O que considerar na hora de hospedar seu pet

Dan Batista, sócia fundadora da Comport Pet, centro de comportamento e de bem-estar animal


Se você vai viajar nessas férias e tem um pet em casa, a decisão de onde deixar o membro peludo da família pode ser crucial. Dan Batista, sócia fundadora da Comport Pet, centro de comportamento e de bem-estar animal, localizado na Vila Mariana, São Paulo, orienta como escolher com segurança onde hospedar seu companheiro durante o recesso de final de ano ou durante as férias dos humanos.
Nos últimos anos, o mercado pet tem visto um crescimento significativo na oferta de serviços de hospedagem a domicílio para cães. Segundo estudo do Sebrae, a primeira metade de 2022 contabilizou mais de 18 mil empresas abertas nas atividades de serviços de cuidados pet, o que inclui essa categoria.
Dessa forma, é importante que tais locais obedeçam a alguns critérios essenciais para a segurança e o bem-estar animal. Dan acrescenta que os tutores devem estar atentos quanto a informalidade de alguns estabelecimentos, agora que esse tipo de serviço está aumentando muito rápido e sem muita regulamentação.
“Não podemos esperar que isso seja um negócio onde os membros de uma casa apenas cuidem espontaneamente dos cães por gostarem de animais. É essencial que a equipe dessa hospedagem tenha treinamento especializado para lidar com os hóspedes. Os funcionários desse local devem ter conhecimento em comportamento animal, comandos de adestramento e primeiros socorros”, alerta.
A especialista no setor indica o passo a passo para a escolha da hospedagem:

  1. Reputação: antes de tudo, pesquisar a reputação da creche ou hotel. Não vá colocando naquele local só porque é perto de sua casa ou levado a preços e descontos. Pergunte principalmente a outros tutores da região sobre a qualidade dos serviços e cuidados prestados.
  2. Instalações: visite pessoalmente as instalações para observar as condições de higiene, o tamanho de espaço disponível, e se no local os animais podem correr livres: a qualidade das áreas de recreação é crucial para garantir o bem-estar do seu pet. Fuja de locais que deixam os pets presos em gaiolas. Para pais de gatos, verificar se há espaço específico, com “gatificação” (estrutura de enriquecimento ambiental para eles, como um playground felino), e separados dos cães.
  3. Políticas de vacinação e saúde: verifique se a creche ou hotel exige que todos os cães e gatos estejam com as vacinas em dia. Isso é essencial para prevenir a propagação de doenças entre os animais presentes no local.
  4. Proporção de monitores: é muito importante a atenção individual nesses espaços, principalmente para os cães. Quanto menor a proporção de cães por monitor, melhor. Isso garante que cada animal receba a supervisão necessária. A presença de adestradores qualificados no local é um forte diferencial, pois na própria rotina da creche eles podem ensinar novos condicionamentos para os cães e ajudarem na adaptação. Geralmente, o recomendado são até 10 cães para 1 monitor.
  5. Atividades apropriadas: avalie as atividades oferecidas. Uma creche ou hotel que proporciona estímulos mentais e físicos consistentes e atualizados é crucial para manter seu cão feliz durante a estadia. Não basta só ter bolinhas e brinquedos no ambiente ou um amplo espaço onde eles fiquem soltos aleatoriamente. No dia a dia, a equipe de hospedagem deve desempenhar diversas funções para garantir a segurança e o conforto dos cães. Desde atividades de entretenimento, práticas ao ar livre que respeitem os horários adequados para a saúde dos animais (até as 10h da manhã, ou após as 15h, por conta da incidência do Sol), alimentação adequada e acompanhamento constante dos animais hospedados.
  6. Políticas de emergência: certifique-se de que existem procedimentos claros para emergências médicas. Estar preparado para lidar com situações inesperadas é um sinal de responsabilidade dos locais que oferecem esse serviço. Verifique se a equipe dessa hospedagem tem curso de primeiros socorros e uma veterinária responsável. Um diferencial é o endereço estar próximo a hospitais conveniados 24 horas, caso necessário.
  7. Adaptação prévia: ao escolher a hospedagem, é crucial a adaptação prévia. Antes da estadia, permitir que o pet visite o local para se acostumar com o ambiente e com os monitores. Passar um dia na creche antes de efetivamente se hospedar por mais dias é uma ótima opção. Escolha estabelecimentos que permitam essa opção.

Os Nossos!


Falamos aqui quais os 8 passos importantes antes de adotar um pet. Agora vamos comentar sobre os 8 cuidados que você deve ter com seu pet para enfrentar as ondas de calor.

