a matéria também aponta que o humor e a convivência com o tutor também podem afetar o comportamento do animal.

Afinal, o que é garantir o bem-estar do pet?
Proporcionar um ambiente e uma rotina adequada para que o cachorro tenha uma vida saudável faz parte do processo para garantir qualidade de vida.


Muitos tutores acreditam que isso significa “mimar” o cão, o que é incorreto, pois todo animal tem direitos garantidos. De acordo com a Farm Animal Welfare Comittee, as 5 liberdades dos animais são:

livres de medo e estresse;
livres de sede e fome;
livres de qualquer desconforto;
livres de dor, injúrias e doenças;
livres para expressarem seu comportamento natural.


Quem não sabe como pôr em prática o manejo correto, pode pedir orientações a um veterinário ou especialista em comportamento animal. Além disso, é muito importante saber a respeito das necessidades básicas que garantem qualidade de vida aos cães:

Alimentação apropriada
Todo animal deve receber uma alimentação conforme o porte e idade. Cada ração possui nutrientes adequados de acordo com a fase de vida do pet.

Quem desejar optar pela alimentação natural, deve consultar um especialista antes. Deixar de alimentá-lo corretamente pode afetar a qualidade de vida e saúde do animal.

Enriquecimento ambiental
Introduzir o enriquecimento ambiental em casa pode melhorar muito a rotina e comportamento do cachorro. Com os estímulos certos o totó pode gastar energia, aliviar o estresse e ansiedade.


Todo animal precisa vivenciar desafios, correr, cavar, morder e brincar – sempre com objetos corretos próprios para ele – são essenciais para que ele desenvolva mais seus instintos e tenha um comportamento mais calmo.

Socialização com outros animais e pessoas
Os cães precisam socializar desde filhotes para que tenham um bom comportamento no futuro e não vejam outros animais ou pessoas como “inimigos”.

Muitos cães avançam, rosnam e sentem medo da aproximação de um desconhecido porque não foram incentivados a terem essa relação. A falta de socialização pode influenciar no comportamento do animal e trazer problemas para o tutor posteriormente.

Passeios
Todos os cães devem passear todos os dias. O passeio é o momento do cachorro relaxar e gastar a energia acumulada em casa. Além disso, é um momento único para ele criar vínculo com o tutor.


Seja na rua ou em um parque, o passeio é o momento oportuno para o pet usar seus instintos caninos, como audição, visão e olfato. Para os totós cheios de energia e que ficam dentro de casa o dia todo, o passeio é primordial para evitar comportamentos destrutivos.

Quando um cachorro fica sozinho por muito tempo, por exemplo, sente ansiedade de separação. Isso pode deixá-lo inquieto, sem fome, além de impulsioná-lo a destruir objetos da casa ou até mesmo se machucar.

Cuidados médicos
Negar assistência médica quando o cachorro estiver doente é considerado maus-tratos, segundo a Lei 9.605/98. Qualquer sintoma de dor ou situação que coloque o animal em risco, precisa levá-lo imediatamente a uma clínica médica.

Quem não pode arcar com os custos médicos de um animal, não deve adotar, pois sujeitará o cão a condições de sofrimento.

Adoção responsável é ter cuidado, responsabilidade e comprometimento a longo prazo. Independentemente da realidade da família, há maneiras simples de trazer conforto e qualidade de vida ao pet.

Os 3 elos impactados pelo aquecimento global: saúde humana, animal e o meio ambiente

Aquecimento global já impacta a transmissão de doenças no Brasil
Efeitos das mudanças climáticas na saúde e biodiversidade tendem a se agravar, alertam especialistas. A humanidade está em risco?

