Polêmica: Brexit vai exigir discussão sobre livre circulação de cães e gatos

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A liberdade de circulação dos 250 mil cães e gatos que a cada ano transitam entre o Reino Unido e a União Europeia (UE) é um dos temas que ganharam discussão popular devido ao Brexit. O tema, porém, é abordado com certa ironia em Bruxelas para ilustrar como será complexa a negociação entre o governo britânico e os dos 27 países do bloco comunitário.
“Obviamente, o destino da livre circulação dos cachorros e gatos, e outros aspectos, é da maior importância. Não só para a Comissão Europeia, mas para a União Europeia em geral. E diria, inclusive, que globalmente”, afirmou na quinta-feira (30) o porta-voz do Executivo comunitário, Alexander Winterstein.
O porta-voz deu a declaração da sala de imprensa, em tom jocoso e respondendo a uma pergunta de um jornalista britânico da “Euractiv”, parceira da Agência Efe, que se interessou por saber quão prioritário é o status dos animais de estimação britânicos no marco da negociação de divórcio entre Londres e Bruxelas.
Embora não deixe de ser uma lembrança menor, a mobilidade das mascotes é o símbolo utilizado pelo negociador do “Brexit” da Comissão Europeia, o ex-ministro francês Michel Barnier, para sintetizar a complexidade do cenário no qual o Reino Unido e a União Europeia estarão imersos durante os próximos 24 meses.
O primeiro a lançar a debate público essa “estatística muito interessante” foi o primeiro-ministro de Malta, país que neste semestre exerce a presidência rotativa da UE, Joseph Muscat.
“Por exemplo, Michel (Barnier) me perguntou: ‘Sabe quanto cachorros e gatos passam de Dover (Reino Unido) a Calais (França) com o passaporte para animais de estimação?’ Ele falou que são 250.000 e para isto também temos que encontrar uma solução”, comentou o político maltês em Valletta, durante o congresso do Partido Popular Europeu (PPE).
Atualmente, cachorros, gatos e furões podem movimentar-se livremente pela União Europeia, sempre que estejam acompanhados de seus donos e estejam devidamente providos de um passaporte para animais de estimação, um sistema iniciado pelo Reino Unido, onde a raiva foi erradicada há anos, e que a UE adotou em seu conjunto em 2012.
O passaporte para animais de estimação interessa, por exemplo, à Espanha, onde vivem 308.820 britânicos e que em 2016 recebeu 17,8 milhões de turistas do Reino Unido, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), muitos deles com suas mascotes.

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