O verão ainda nem chegou, mas o Brasil vem experimentando recordes de calor. Quase todos os estados brasileiros registraram temperaturas bastante altas neste mês de novembro, com diversas cidades enfrentando até 40°C. Dezembro não será diferente. Todos sentem na pele os efeitos do calor excessivo e, assim como os humanos, os pets também podem sofrer com as altas temperaturas, que podem levar a problemas de saúde, como desidratação e hipertermia.
Pensando nisso, Dora Awad, fundadora do Os Nossos, plataforma de serviços para pets, separou 8 dicas para ajudar os tutores a cuidarem dos seus animais de estimação durante essa época do ano.
Com a chegada do calor intenso, é fundamental que os tutores de animais de estimação redobrem a atenção e os cuidados com seus companheiros peludos. Assim como os humanos, os animais também podem sofrer com as altas temperaturas, e é responsabilidade dos donos garantir o bem-estar deles. Aqui estão algumas dicas essenciais para garantir que seu animal de estimação tenha um verão seguro e confortável:

  1. Hidratação constante
    Assim como os humanos, os animais precisam se manter hidratados para combater o calor. Certifique-se de que seu animal tenha água fresca e limpa disponível o tempo todo, mas atenção que a água não pode ficar exposta ao sol. Se estiver passeando com seu pet, leve uma garrafa de água e um recipiente para que ele possa se hidratar durante o passeio.
  2. Não deixe o animal no carro
    Nunca deixe seu animal de estimação dentro de um carro estacionado, mesmo que por um curto período de tempo. A temperatura interna do veículo pode subir rapidamente, colocando a vida do do seu pet em risco. Se precisar sair do carro, leve seu animal junto ou deixe-o em casa.
  3. Evite passeios nos horários mais quentes
    O chão quente pode queimar as patas do seu animal de estimação. Evite passear nos horários mais quentes do dia, optando por manhãs e noites, quando a temperatura é mais amena. Antes de sair, teste o pavimento com a parte de trás da sua mão. Se estiver muito quente para você, estará muito quente para as patas do seu pet.
  4. Cuidado com os golpes de calor
    Animais, especialmente cães, podem sofrer com golpes de calor. Fique atento aos sinais de superaquecimento, como respiração rápida, gengivas e língua mais escuras que o normal e fraqueza. Se notar algum desses sintomas, leve imediatamente seu pet para um local mais fresco e consulte um veterinário.
  5. Ofereça sombra
    Se seu animal de estimação fica ao ar livre, certifique-se de que ele tenha acesso a áreas sombreadas. Providencie abrigos como casinhas ou uma área coberta para que ele possa se proteger do sol intenso.
  6. Cuidados com a pelagem
    Escove regularmente a pelagem do seu animal para remover o excesso de pelos e ajudar na regulação térmica. Em algumas situações, pode ser apropriado cortar o pelo do bichano, mas consulte um veterinário antes de tomar essa decisão.
  7. Resfriamento adicional
    Forneça ao seu pet meios adicionais de resfriamento, como tapetes gelados, ventiladores e até mesmo banhos refrescantes, especialmente para cães que tendem a superaquecer.
  8. Proteção contra parasitas
    O calor muitas vezes traz consigo um aumento na atividade de parasitas, como pulgas e carrapatos. Tenha cuidado para que seu animal esteja protegido com produtos adequados e mantenha seu ambiente limpo.
    Ao seguir essas dicas simples, você estará garantindo que seu pet aproveite o verão com segurança e conforto. Lembre-se: a atenção extra durante os meses mais quentes faz toda a diferença no bem-estar do seu companheiro peludo.
    “O verão pode ser uma época difícil para os animais de estimação, mas com alguns cuidados simples é possível ajudá-los a enfrentar o calor com tranquilidade. É importante lembrar que cada animal é único, e as necessidades de cada um podem variar. Por isso, é fundamental consultar um médico veterinário para obter orientações específicas para o seu pet”, finaliza Awad.

Oito passos importantes!

Feira de adoção de pets acontece no próximo dia 17 durante o evento mais esportivo do ano.

Av. Alexandre Barbosa, 160- Uberaba- MG

De acordo com o Instituto Pet Brasil, o país tem hoje 6,1 milhões de cães e 2,7 milhões de gatos em condição de vulnerabilidade, isto é, que vivem sob a tutela de famílias classificadas abaixo da linha da pobreza, ou que vivem nas ruas. Há ainda 185 mil animais abandonados ou resgatados por maus-tratos aos cuidados de ONGs e grupos de proteção. Um cenário que mesmo sendo considerado um crime previsto em lei, tende a se acentuar nessa época do ano.

Para combater isso, a Alesp instituiu, em 2021, o Dezembro Verde, tornando a data um marco para quem se importa com a causa animal e para lembrarmos que atitudes relativamente simples podem transformar milhares de vidas de cães e gatos do Brasil. Diversas organizações e instituições apoiam a data, entre eles os conselhos de medicina veterinária, mostrando a relevância da iniciativa.

“Adotar um pet é um ato de amor que pode trazer muito carinho, companheirismo e felicidade para as famílias e os lares, porém alguns cuidados são muito importantes e devem ser levados em consideração assim que o interesse pela adoção de um pet despertar”, afirma Roberta Paiva, gerente de marketing de Pet Health de empresa de empresa referência no desenvolvimento de soluções para a saúde e a primeira do setor a ter produtos para animais de companhia certificados com o selo de bem-estar animal. Ela aponta oito passos que contribuem para uma adoção responsável, isto é, aquela que considera o compromisso ético e consciente de cuidar de um animal de estimação de forma adequada, levando em consideração suas necessidades físicas, emocionais e comportamentais.