As mudanças climáticas já são um fator de aumento da transmissão de doenças no Brasil e no mundo, tendência que se acentuará à medida que o planeta ficar mais quente, alertam especialistas brasileiros.
A comunidade científica mundial formou, nos últimos anos, um consenso em torno do conceito de “saúde única”, que estabelece a indissociabilidade entre saúde humana e animal e o meio ambiente. Esses três elos são diretamente impactados pelas mudanças climáticas.
A Profa. Dra. Mariana M. Vale, docente da UFRJ, que foi um dos representantes brasileiros no Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), principal fórum científico mundial sobre o aquecimento global, aponta que a temperatura média no planeta aumentou 1,1 grau Celsius, desde o início da Revolução Industrial (1750 é o ano-base de comparação). O cenário mais provável é de uma elevação de 3ºC a 3,5ºC até 2100, o que colocaria a humanidade diante de uma catástrofe socioambiental.
A partir da década de 1950, houve uma elevação exponencial nos episódios de emergência de novas doenças zoonóticas, causadas por patógenos que só circulavam em animais, muitos silvestres, e que foram transmitidos para as pessoas.
Esse evento – a passagem de um patógeno de um animal para um humano – é chamado de spillover, termo em inglês que pode ser traduzido como “transbordamento”. Os patógenos podem ser um vírus (os principais causadores de pandemias), bactérias, protozoários e fungos, entre outros.
A mudança de uso e cobertura do solo foi a principal causa da emergência destas zoonoses virais, esclarece Mariana Vale. Ao desmatar áreas naturais para a agricultura, pecuária e expansão urbana, entre outras atividades, as pessoas entram em contato com animais silvestres com mais frequência, o que aumenta a possibilidade do transbordamento de vírus para os humanos.
O aquecimento global veio para agravar um quadro que já era bastante preocupante. O impacto negativo principal ocorre com doenças mediadas por vetores, em geral mosquitos e outros insetos, que dependem de ambientes quentes e úmidos.
Com a elevação das temperaturas, a distribuição geográfica desses vetores está mudando, expandindo-se em direção aos polos. Doenças, no passado limitadas aos trópicos, hoje estão presentes em regiões temperadas.
Esse mesmo fenômeno, de expansão da distribuição de vetores, já provocou aumentos nas áreas de incidência, no Brasil e no mundo, de doenças como a leishmaniose, malária, febre amarela, dengue, zika e chikungunya.

Leishmaniose

O Prof. Dr. Eduardo de Castro Ferreira, pesquisador da Fiocruz Mato Grosso do Sul, ressalta que a leishmaniose exemplifica bem as relações entre os elos da saúde única e as mudanças climáticas, porque o aquecimento global tem expandido a área de ocorrência da doença.
A leishmaniose é uma doença infecciosa provocada por protozoários do gênero Leishmania e transmitida por insetos flebotomíneos, entre os quais se destaca o Lutzomyia longipalpis, comumente conhecido como mosquito-palha, apesar de não ser um mosquito propriamente dito. Existem dois tipos de leishmaniose: a tegumentar, que em geral afeta animais silvestres, e a visceral, cujo animal reservatório em ambiente urbano é o cão.
Tanto os flebotomíneos quantos os mosquitos vetores da dengue, zika e chikungunya são insetos que vivem bem na região dos trópicos, em ambientes com temperaturas mais elevadas e uma certa umidade, onde eles encontram o microambiente adequado para a sua sobrevivência e reprodução.
“Se a gente considerar a elevação de temperatura no globo terrestre, a faixa de abrangência de onde esses insetos vetores podem viver e se reproduzir também vai se ampliar. Com isso, os insetos têm a possibilidade de colonizar novos ambientes e, estando infectados, podem dar início a novos surtos em áreas onde a doença não era relatada”, alerta o Biólogo.

Malária

A malária é transmitida por meio da picada da fêmea do mosquito do gênero Anopheles infectada por protozoários do gênero Plasmodium. No mundo, houve em 2021 cerca de 247 milhões de casos da doença, com aproximadamente 619 mil mortes, a grande maioria na África Subsaariana. Já no Brasil, houve cerca de 129 mil casos em 2022, com 50 mortes, sendo que 99% dos casos são transmitidos na Região Amazônica.
A Profa. Dra. Silvia Maria Fátima Di Santi, conselheira do CRBio-01 e chefe do Núcleo de Estudos em Malária do Instituto Adolfo Lutz, alerta que houve uma expansão da área de incidência da doença no Brasil nos últimos anos.
Na Mata Atlântica brasileira há casos atuais de malária transmitida de primatas para humanos. As condições para o spillover, acreditam os especialistas, foram criadas pelo turismo ecológico e o desmatamento do bioma para a construção de condomínios e outros empreendimentos.
Houve também surtos de malária na Bahia e no Piauí em 2021, estados onde não havia a transmissão da doença, aponta Silvia Di Santi.
“Ainda mais surpreendente foi a volta da transmissão de malária em regiões no sul dos Estados Unidos, após 20 anos sem malária autóctone no país. Embora poucos casos tenham sido reportados na Flórida e no Texas, eles servem como um alerta sobre a possibilidade de ressurgimento da doença, visto que as alterações climáticas impactam na ampliação de criadouros dos mosquitos”, afirma a Bióloga.
“A gente não podia imaginar que os Estados Unidos voltariam a ter transmissão de malária. O vetor já existia, mas não havia doentes. Com os verões mais quentes, o vetor está aumentando a capacidade de transmissão. O calor e a umidade são condições que propiciam o crescimento do vetor. Com o aumento da temperatura, ele se torna mais competente para processar o parasito, porque tem um ganho biológico para fazer o ciclo de maneira mais rápida. O vetor consegue infectar num período menor, o que aumenta a transmissão”, ela explica.

