Lúcio Flávio S. da Silva

A vida nas mãos!

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Natural de Igarapva- SP, Lúcio Flávio se formou em Medicina Veterinária na cidade de Uberaba-MG e por aqui ficou, onde tem construído uma carreira sólida com competência, adquirindo cada vez mais conhecimento nos Seminários que está sempre participando, cursos específicos e, especialmente na prática desse trabalho que exige, além de tudo isto, muito amor aos animais. Sim, porque acredito que uma pessoa que não tenha empatia pelos animais, também não os possa ajudar. Hoje, 9 de setembro, celebra-se o Dia do Médico Veterinário. Antes mesmo de se formar, Lúcio já participava de trabalhos voluntários em ONGs de proteção animal. Sua dedicação pelos bichos levou a Câmara Municipal de Uberaba a conceder-lhe o título de Cidadão Uberabense. Certamente é um orgulho para Uberaba ter um profissional desse nível somando muito ao trabalho oferecido por aqui no segmento de saúde animal. Hoje, Lúcio Flávio dirige sua clínica a VetCenter com dedicação, legitimidade e sobretudo compaixão pelos  que chegam até lá no colo de seus assustados tutores em busca de alívio para os  problemas de saúde dos seus amados animais. Por todo esse trabalho o Moreno Pet Blog cumprimenta os profissionais dessa área na pessoa do dr. Lúcio Flávio pelo dia do Médico Veterinário. Parabéns e obrigado!

 

“…não podemos esquecer que estamos lidando com uma vida, e com a confiança daqueles que o amam”

 

Marcos Moreno- Há quanto tempo você exerce a profissão de médico veterinário?
Lúcio Flávio S. da Silva–  Há aproximadamente 8 anos.

Marcos– Cresceu muito o número de profissionais desse segmento. Isso e um fenômeno notadamente regional, em função da faculdade, ou acontece em todos os lugares?
Lúcio-  Devido a diversos fatores sociais e econômicos o número de pets cresceu e também a sua importância como mais um membro da família e não um mero bichinho de estimação. Com isso houve uma crescente conscientização quanto aos cuidados e que estes estão diretamente ligados a saúde humana, não somente relacionados ao bem-estar, mas também no controle de doenças classificadas como zoonoses. Essas combinações de fatores resultaram num aumento da demanda por profissionais devidamente graduados e especializados dentro da medicina veterinária por todo o país.

Marcos- Também cresceram as especializações, o que até há bem pouco tempo não existiam muito nesta profissão. A tendência e de uma curva crescente neste aspecto?
Lúcio- Atualmente de acordo com uma pesquisa realizada pelo Instituto Pet Brasil através do IBGE, verificou-se que o setor pet cresce em torno de 13% ao ano, e com isso a atuação do profissional tem se diversificado cada dia mais. A importância que os pets estão conquistando dentro das famílias faz com que a busca por tratamentos, atendimentos, alimentos, medicamentos entre outras coisas sejam mais específicos o que torna as especializações e os seus campos de atuações cada vez mais procurados e valorizados.

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Marcos- Os animais domésticos mais comuns como pets – cães e gatos – podem desenvolver as mesmas doenças que os humanos?
Lúcio-  Sim. Temos as doenças especificas de cada espécie e raça, as doenças classificadas como zoonoses (que são as transmitidas pelos animais aos humanos), mas também temos o acometimento de doenças comuns a nós, como, problemas cardíacos, hormonais entre muitos outros.

Marcos- A indústria mudou a alimentação dos animais criando as rações que a cada dia são mais especificas. Os problemas da saúde dos animais mudaram em função disto?
Lúcio- A oferta de uma nutrição completa e balanceada trouxe muitos benefícios a saúde animal, além de uma enorme variedade de marcas e valores, contamos também com as especificidades como filhote, adulto, idoso, tipos de raças, porte do animal, além das rações clinicas para animais que possuem determinados tipos de doenças como diabetes, cardiopatias, etc. Ao fornecer uma alimentação adequada o tutor prove um aumento da qualidade e expectativa de vida do seu pet.

Marcos- No aspecto emocional os animais também começaram a receber mais atenção. Isto tem influência na saúde deles?
Lúcio- Com certeza, a saúde emocional está diretamente ligada a este fator, o excesso ou ausência de atenção podem resultar em distúrbios como ansiedade, estresse, comportamentos inadequados, podendo chegar no caso de ocorrer autoferimento e até mesmo depressão.

Marcos-Existem muitas teorias em relação a castração de cães e gatos para evitar ou não doenças futuras. Por exemplo a necessidade da fêmea ter pelo menos uma cria para não ter câncer. O que há de cientifico e o que há de popular nestas afirmações?
Lúcio- Há uma grande confusão no que toca a este assunto, muitas vezes usamos valores morais humanos e aplicamos aos pets na tentativa de justificar certas decisões. Não haverá frustração no macho por ser castrado e não cruzar, e nem falta de realização de uma fêmea por não ser mãe. Esses comportamentos nos animais ocorrem devido ao instinto biológico e não pela razão ou para corresponder expectativas. A castração em si traz inúmeros benefícios, a exemplo temos a prevenção de alguns tipos de câncer, evitar de a fêmea desenvolver uma infecção uterina (piometra), doenças da próstata, do macho ficar estressado por perceber cadelas no cio que leva a brigas por território, além do controle de natalidade que é de extrema urgência e importância já que lidamos com uma superpopulação de animais de ruas cada dia mais crescente.

Marcos- Que cuidados essenciais não existiam em relação aos animais domésticos há duas ou três décadas?
Lúcio-  Apesar da descoberta das vacinas serem anteriores a este período a prática da vacinação periódica é recente além das campanhas de conscientização e até mesmo a obrigatoriedade de determinadas vacinas. A vermifugação, cuidados odontológicos, alimentação adequada, alimentação natural e o acompanhamento veterinário são alguns dos cuidados essenciais mais atuais.

Marcos-Quando a eutanásia é um ato de amor?
Lúcio- A eutanásia de acordo com código de ética do veterinário é definida pela “indução da cessação da vida, por meio de método tecnicamente aceitável e cientificamente comprovado, realizado, assistido e/ou supervisionado por médico veterinário, para garantir uma morte sem dor e sofrimento ao animal”. Apesar de ser um assunto que resulta em discussões acaloradas, e dificilmente chega a um consenso, devemos ter em vista a dignidade até mesmo no ato da cessação da vida, já que a definição de amor é algo tão amplo e complexo.

Marcos- Na medicina humana o célebre Juramento a Hipócrates “sela” simbolicamente o compromisso profissional. Há algum paralelo na medicina veterinária?
Lúcio- Os principais preceitos que regem esses dois juramentos são pautados em bases comuns, na utilização da ciência com ética, respeito, visando a cura para o benefício do homem, mantendo o sigilo profissional em ambos os casos.

Marcos- Ainda a muita coisa para evoluir na medicina veterinária?
Lúcio- Assim como a medicina humana que se aprimora constantemente a veterinária não é diferente, com o surgimento de novas doenças, surgem novos tratamentos e meios de diagnósticos. Então estaremos sempre em busca do aperfeiçoamento.

Marcos- Que mensagem você deixaria para quem quer seguir essa profissão?
Lúcio- Como em qualquer profissão precisa amar e respeitar o que faz. Pois não podemos esquecer que estamos lidando com uma vida, e com a confiança daqueles que o amam.

 

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