  1. Informe-se. Se você nunca teve um animal de estimação antes, converse com pessoas próximas para compreender suas experiências. Você também pode visitar ONGs e abrigos para entender quais são as demandas e necessidades que envolvem o cuidado de um pet;
  2. Compartilhe a decisão. A chegada de um novo animal a um lar interfere na rotina de todos. Por isso, caso você viva com outras pessoas, consulte-as para compreender se todas estão dispostas a embarcar nesta nova jornada. Ou seja, mesmo que haja uma divisão de tarefas, eventualmente, é importante que todos na casa estejam preparados para assumir as funções que envolvam o cuidado do novo membro da família;
  3. Avalie a disponibilidade de tempo. Você deverá destinar tempo da sua rotina para as interações com o pet além de atenção com os cuidados com a saúde. Por mais tranquilo que seja o pet, ele demandará cuidados diários e também dependerá de você para se exercitar e brincar. Lembre-se: você é o mundo dele;
  4. Avalie o perfil comportamental do animal. Busque informações sobre o comportamento do animal com as ONGs ou com os responsáveis pelo pet. Assim como nós, os animais têm diferentes perfis. Há os que são mais ativos, os mais calmos, os que aceitam a companhia de outros animais, os que não aceitam, entre muitas outras variáveis. É fundamental que o seu perfil e a sua rotina tenham sinergia com o perfil do animal para que a adoção seja bem-sucedida. Isso é muito mais importante do que avaliar a aparência física do amiguinho!
  5. Prepare um ambiente adequado. Oferecer um ambiente seguro e estimulante para o animal é crucial. Isso inclui espaço suficiente, abrigo adequado, brinquedos apropriados e interação social. você mora em condomínio e/ou de aluguel, certifique-se das regras. Há proprietários que não aceitam pets, bem como condomínios que também possuem regras mais rígidas sobre a questão;
  6. Tenha paciência. A adaptação é um processo que exige tempo e dedicação. Pense como é difícil para você se adaptar ao novo, como uma nova casa, um novo trabalho ou ir morar com alguém. Com isso você terá uma ideia de como é para o pet a chegada a um novo lar. Saiba que você precisará se dedicar até que seu novo amigo de estimação esteja completamente adaptado e sentindo-se realmente em casa!
  7. Cuide do seu pet. Lembre-se que cuidar do seu pet vai muito além de fornecer alimento e água. Ele é um ser vivo que, assim como você, precisa de interação social, de se exercitar, se divertir, ter momentos dedicados à higiene e aos cuidados com a saúde, atividades que dependerão de você,, seja se dedicando, seja procurando apoio profissional, como veterinários, tosadores, creches e passeadores;
  8. Avalie os custos. Além das consultas veterinárias, seu novo amiguinho precisará de ração de qualidade, vacinas, banhos periódicos, proteção antiparasitária e outros cuidados médicos quando necessários. Esteja ciente dos gastos envolvidos, lembrando que essas também são responsabilidades de um responsável por cão ou gato.

Dezembro Verde: por que é tão importante falar sobre abandono de animais?


A maioria das pessoas com as quais comento sobre a rapidez do tempo (conversa bem comum em elevadores) concorda, até porque elevador não é um lugar muito confortável para opiniões contrárias. Está mesmo muito rápido. Para quem trabalha criando conteúdos, fazendo matérias, escrevendo artigos (e não sei mais qual a nomeclatura desse tipo de trabalho- porque tudo mudou “tão depressa”) o tempo parece então mais acelerado. Tenho um amigo que diz que todos os dias “é dia do Serginho Groisman”. O programa do apresentador- a maioria das pessoas sabe- acontece todos os sábados na na rede Globo de televisão…Então a referência: “já é sábado de novo?”. Pois é, todo dia é sábado. Ou segunda, ou terça…

E ai chegou de novo o mês de dezembro. Esses dias fiquei pensando nos discursos que são comuns em reuniões de final de ano: “…esse ano foi difícil porque…ou esse ano vivemos uma grande alegria com…”. Todos os anos são assim. Dias difíceis, dias fáceis, mais ou menos…A vida vai passando, talvez realmente mais depressa. Eu acredito que sim. Então estamos aqui mais uma vez para lembrar de uma campanha muito importante que é celebrada no último mês do ano. Com certeza para reforçar o que de fato não podemos esquecer: o abandono de animais.

“Atitudes simples podem transformar milhares de vidas caninas e ajudar a diminuir o número de abandono de animais nas ruas. Dezembro é uma data muito importante para quem se importa com a causa animal: é o mês de conscientização contra o abandono.” Essa campanha existe porque nessa época, muitas famílias fazem as malas e viajam de férias, mas não incluem seus pets no destino. Com isso, o número de cães abandonados aumenta todo fim de ano, por isso, foi criado o Dezembro Verde.
Essa situação aponta um fator importante: há uma carência de adoção responsável no país. Abandono de animais é crime previsto na Lei Art. 32 da Lei nº 9.605/98, com pena de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, multa e proibição da guarda.

Por que as pessoas abandonam?
Todas as desculpas usadas para o abandono se direcionam a dois fatores: impulsividade na hora de adotar, falta de conhecimento sobre as necessidades do animal e falta de planejamento a longo prazo, envolvendo rotina, dinheiro e tempo.

Além disso, outras desculpas são usadas para justificar o comportamento: latido excessivo, destruição de objetos, doenças ou até mesmo o envelhecimento do pet. É notável em todas as situações que não há comprometimento com a vida do animal.