Febre amarela

Em áreas florestais, o vetor da febre amarela é principalmente o mosquito Haemagogus. Já no meio urbano, a transmissão se dá por meio do mosquito Aedes aegypti, o mesmo da dengue.
A Profa. Dra. Marcia Chame, pesquisadora titular da Fiocruz, destaca a epidemia de febre amarela que assolou estados do Sudeste. Os primeiros casos na região foram registrados em 2014 e a epidemia começou em 2016.
Em 2019, ela relata, agentes de saúde e voluntários identificaram macacos mortos pela febre amarela em áreas silvestres da Região Sul, um prenúncio de que a doença poderia se alastrar para humanos nesses estados.
A identificação de primatas mortos foi possível graças ao Sistema de Informação em Saúde Silvestre (Siss-Geo), uma plataforma tecnológica da Fiocruz com aplicativo para celular e web, que permite a qualquer pessoa fotografar e fornecer informações sobre animais em todo o território nacional.
Marcia Chame e sua equipe utilizam os dados armazenados no Siss-Geo para produzir modelos matemáticos complexos que identificam áreas onde zoonoses podem surgir. Os modelos subsidiam a atuação do Ministério da Saúde e secretarias de saúde, por exemplo, quanto à vacinação dos habitantes das áreas de risco.
“A febre amarela estava descendo para o Sul do Brasil. O Siss-Geo nos permitiu identificar os corredores por onde o vírus se expandia e a velocidade de transmissão, e assim planejar a vacinação dos habitantes dessas áreas. Acreditamos que a vacinação reduziu o número de casos de febre amarela no Sul, que foi 90% menor do que no Sudeste”, destaca a Bióloga.

Biodiversidade

A Dra. Erika Hingst-Zaher, diretora do Museu Biológico do Instituto Butantan, enfatiza que as mudanças climáticas afetam de forma multifatorial aos humanos, fauna, flora e meio ambiente. Uma das consequências mais graves é a perda de biodiversidade.
A vegetação é a primeira a ser impactada pela elevação das temperaturas e alterações nos regimes pluviométricos. As plantas estão se adaptando às novas condições e florescendo ou frutificando mais cedo ou mais tarde que o usual. O ritmo das plantas afeta diretamente o ciclo de todos os animais que dependem delas para se alimentarem.
Nas regiões montanhosas, a elevação da temperatura provoca um deslocamento da fauna para as áreas mais altas. Esse processo está em curso e vem sendo detectado em diversas regiões montanhosas do planeta, inclusive em Itatiaia, uma das áreas mais altas do Sudeste, localizada na divisa dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, relata a Bióloga.
Ela explica que, em cada faixa de altitude da região, há uma comunidade biótica específica. No topo, ocorrem em geral espécies endêmicas, que evoluíram em isolamento e se adaptaram a temperaturas baixas.
“Com o aquecimento global, os animais que estão na base sobem um pouco e os que estão nas faixas intermediárias também. Mas o que fazem os que estão no topo? Essas espécies são exatamente as mais ameaçadas, de distribuição mais restrita. Elas não têm o que fazer”, adverte Erika Hingst-Zaher.

