Beatriz Martins Bessa

 

Sabe aquelas pessoas que saem às ruas da cidade em noites frias oferecendo ajuda para seres que não têm onde dormir? Pois é, assim é nossa entrevistada de hoje. Ela faz isso para proteger os animais de rua, que vivem ao relento, à mercê de toda e qualquer adversidade, seja por parte da própria natureza ou do homem. Ela não atua em uma ONG. É protetora independente, embora não deixe de ajudar também as ONGs que fazem esse tipo de trabalho. É um trabalho solitário, não é fácil e, sobretudo, um trabalho de doação. Doação genuína, anônima, e que faz tanta diferença. Ela não pode ajudar todos os cães do mundo, mas sua parte ela faz com tanto amor e dignidade que merece todos os aplausos. Um depoimento emocionante e muito consciente.

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“ Cuide de quem ficará com você até o final”

 

Marcos Moreno- Você tem atividade voluntária com cães de rua. Você se define com uma protetora?
Beatriz Martins Bessa– Sim. Nas noites frias saio às ruas da cidade para colocar caixas e cobertas para animais de rua. Ração, água e guia estão sempre em meu poder para casos de necessidade de resgate. Sempre dou lar temporário. Na medida de minhas possibilidades faço o que posso. O famoso trabalho chamado “formiguinha”.

Marcos– Acredita que todo animal pode interagir com os humanos ou alguma espécie não consegue?
Beatriz– Sim, todos os animais de alguma forma interagem com os seres humanos. A inteligência animal é temática que carece de estudos. Todavia, é indiscutível a percepção dos animais e interação destes com os homens.

Marcos– Também faz esse trabalho com outros animais, gatos por exemplo?
Beatriz– Sim, sempre! Qualquer animal em situação de risco busco ajudá-lo. Acredito que, se um animal cruzou o meu caminho, sou eu que devo ajudá-lo.

Marcos– Você já comprou algum animal ou todos os que passaram por sua vida foram adotados?
Beatriz– Todos adotados por compaixão.

Marcos– Quem tem um pet sabe, naturalmente, que o animal é muito inteligente. Que comportamento do seu(s) pet(s) você pode citar para exemplificar isto?
Beatriz– A percepção de um cachorro pode ser comparada à de uma criança de cinco anos. Cheios de artimanhas, choram, fazem “carinhas”, dão birra, dentre outros comportamentos para nos comover. Exemplo disso tenho na minha casa: tenho uma cachorra vira-lata que, nos momentos em que estou no celular, ela fica inquieta, grita, chora, pula para chamar minha atenção até que eu desligue o telefone.

Marcos– Qual o limite que não deve ser ultrapassado? (para que não haja confusão entre bichos e gente?)
Beatriz– Acho difícil colocar limites.

Marcos- Você acredita que a conscientização humana em relação ao respeito pelos animais tem aumentando?
Beatriz– Sim, com certeza! As redes sociais trazem esclarecimentos louváveis. A legislação sobre a proteção dos animais necessita de revisão e fiscalização, a fim de que seja posta efetivamente em prática. É sabido por todos que a prática de maus tratos e abandono é crime, bem como, que inexiste lei que proíba animais em condomínios. Maus tratos a animais silvestres ou domésticos, nativos ou exóticos é crime, incluem-se as rinhas. Experiências dolosas e cruéis com animais vivos, havendo alternativas, também se configura atitude criminosa. A consciência humana encontra respaldo, ainda, em castrações, vacinais, alimentação e profissionais capacitados.

Marcos– De que maneira você acredita poder contribuir para o crescimento do respeito e da consciência em relação aos animais?
Beatriz– No mínimo uma vez por semana posto em minhas redes sociais assuntos pertinentes ao favorecimento do bem-estar dos animais, dentre os quais: castração, maus-tratos, não ao abandono, adoção responsável, ajuda aos abrigos, protetores independentes, animais perdidos.

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Marcos– No universo de animais selvagens, qual o que mais atrai cada um de vocês?
Beatriz– Sou apaixonada por todos os animais. Vejo e contemplo a beleza de cada. Sou “louca” por eles.

Marcos– Que espécie de animais vocês jamais teriam como pet e por quê?
Beatriz– Pet, na minha concepção, é o animal que precisa do amor e da convivência com o ser humano. Animais que apenas se limitam a nos oferecer satisfação pessoal, eu jamais os teria.
Marcos– Touradas da Espanha ou as vaquejadas praticadas no nordeste brasileiro devem existir para preservar a cultura?
Beatriz– Não. A prática dessas atividades é cruel com os animais. Sou absolutamente contra. Acredito que, com a nossa evolução e com o passar dos tempos, essa tradição será extinta a ponto de ser considerada um passado enterrado.

Marcos– Um filme com animal.
Beatriz– “Hachiko: A história de um cão”. Hachiko: A história de um cão é a refilmagem de um longa japonês de 1987 que conta a conhecida história de Hachiko, um cão da raça akita que costumava esperar por seu tutor, um professor da Universidade de Tóquio, na estação Shibuya. Mesmo depois que o professor morreu, o cachorro continuou esperando por ele, todos os dias, por mais de uma década, até morrer, em 1935. As pessoas ficaram tão tocadas que construíram uma estátua de Hachiko na estação. A história é uma lenda famosa entre os japoneses.

Marcos– Uma mensagem aos humanos em relação aos animais.
Beatriz– “9 em cada 10 filhotes nunca encontrão um lar”…..
CASTRE!!!
“Não há bons ou maus combates. Existe somente o horror ao sofrimento, aos mais fracos, que não podem se defender. Então, se você puder doe ração, vacinas, castração. Os abrigos e protetores independentes estão lotados, precisando de padrinhos.”
AJUDE!!!
“ Cuide de quem ficará com você até o final”
NÃO ABANDONE!!!

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