O que é necessário saber antes de adotar para evitar o abandono?
Acima de tudo, é preciso pensar na qualidade e na expectativa de vida do cachorro. Cada fase do animal (filhote, adulto e sênior) exige cuidados específicos, desde a mudança na alimentação até a rotina.

Cuidar de um cachorro não é frescura. Castrar, vacinar, alimentar corretamente, passear todos os dias, brincar e receber atenção é um direito que todos eles têm. Por isso, adotar porque achou o cão fofo, porque se sente entediado ou para presentear alguém, por exemplo, são situações que podem facilmente impulsionar um abandono posteriormente.

Lembre-se: os cães não se comportam como seres humanos. Eles têm suas próprias necessidades e precisam correr, latir e brincar todos os dias.

Como ajudar a erradicar o abandono?
Uma pessoa só não consegue ajudar milhares de cães nas ruas. Porém, se cada um fizer sua parte e ajudar a conscientizar mais tutores, teremos menos abandono de animais e mais pets felizes.


Alertar, informar e advertir as pessoas sobre o mal que o abandono de cachorro pode causar não é uma tarefa fácil, mas é a principal chave para impactar vidas. Até pouco tempo atrás, os cães não eram vistos como parte da família ou como seres com sentimentos.

Muitos tutores ainda os enxergam como algo descartável, inferior. Contudo, a crença de abandono e maus tratos de animais pode ser mudada de várias formas:

informar amigos e conhecidos;
alertar sobre os problemas gerados pelo abandono;
compartilhar matérias confiáveis nas redes sociais;
orientar por meio de estudos que comprovam que cães abandonados sentem ansiedade, medo e outros sentimentos negativos.
Além disso, apoiar ONGs também é um ótimo meio para ajudar a acabar com o abandono de animais, além daqueles que foram resgatados. Inclusive, muitas instituições estão superlotadas devido ao grande número de devoluções e abandono.

Qualquer pessoa pode apoiar o trabalho dessas entidades e ajudá-las a salvar mais vidas por meio de:

doações em dinheiro;
doações de ração, remédios e itens pets;
postagem nas redes sociais de cães que precisam de um lar;
adoção responsável;
lar temporário;
conscientização sobre abandono e maus-tratos.


Faça a diferença na vida de um animal agora!
Cientificamente, já foi comprovado que os cães fazem bem para a saúde física e mental dos seres humanos. Todos nós podemos retribuir de forma simples, com muito amor e responsabilidade.

Adote se realmente puder cuidar e ter disponibilidade. Diga não ao abandono de animais! Siga as instruções da ONG corretamente para que haja uma boa adaptação e vocês desfrutem da companhia um do outro por muitos anos.

Inteligência Artificial na Medicina Veterinária: aliada ou concorrente?

Por Fabiano de Granville Ponce

Não é de hoje que experimentamos importante aumento das novidades em nosso mercado. Aliás, em qualquer mercado. Estudiosos descrevem este mundo de ciclos curtos (onde é importante aprender a desaprender para melhor aplicar tais novidades) como mundo VUCA, iniciais em inglês para Volatility (volatilidade), Uncertainty (incerteza), Complexity (complexidade) e Ambiguity (ambiguidade). Trata-se, portanto, de um contexto que nos obriga a constantes atualizações e rápidas adequações.

Com a pandemia, vimos um rápido aumento e capilaridade das ferramentas digitais em nosso cotidiano. Na área de saúde, destaque para o uso e a qualidade de plataformas de Telemedicina, no Brasil utilizada, sobretudo, na medicina humana.

Há pouco tempo, o Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV) publicou quando e como o médico-veterinário pode lançar mão deste tipo de atendimento. Mas o que era novidade – telemedicina na veterinária – em questão de semanas passou a ser menos discutida com a chegada avassaladora do ChatGPT, ferramenta on-line de Inteligência Artificial (IA). Cabe aqui salientar que IA já existe há décadas, mas pela primeira vez se tornou operacional, intuitiva e com fácil acesso ao grande público.

Ainda bastante polêmica, há quem entenda que com a IA não haverá mais onde trabalhar, que seremos rapidamente substituídos pela tecnologia. Por outro lado, há quem afirme que se trata de um importante avanço em nossa sociedade. Tratar-se-ia de uma ferramenta que possibilitaria, junto ao humano, incremento de produtividade. Opiniões não muito distintas daquelas de meados do século XVIII, com a Revolução Industrial. Passados 250 anos, facilmente concluímos que o mundo não acabou, tampouco os empregos.

Mas, acredito, temos sim que ficar bastante atentos com os desdobramentos da chegada da Inteligência Artificial. Para muitas profissões, inclusive a Medicina Veterinária, haverá grandes mudanças e os médicos-veterinários serão obrigados a se adequar à nova realidade que se avizinha.

Sob o ponto de vista do “copo meio cheio” e sem fazer exercício de futurologia ou ficção (trata-se do presente), podemos destacar alguns exemplos de como a IA pode ser uma parceira do médico-veterinário.