Negacionismo

Um dos aspectos que mais afligem Erika Hingst-Zaher é a falta de engajamento e ação da sociedade diante da emergência climática.
No passado, avalia a Bióloga, a postura podia até ser justificável, porque o aquecimento global remetia à imagem distante de um urso polar flutuando num iceberg com poucos metros quadrados de superfície.
No presente, as mudanças climáticas – agravadas pelo El Niño – atingem os brasileiros diretamente em eventos como as ondas de calor nas grandes cidades, a seca histórica na Amazônia e enchentes e tufões no Sul do país.
Erika Hingst-Zaher elenca uma série de fatores para a postura negacionista de grande parte da sociedade. A primeira é a desconexão das pessoas em relação à natureza, principalmente dos habitantes de áreas urbanas. Nas áreas rurais e sobretudo em comunidades indígenas e tradicionais, onde as pessoas têm contato direto com a natureza, as alterações nos ciclos anuais ficam evidentes.
Uma segunda justificativa para o negacionismo a respeito das mudanças climáticas, na visão da Bióloga, é a angústia causada pelos cenários desoladores para o futuro. A angústia provoca, em certas pessoas, uma atitude de negação, enquanto outras ficam paralisadas (“Se o problema é tão grave, não tem nada que eu possa fazer para resolver”).
Erika Hingst-Zaher identifica ainda um grupo de pessoas que optam por negligenciar as mudanças climáticas por razões econômicas ou políticas, colocadas acima da necessidade coletiva de tratar da questão.
Por fim, há um grande número de pessoas no Brasil que não se engajam com o tema, porque enfrentam problemas imediatos muitos mais sérios. Esse grupo vive abaixo da linha de pobreza e se defronta com questões como insegurança alimentar. Tragicamente, eles são os mais afetados pelas mudanças climáticas, principalmente pelos eventos extremos.

Humanidade em risco?

O Prof. Dr. Marcos Buckeridge, do Instituto de Biociências da USP, equipara o processo atual de mudanças climáticas aos eventos de grandes extinções no planeta.
Há 66 milhões de anos, o impacto de um asteroide sobre a superfície da Terra causou a perda de mais de 75% da biodiversidade no planeta e a extinção dos dinossauros. Há 250 milhões de anos, no período permiano, muitos vulcões entraram em erupção ao mesmo tempo, provocando também uma extinção em massa.
Nesses dois eventos, afirma o Biólogo, o planeta mudou de estado, o que provocou a extinção das principais espécies. Os organismos vivos resilientes que sobreviveram reiniciaram o sistema, levando a biosfera a um novo estado.
Para Marcos Buckeridge, que presidiu a Academia de Ciências do Estado de São Paulo de 2015 a 2019, as mudanças climáticas podem levar a uma nova mudança de estado da biosfera, que poderia causar o desaparecimento do Homo sapiens. Nesse caso extremo, como aconteceu nos outros eventos planetários de extinção em massa, os organismos resilientes que sobreviverem dariam continuidade à vida na Terra.
Mariana Vale, Eduardo Ferreira, Silvia Di Santi, Marcia Chame, Erika Hingst-Zaher e Marcos Buckeridge concederam entrevistas para a nova edição da revista O Biólogo, do Conselho Regional de Biologia da 1ª Região (CRBio-01), que aprofunda a discussão sobre as mudanças climáticas e saúde única.

Devo ou não levar o meu pet comigo para as viagens de férias e fim de ano?


Professora do curso de Medicina Veterinária do Cesuca alerta sobre os cuidados nas viagens longas e lista as opções mais adequadas para os cachorros e gatos


Natal e Ano Novo estão chegando e é justamente nesse período que muitas pessoas aproveitam para viajar e tirar algumas semanas de férias. E no caso dos tutores de pets é necessária muita organização, já que não é possível levar os animais para alguns lugares e deixá-los com pessoas que o pet não está acostumado nem sempre é a melhor opção.
De acordo com Alessandra Ventura, professora doutora do curso de Medicina Veterinária do Centro Universitário Cesuca, no caso de quem vai ficar fora de casa e não levará o animal, primeiro é preciso analisar a espécie, pois gatos e cachorros possuem comportamentos distintos.
Quando se trata de felinos, deixá-los em casa é aconselhável porque eles se estressam com facilidade devido as mudanças de ambiente, salvo raras exceções, e podem desenvolver doenças por conta do estresse e da queda de imunidade.
“Felinos não gostam de mudanças ambientais, então é aconselhada a visita de pet sitter ou alguém de confiança. É necessário lembrar que, apesar de mais independentes, eles gostam de companhia. Então quem for visitar deve gastar um pouquinho do seu tempo para brincar e fazer carinho nesses pets”, comenta Alessandra, que é médica veterinária.
Já os cães podem ser levados para hotéis para pets, onde podem ter mais atenção. Segundo Alessandra, eles não devem passar mais de seis horas por dia sozinhos. “Então duas visitas de uma hora quando se contrata um pet sitter pode não ser o suficiente. Nesses locais de hospedagem, costuma haver passeios e rotinas de brincadeiras com os cachorros”, afirma.
Quero levar meu pet, o que devo fazer?
Em relação aos cães, tudo depende do seu comportamento. Por exemplo, animais muito ansiosos em viagens de carro ou avião e já acostumados com hotéis, é uma boa opção deixar na própria cidade. Já aqueles com ansiedade de separação, o ideal é serem levados juntos aos seus tutores.
E mesmo que o pet seja acostumado com viagens, o tutor deve tomar alguns cuidados, conforme explica a especialista. “Jamais leve o seu animal sem identificação e microchip. Eles são extremamente importantes para casos de fuga, já que o local será diferente e o animal pode se perder com facilidade caso haja um acidente”, sugere a médica veterinária.
Além das vacinas e antiectoparasitários, o dono deve pesquisar sobre clínicas para atendimento na região e ter certeza sobre quais locais são pet friendly, além de saber se o hotel em que irá se hospetar permite que o animal fique sozinho no quarto.
“A carteira de vacinação deve estar atualizada e o animalzinho também deverá passar por uma consulta com um veterinário para emissão da guia de transporte animal, que permite que esse pet viaje. Para lugares internacionais, são necessários alguns exames como testes para leishmaniose e raiva, além de colocação de microchip.”


Saúde mental dos animais na ausência dos donos durante a viagem
Se for deixar gatos ou cães com parentes ou amigos, é necessário que o animal esteja familiarizado com a pessoa que ficará responsável, do contrário, a saúde mental poderá ser afetada.
Mesmo os cães que se adaptam mais rápido, a mudança pode gerar estresse, então é preciso ter cuidado para não haver alterações na alimentação. “O estresse costuma diminuir a imunidade e pode gerar uma disbiose, alteração no trato gastrointestinal, que leva à diarreia, podendo evoluir para casos mais graves como vômitos e posteriormente, necessidade de internação”, afirma.
“Lembrando que eles também devem ter todas as vacinas (polivalente, raiva e gripe) em dia. O dono deve se certificar que o antiectoparasitário (responsável por evitar pulgas, carrapatos e mosquito) esteja em dia. E é aconselhável levar cama e/ou coberta com o cheiro do tutor, para facilitar a mudança de ambiente e deixá-lo mais confortável”, indica a especialista.
Por fim, a médica veterinária diz que: “Programação para viagens, assim como para fazer com antecedência em hotéis e com pet sitters, é essencial para a tranquilidade do lazer quando se tem pet”.

Trajetória de grandes conquistas!

Um faturamento de R$ 8 milhões nos próximos dois anos. Essa é a meta de Cleber Santos e Dan Batista, sócios fundadores da Comport Pet, nome conhecido no mercado pela quase onipresença no setor, mais recentemente por alavancarem empresários e empreendedores na gestão de novos negócios.
Quem conhece a trajetória do casal, sabe que essa é uma nova etapa de uma série ininterrupta de projetos. O baiano de 34 anos, que foi morador de rua, e sua sócia e esposa, anunciam um plano audacioso: a formação da holding Grupo Comport formada por cinco empresas independentes.
A partir de agora, o Grupo vai representar no mercado as empresas: Comport Pet, que abrange creche, hotel, adestramento, entre outros serviços, além da Comport Ensino, universidade online criada na pandemia e que agora ganha sede física, a Comport Franquia, criada recentemente e que vislumbra a abertura de dez lojas por ano em diferentes cidades do Brasil com o selo Comport, além da Efeito Mídias, recentemente aglutinada pelo Casal para prestar serviços de mídia sociais para empresários do setor. Já no primeiro semestre de 2024 está prevista a oficialização da Comport Tech, que abrigará o escopo de sistema de gestão para o mercado, com foco em pet shops, clínicas, creches e hotéis do setor.