Está chegando ao Brasil uma ferramenta de Inteligência Artificial que oferece, ao veterinário de pets, auxílio em laudos de Raio X em poucos minutos: o veterinário gera a imagem a partir de seu aparelho de Raio X, na clínica ou no hospital, envia para a nuvem e, em poucos minutos, recebe um parecer. Uma importante melhoria na qualidade assistencial, seja ajudando o radiologista em um laudo mais acurado, seja ajudando o clínico plantonista durante a madrugada. Indo além: pode ser também uma importante ferramenta de apoio àqueles profissionais que laudam cerca de 20, 30 casos por dia.

Também no segmento de diagnóstico, equipamentos de mensuração de eletrólitos, gasometria e bioquímicos disponibilizam resultados acompanhados por uma impressão diagnóstica proveniente de Inteligência Artificial. Outra alternativa diferenciada para o aprimoramento da qualidade assistencial, principalmente para aqueles profissionais ainda menos experientes, que trabalham sozinhos e podem, a qualquer momento, atender um paciente criticamente enfermo.

O futuro já chegou. Cabe a nós aproveitarmos o que de melhor ele tem a nos oferecer.

Encontro de céu e mar…e muitos pets!

Arraial d’Ajuda- praia de Pitinga- BA


Pesquisa do Booking.com revela que 46% dos brasileiros priorizam empreendimentos que aceitam animais de estimação ao escolher um destino de férias, superando a média global
O mundo está se tornando mais pet friendly? Os números impressionam: segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), a presença de animais de estimação superou a de crianças nos lares brasileiros, com cerca de 140 milhões de pets para 48 milhões de domicílios. Desse total, estima-se que 46% das residências tenham um cachorro, enquanto os gatos estão presentes em 20% dos lares. Ainda, o censo do Instituto Pet Brasil (IPB) aponta que o Brasil é o terceiro país com o maior número de animais domésticos, com 149,6 milhões de pets. Por essa razão, os espaços pet friendly têm atraído cada vez mais consumidores exigentes, inclusive no setor turístico. De acordo com uma pesquisa realizada pelo Booking,com, 43% dos brasileiros afirmam que gostariam de reservar acomodações que recebam adequadamente seus animais de estimação em suas próximas viagens.
Para atender à demanda dos “pais de pets”, o segmento teve que reavaliar algumas políticas e começar a oferecer esse tipo de serviço, que se tornou um diferencial para os hotéis. Destacam-se os estabelecimentos que, desde a inauguração, não apenas oferecem acomodações nos quartos, mas também mimos para os animais.

Espaços públicos

Recentemente estive visitando uma grande amiga no sul da Bahia, mais precisamente em Arraial d’Ajuda, distrito de Porto Seguro. Já na travessia da balsa, várias pessoas com seus pets, ou na coleira, no colo e até mesmo em carrinhos próprios para cachorros (no caso). Claro que, com os olhos de “Moreno Pet Blog” a observação do comportamento em todos os lugares desse paraíso estiveram bem voltados para os bichos. Fora a natureza exuberante, o mar maravilhoso com temperatura super agradável, os pássaros de uma enorme quantidade de tipos e cores, micos, esquilos e etc, minha atenção foi maior para os pets. Vou falar em primeira pessoa mesmo porque se trata de uma experiência pessoal. Além do óbvio interesse econômico, constatei um fato muito agradável: a presença de pets “educados” em lugares público, como a praia, no caso.

Encontro de céu e mar!

No primeiro dia de caminhada na praia já fiz amizade com alguns pets- com permissão de seus tutores. Minha base foi a barraca Maré na praia de Pitinga. Atendimento maravilhoso, equipe incrível, comida das melhores e toda a serenidade que sempre é tão necessária para a vida. Nesse encontro de céu e mar fui devagar fazendo minhas novas amizades de 4 patas.

Eduardo Maia Oberlaeder e sua mãe, Tânia-amiga de longa data- com parte da equipe da Maré. TOP!!!

Auto-limpantes

Minha maior curiosidade foi sobre o “depois da praia” para os pets. Nós, humanos, ficamos loucos pra tomar um banho de água doce, tirar sal e areia do corpo. Por outro aspecto, pensava que os cães tivessem um pouco de medo de entrar no mar. Que nada! Primeiro que eles parecem ser auto- limpantes. Mas claro, precisam de água doce sim. A higienização é necessária para evitar coceiras e etc. Mas os tutores parecem estar cada vez mais conscientes em relação ao comportamento deles. Aqui não tem “cocô de cachorro” na praia. Certamente os tutores não querem ver sua praia preferida suja, portanto, não existe esse problema.

Brincando com as ondas

Eu me distrai muito curtindo os cachorros correndo mar adentro para pegar as bolinhas atiradas pelo seus tutores. Civilizadíssimos!!! entram no mar, pegam as bolinhas, nadam….às vezes entram apenas para nadar, acompanhar os donos, curtindo mesmo estar na água. Nos horários com areia mais quente (essa primavera tem sido bem quente), todos pra sombra.

Pet turista

Na Maré, pude conhecer e ficar mais próximo de uma casal de Brasília, frequentador assíduo do lugar. Junto deles, outras pessoas com o mesmo propósito: levar seus pets para as férias ou por outro lado, não deixá-los sozinhos em casa. Nesse casal com o qual fiz amizade, o que me chamou atenção instantaneamente foi o transporte dos “meninos”. eles chegavam em carrinhos de cachorro. Pensei que fosse carinho de bebê adaptado, mas não. São para pets mesmo. Coisa mais linda. E lá estavam eles todos os dias, acompanhado dos “colegas”. Assim vai se formando a comunidade dos amantes de pets. E, reforçando, sem sujeira alguma.