Investimento em sede conceito – A rampagem do casal de empreendedores inclui a inauguração, também agora, da nova sede da Comport Pet na Vila Mariana, bairro nobre de São Paulo. Um espaço de 1.200 m² construído ao longo dos últimos dois anos com um investimento aproximado de R$ 2 milhões.
Para o público final (tutores de pets), a sede contará com sala de cinema para cães e gatos, a primeira do Brasil segundo Dan Batista, além de todos os serviços de creche e hotel, adestramento, banho, tosa, loja, além de um espaço para atendimento veterinário e outras especialidades, como musicoterapia.
No viés negócios, além da primeira sede física da Comport Ensino – que realiza cursos profissionalizantes validados pelo MEC para quem deseja ingressar ou se aperfeiçoar no setor (mais de 3 mil alunos já passaram pelos cursos) – no endereço vai funcionar uma espécie de laboratório destinado à capacitação de futuros franqueados que, ao ingressarem no modelo de franquias, receberão treinamento nas dependências da loja em simulações operacionais do negócio e em aulas de gestão, finanças, marketing, vendas, entre outros tópicos pertinentes à representatividade da marca em suas regiões.
A proposta, explica Dan Batista, é fortalecer a loja como um centro de referência em bem-estar animal e de educação para o mercado. Uma espécie de ponto focal do setor, que desponta como um dos mais promissores de bens e serviços: o Brasil abriga cerca de 150 milhões de animais de estimação, dos quais mais de 85 milhões são cães e gatos, segundo dados do IPB (Instituto Pet Brasil).

Sobre Cleber Santos e Dan Batista
Dos R$ 20 aos R$ 8 milhões
Cleber Santos, CEO da Comport Pet, vivia em situação de rua quando passou a compartilhar sua vida com Grafiti, um cachorro srd. O cuidado com o animal chamou a atenção de um dono de pet shop da região, que ofereceu a Cleber, então com 14 anos, um emprego como ajudante. Lá recebia R$ 20 por semana. Aos 18 anos, ao ingressar no serviço militar, Cleber chegou a ser adestrador do canil por cinco anos. Já em outra experiência, em um hospital veterinário, teve a oportunidade de oferecer aos clientes o serviço de passeios (dog walking) e adestramento.
O jeito com os animais rendeu fama e os clientes foram crescendo. Rapidamente, Santos adquiriu um primeiro local para abrigar os pets que chegavam para passar o dia ou pernoitar. A escolha foi em um bairro de alto padrão de São Paulo, de onde vinha a maioria das demandas. Com investimento próprio, buscou fora do Brasil cursos de especialização. A escolha foi pela parte cognitiva dos animais, o que lhe rendeu o título de especialista em comportamento animal e um know-how essencial para valorizar os serviços e atrair uma clientela de celebridades.
O reconhecimento de adestrador de pets de famosos até empresário aconteceu sem intervalos, por meio dos olhos atentos de quem via no setor várias oportunidades de crescimento profissional pela demanda reprimida. Nascia ali um dos maiores empreendedores no setor pet do Brasil.
Virada de chave com Dan Batista
Empreendedora desde muito jovem, Dan foi um divisor de águas pessoal e profissional para Cleber. Baiana de Teixeira de Freitas, chegou em São Paulo com a mãe e os irmãos aos 14 anos e, ainda muito jovem, começou a trabalhar em uma loja de projetos de paisagismo como atendimento. Foi assumindo cargos nas áreas financeira, comercial, administrativa nessa e em outras empresas até o dia em que decidiu empreender na área de paisagismo e eventos.
Quando conheceu Cleber, o mesmo tinha acabado de falir após ganhar muito dinheiro com uma má gestão que zerou seu capital de giro. Dan conta que ao perceber habilidades diferentes para tocar o negócio – ela com gestão, ele com a especialização no setor – fez um trato: unir forças para tocarem a empresa juntos em sociedade igualitária. Começou a estudar sobre o setor pet e abraçou junto com o (já marido) o sonho de crescer na área.
Aceitando empreender em casa, dividindo o lar com a empresa, foi colocando para sua responsabilidade a parte operacional da Comport Pet e, junto com o sócio, encabeçando ações ousadas de marketing e lançando produtos inusitados para os alunos do daycare, a exemplo da “agenda do pet” produzida exclusivamente para o detalhamento de todas as atividades realizadas pelo animal no espaço, inovação que agradou o público e foi modelo para outras creches do setor.
Atualmente, além de dividir toda a gestão dos negócios, ministrar aulas na Comport Ensino, Dan comanda com Cleber o projeto de expansão do agora anunciado Grupo Comport. Ao que tudo indica, eles não vão parar por aí.


Como transformar as comemorações de final de ano em momentos mais amigáveis para os pets?


Médica veterinária lista dicas para que os tutores possam manter o bem-estar emocional e físico dos pets durante esses momentos desafiadores


O final do ano está chegando, repleto de comemorações e festividades em família.
No entanto, para os pets esses momentos podem ser desafiadores devido a sensibilidade auditiva. O medo dos cães a barulhos estridentes, como fogos de artifício, é o segundo problema comportamental mais relatado pelos tutores.
O instinto de sobrevivência dos pets desempenha um papel crucial na fobia uma vez que, na natureza, barulhos muito altos frequentemente indicam a presença de perigos iminentes. O problema é tão intenso que os cães podem se machucar ao buscar refúgio, fugir ou até mesmo desenvolver problemas graves de saúde, especialmente relacionados ao coração.
“Estratégias que visam minimizar o impacto desses estímulos, como a gradual familiarização com sons semelhantes e a criação de ambientes seguros são fundamentais para garantir o bem-estar emocional e físico dos pets durante esses momentos desafiadores”, detalha a médica-veterinária Mariana Raposo, gerente de produtos da Avert Saúde Animal.
Para auxiliar os tutores na criação de um ambiente mais amigável para os animais de estimação durante as comemorações, a profissional listou uma série de dicas.

Confira:

Apresente o som ao pet: Comece a acostumar seu pet com ruídos semelhantes aos fogos gradualmente, reproduzindo sons suaves e aumentando a intensidade ao longo do tempo. Isso pode ajudar a acostumá-lo com a experiência.
Refúgio Seguro e Aconchegante: Crie um espaço na casa onde seu pet se sinta seguro. Adicione cobertores, brinquedos familiares e mantenha esse ambiente acessível nos momentos da queima de fogos, permitindo que ele se retire para lá quando necessário.
Música como aliada: Coloque música suave para abafar os ruídos dos fogos para criar uma atmosfera mais relaxante e proporcionar distração para seu pet.
Abafe o som: Utilize fones de ouvido para cães ou chumaços de algodão para reduzir o som, sempre garantindo que o pet esteja acostumado com esses itens.
Gaste Energia Antes dos Eventos: Antes de períodos barulhentos, faça longos passeios e brinque bastante para ajudar seu pet a liberar energia, isso pode auxiliar a reduzir o estresse.
Brinquedos e atividades: Ofereça brinquedos recheados com petiscos ou jogos que estimulem o cérebro do animal. Essas atividades podem ajudar a desviar a atenção do pet dos fogos e proporcionar uma experiência mais positiva.
Presença do tutor: Fique próximo ao seu pet durante os episódios. Sua presença tranquila pode transmitir segurança e conforto.
Utilize suplementos alimentares específicos: No mercado, os tutores encontram um suplemento com combinação única de passiflora, Valeriana e Triptofano, com ação comprovada na prevenção de respostas comportamentais ao estresse. “Por ser um suplemento e não um fármaco, ele pode ser fornecido para animais de todas as idades, mas o seu uso precisa ser iniciado pelo menos 40 dias antes do início destes eventos mais estressantes”, explica Mariana.
O importante nestes momentos é observar o comportamento do animal e adaptar as estratégias conforme necessário. “Ao tomar medidas preventivas e oferecer suporte adequado, o tutor pode proporcionar um ambiente mais amigável e acolhedor para o seu pet durante esses momentos desafiadores. Com isso é possível manter o bem-estar do animal e de toda a sua família durante as comemorações”, finaliza.