Pé na areia!

Atrás, a casa de praia da Maré. Linda!

Eu já conhecia Arraial d’Ajuda. Estive por lá algumas vezes. Mas com esse olhar mais direcionado para o universo pet, foi a primeira experiência nesse local. Super recomendo essa praia, essa barraca com essa equipe maravilhosa que garantem momentos muito agradáveis. Atrás da barraca Maré fica uma casa linda, construída por uns holandeses, que é administrada pela barraca Maré (empresa). Ideal para um grupo de amigos (até 9 pessoas) ou família se instalarem com luxo, requinte e com seus pets. Pé na areia. Um encontro bem feliz mesmo de céu, mar e pets. Moreno Pet Blog e eu agrademos muito pelos dias incríveis.

Amanhecendo em Pitinga!

Quebre o Elo

Campanha Quebre o Elo: O silêncio mata! Disque 190. Segundo pesquisadores, existe um elo entre violência animal e doméstica.


O Instituto Ampara, organização que, desde 2010, luta pelo bem-estar animal, está lançando uma campanha publicitária inovadora em parceria com a Agência Amithiva, com o objetivo de conscientizar a população sobre a relação entre a violência doméstica e animal. A iniciativa tem como base a Teoria do Elo ou Teoria do Link, que aponta para a coexistência de crimes intrafamiliares e sua concorrência com outros tipos de delitos violentos.
Segundo Thiago Abreu, CEO e fundador da Agência Amithiva, “a campanha é uma importante ferramenta de conscientização que o bem-estar animal vai muito além do que parece. A Teoria do Elo destaca que pessoas violentas contra animais também tendem a ser violentas com outros seres humanos, e vice-versa, evidenciando a gravidade desse elo entre a violência doméstica e os maus-tratos a animais”.
Evidências científicas respaldam a campanha, revelando a coexistência de abuso infantil, violência contra mulheres, idosos e animais. Estudos conduzidos por Maria Padilha, da Associação de Apoio e Defesa dos Animais em Meio Ambiente (AADAMA), apontam que 71% das mulheres vítimas de violência doméstica e que possuem animais de estimação relataram que seus parceiros ameaçaram, feriram ou mataram os animais da família. Além disso, em 88% dos lares investigados por abuso físico infantil, foi constatado também o abuso de animais.
Conforme as pesquisas de Padilha, 52,5% das mulheres vítimas de abuso reportaram que seus cônjuges haviam ameaçado, ferido ou assassinado seus animais de companhia. Tais dados reforçam a importância de compreender a Teoria do Elo, que abrange desde casos de abuso físico e sexual de animais até o uso de animais em rinhas e acumulação.
Diante dessa realidade alarmante, a campanha da Ampara e da Agência Amithiva propõe medidas concretas para enfrentar o problema. Thiago Abreu afirma que “é imprescindível unir esforços para combater a violência em todas as suas formas, seja direcionada a pessoas ou a animais. A campanha busca criar uma rede de proteção mais eficiente, abrangendo tanto as vítimas humanas quanto os animais que muitas vezes sofrem calados em um ciclo de violência que precisa ser quebrado”.
Nesse sentido, a campanha visa conscientizar a sociedade, os órgãos governamentais e demais instituições para promover a conscientização e educação sobre essa problemática. A campanha é um passo importante nessa jornada rumo a uma sociedade mais justa e consciente.

Por que é importante proteger os pets contra vermes, pulgas e carrapatos?


Além de coceiras e desconfortos, estes parasitas podem causar doenças importantes que impactam os pets e seus tutores


Vermes, pulgas e carrapatos são bichinhos indesejáveis para todos os tutores de pet. Além de terem efeitos desagradáveis, como causar coceiras (pulgas e carrapatos), dores abdominais e diarreia (vermes), estes parasitas também são responsáveis pela transmissão de doenças que podem ser sérias e representam um risco à saúde dos peludos e de sua família.
As verminoses quase sempre se desenvolvem sem sintomas aparentes, mas podem causar importantes impactos na saúde dos pets, principalmente quando acometem os filhotes e pets idosos. Os ovos e larvas destes endoparasitas são facilmente encontrados no ambiente e esperam apenas uma oportunidade para acometer cães e gatos, sem distinção por raça, idade ou tamanho.
“Todos os pets são suscetíveis às verminoses. Os filhotes e os pets idosos têm um sistema imunológico mais fragilizado, por isso podem apresentar sinais mais sérios como o crescimento inadequado no caso dos filhotes, pelos opacos, vômitos, diarreia e desidratação. Isso porque existe uma competição dos vermes pelos nutrientes da dieta do animal, e quando o pet é acometido por vermes que se alimentam de sangue, como é o caso do Ancylostoma sp., ele pode desenvolver quadros sérios de anemia, por exemplo”, conta a médica-veterinária e especialista de marketing da Unidade de Pets da Ceva Saúde Animal, Natalia Abreu.
As pulgas, por sua vez, também causam problemas relevantes para a saúde dos pets. Elas são responsáveis por quadros dermatológicos que vão desde uma leve irritação cutânea à sérias crises de dermatite, especialmente em animais que já têm histórico de alergia. Além disso, elas são os principais hospedeiros do Dipylidium caninum, um verme semelhante à tênia, que acomete os cães e pode acometer o ser humano.
“Ao se coçar, principalmente ao coçar com os dentes durante as fortes crises de irritação cutânea que a pulga causa no pet, é possível que o peludo ingira as fezes da pulga ou a pulga contaminada com o Dipylidium sp. e contraia a larva do verme. Essa larva se instala no intestino e causa danos à mucosa, o que ocasiona uma má absorção dos nutrientes e promove a perda de pelos e de peso do pet”, Natalia explica.
Já sobre os carrapatos, a médica-veterinária conta que eles são transmissores de três doenças importantes: a Febre Maculosa (que pode afetar pets de uma forma muito branda, mas tem potencial para ser fatal nos humanos), a Babesiose e a Erliquiose, que podem trazer graves consequências para o animal.
“A Babesiose é um problema comum, causada por protozoários do gênero Babesia sp., que se instala no interior das hemácias e se multiplica dentro delas, causando a sua ruptura e quadros de anemia recorrente, problemas no fígado, baço e rins. Já a Erliquiose é causada pela bactéria do gênero Ehrlichia sp. e afeta as células de defesa do organismo, desenvolvendo uma doença multissistêmica complexa, que pode afetar a produção de plaquetas e comprometer diversos órgãos do animal”, a profissional elucida. “Ambas são transmitidas pela picada do carrapato e o pet pode apresentar as duas doenças ao mesmo tempo, ou apenas uma”.

O que fazer se o meu pet tiver vermes, pulgas ou carrapatos?
Estes parasitas não são exclusivos de locais afastados ou com bastante mato e terra, eles também estão presentes nos centros urbanos e, por isso, é importante inspecionar o pet com certa frequência, se possível após cada passeio, assim como olhar atentamente às fezes quando for recolhê-las.
Ao detectar que o pet tem qualquer um destes parasitas, é importante ir a uma consulta com o médico-veterinário para que os parasitas sejam eliminados da forma mais correta e eficiente possível, além de realizar exames específicos de sangue e/ou fezes para determinar qual é o grau de infestação e se o pet contraiu alguma outra doença ou não.
“A importância destes exames está também em identificar qual o tipo de verme, por exemplo, que pode estar infestando o pet e se há riscos para os humanos, quais os cuidados devem ser tomados. No caso de carrapatos, é importante identificar qual a espécie do parasita para saber quais as doenças que ele pode transmitir ao pet, se há risco de febre maculosa para o humano, além de solicitar os exames específicos para Babesiose e Erliquiose nos animais infestados”, reforça.

Quais as melhores formas de prevenção?
Manter o ambiente de convivência do pet sempre limpo é essencial para evitar que vermes, pulgas e carrapatos se proliferem e causem grandes infestações. Manter a higiene adequada do pet também é importante para ajudar na prevenção, assim como o uso regular de antiparasitários recomendados pelo médico-veterinário, respeitando sempre o período de reaplicação especificado pelo fabricante.
“A prevenção é o que chamamos de ação multimodal, promovendo uma proteção 360º do pet. A higiene e limpeza são responsáveis por proteger o pet por fora, e quando associadas ao uso de produtos pour-on (pipetas) a base de Fipronil, como o Fiprolex®, as chances de o pet ser infestado por pulgas e carrapatos cai drasticamente. A proteção interna, contra os vermes, fica por conta dos vermífugos como o Canex® e o Petzi®, que protegem os pets de todos os tamanhos e idades contra as principais verminoses”, finaliza.
A adoção dos métodos de prevenção deve ser discutida com o médico-veterinário e a aplicação e fornecimento dos antiparasitários precisa ser individualizada para cada animal, de acordo com idade e peso, seguindo sempre a regularidade sugerida pelo fabricante a fim de garantis uma maior saúde para o peludo.
A prevenção é a melhor amiga do pet e do tutor, e ela precisa ser prática e eficaz, além de fazer parte da rotina do pet.

Usar rastreadores nos pets é mesmo seguro?

Veterinária comenta sobre o uso do dispositivo nos animais
e esclarece dúvidas

Os rastreadores próprios para animais de estimação prometem ser a solução para um dos maiores medos sentidos pelos tutores: o de perder seu bichinho de estimação. Afinal, com o dispositivo, é possível saber aonde o animal está em tempo real, facilitando a busca e o grande reencontro.

Porém, apesar de ser uma ideia muito promissora, ainda existem diversas dúvidas sobre o tema. Será que um rastreador é mesmo seguro para o pet? Pode molhar? Não dá choque? Para esclarecer essas e outras perguntas, conversamos com a médica veterinária Bruna Sanches, parceira de uma grande marca especialista em rastreadores por 4G. Confira!

Sem contraindicações
Bruna já começa trazendo boas notícias: qualquer animal pode usar o dispositivo sem nenhum risco à saúde! “Pelo contrário, hoje, uma das maiores incidência de atendimento, principalmente em felinos, é de pacientes que ficam alguns dias fora de casa e voltam machucados por brigas e atropelamentos. Com o rastreador o tutor pode localizar e trazer o pet em segurança para casa”, explica.

Pode morder e pode molhar
É praticamente impossível que um cachorro, ainda mais filhote, não queira morder as coisas, não é mesmo? Mas, nesse caso, não tem problema! A veterinária esclarece que o material usado já é pensado nas mordidas e até para evitar alergias no pet. Além disso, ela também destaca que o rastreador dessa marca é à prova d’água – mas vale retirá-lo no banho e tosa para evitar contato com produtos como o shampoo, por exemplo.

Atuar na prevenção é importante
Outro ponto levantado pela médica é de que o dispositivo não funciona apenas para dizer aonde o pet está após se perder, mas, também, para evitar que ele fuja. Para isso, além de ter medidas de segurança em casa, como portões, telas e vigilância, o tutor pode contar com essas funções assertivas no aplicativo: aviso caso o animal saia da “área segura” configurada previamente, histórico de movimentação do bichinho durante o dia, acompanhamento compartilhado com outra pessoa e muito mais!

Mas nem todos os rastreadores são seguros
“O rastreador dessa marca é o único que possui chip homologado com cobertura de sinal 4G para todo o Brasil, ou seja, ele tem uma diferença de posição do GPS, enquanto outros comprados na internet não. Os rastreadores importados não possuem homologação com nenhuma operadora brasileira, apenas chinesa, então a funcionalidade e segurança desses equipamentos não é eficiente”, avisa Bruna. Portanto, para o dispositivo funcionar corretamente e não ter nenhuma contraindicação, é fundamental apostar em uma marca autorizada e com propriedades brasileiras.

Animais de estimação que escapam das bombas buscam refúgio em Israel: ‘Muitos ficaram para trás’


Organizações de proteção animal e veterinários trabalham para ajudar pets que perderam a família no sul israelense e nas proximidades da Faixa de Gaza


Em meio ao conflito com o grupo terrorista Hamas, organizações de proteção animal e veterinários estão se esforçando para ajudar os animais que perderam suas famílias no sul de Israel e nas proximidades da Faixa de Gaza. Além de oferecer um novo lar a eles, os voluntários tentam reunir aqueles que escaparam dessas áreas com os animais de estimação que deixaram para trás. Autoridades estabeleceram uma linha telefônica para coletar informações e realizar missões de resgate.


Shay Weisberger, um dos organizadores por trás da iniciativa, disse que “muitos animais ficaram para trás”, e que “seus donos estão pedindo ajuda”. “Estabelecemos um número de telefone para que as pessoas nos forneçam detalhes e para que possamos retirá-los das áreas de perigo. Além disso, fazemos um apelo a quem esteja interessado em usar suas casas como lares temporários para entrar em contato conosco e oferecer a sua ajuda”, afirmou em comunicado à imprensa.
É o caso de Tal, que disponibilizou sua casa no norte de Israel para abrigar os animais de estimação deixados para trás pelas famílias de sua aldeia, que mobilizaram esforços para escapar de possíveis bombardeios vindos do Líbano. Ao “The Times of Israel”, ele disse que mora a oeste da Galileia, a pouco mais de quatro quilômetros do país libanês. A região, afirmou, tem sido considerada “parte do segundo grau de risco, em comparação com aqueles que vivem a menos de quatro quilômetros”.

— Muitas famílias tiveram que partir, e uma delas pediu que eu cuidasse de sua gata, Hazot, que precisou ser deixada para trás. Eu a visito todos os dias, dou comida e troco água duas vezes por dia — relatou ele, que também ficou responsável por um cão e um gato a pedido de outra pessoa. — Durante um dos bombardeios, o cão Malka estava tremendo e ficando nervoso, e o gato Paspas mostrava muitos sinais de estresse.


‘Medo dos bombardeios
Tal ressaltou, também, que os animais têm partido “de todos os lugares, tentando entrar nas casas das pessoas quando há mísseis ou bombardeios”. Do contrário, disse, “tentam encontrar algum lugar onde se sintam seguros”. Ele afirmou que muitas pessoas têm compartilhado fotos desses animais em grupos de WhatsApp na tentativa de encontrar seus tutores. Segundo ele, a chave para cuidar desses animais é fazê-los se adaptar a um ambiente de mudanças rápidas.
— Paspas gosta de ficar indo de dentro para fora de casa. Normalmente, pula pela janela do quarto à noite ou de manhã, quando quer dormir ou comer algo. Mas agora, como estamos no quarto seguro, estou tentando fazê-lo se acostumar a dormir dentro. Ele ronrona muito por volta das 5 da manhã todos os dias, momento em que eu costumava deixá-lo sair. Mas agora quero que ele fique dentro por medo dos bombardeios.
O trabalho de Tal em sua casa se junta ao de organizações de resgate de animais. Na quarta-feira de manhã, a ONG Tnu L’Chayot L’Chiot (“Deixem os animais viver”) partiu para Gaza com comida, veterinários e especialistas em resgate para ajudar o maior número possível de animais de estimação. Eles começaram o dia em Ashkelon. Depois, foram para a cidade fronteiriça de Sderot. A organização estabeleceu pontos de distribuição de comida para quem precisar.