Os 3 elos impactados pelo aquecimento global: saúde humana, animal e o meio ambiente

Aquecimento global já impacta a transmissão de doenças no Brasil
Efeitos das mudanças climáticas na saúde e biodiversidade tendem a se agravar, alertam especialistas. A humanidade está em risco?

As mudanças climáticas já são um fator de aumento da transmissão de doenças no Brasil e no mundo, tendência que se acentuará à medida que o planeta ficar mais quente, alertam especialistas brasileiros.
A comunidade científica mundial formou, nos últimos anos, um consenso em torno do conceito de “saúde única”, que estabelece a indissociabilidade entre saúde humana e animal e o meio ambiente. Esses três elos são diretamente impactados pelas mudanças climáticas.
A Profa. Dra. Mariana M. Vale, docente da UFRJ, que foi um dos representantes brasileiros no Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), principal fórum científico mundial sobre o aquecimento global, aponta que a temperatura média no planeta aumentou 1,1 grau Celsius, desde o início da Revolução Industrial (1750 é o ano-base de comparação). O cenário mais provável é de uma elevação de 3ºC a 3,5ºC até 2100, o que colocaria a humanidade diante de uma catástrofe socioambiental.
A partir da década de 1950, houve uma elevação exponencial nos episódios de emergência de novas doenças zoonóticas, causadas por patógenos que só circulavam em animais, muitos silvestres, e que foram transmitidos para as pessoas.
Esse evento – a passagem de um patógeno de um animal para um humano – é chamado de spillover, termo em inglês que pode ser traduzido como “transbordamento”. Os patógenos podem ser um vírus (os principais causadores de pandemias), bactérias, protozoários e fungos, entre outros.
A mudança de uso e cobertura do solo foi a principal causa da emergência destas zoonoses virais, esclarece Mariana Vale. Ao desmatar áreas naturais para a agricultura, pecuária e expansão urbana, entre outras atividades, as pessoas entram em contato com animais silvestres com mais frequência, o que aumenta a possibilidade do transbordamento de vírus para os humanos.
O aquecimento global veio para agravar um quadro que já era bastante preocupante. O impacto negativo principal ocorre com doenças mediadas por vetores, em geral mosquitos e outros insetos, que dependem de ambientes quentes e úmidos.
Com a elevação das temperaturas, a distribuição geográfica desses vetores está mudando, expandindo-se em direção aos polos. Doenças, no passado limitadas aos trópicos, hoje estão presentes em regiões temperadas.
Esse mesmo fenômeno, de expansão da distribuição de vetores, já provocou aumentos nas áreas de incidência, no Brasil e no mundo, de doenças como a leishmaniose, malária, febre amarela, dengue, zika e chikungunya.

Leishmaniose

O Prof. Dr. Eduardo de Castro Ferreira, pesquisador da Fiocruz Mato Grosso do Sul, ressalta que a leishmaniose exemplifica bem as relações entre os elos da saúde única e as mudanças climáticas, porque o aquecimento global tem expandido a área de ocorrência da doença.
A leishmaniose é uma doença infecciosa provocada por protozoários do gênero Leishmania e transmitida por insetos flebotomíneos, entre os quais se destaca o Lutzomyia longipalpis, comumente conhecido como mosquito-palha, apesar de não ser um mosquito propriamente dito. Existem dois tipos de leishmaniose: a tegumentar, que em geral afeta animais silvestres, e a visceral, cujo animal reservatório em ambiente urbano é o cão.
Tanto os flebotomíneos quantos os mosquitos vetores da dengue, zika e chikungunya são insetos que vivem bem na região dos trópicos, em ambientes com temperaturas mais elevadas e uma certa umidade, onde eles encontram o microambiente adequado para a sua sobrevivência e reprodução.
“Se a gente considerar a elevação de temperatura no globo terrestre, a faixa de abrangência de onde esses insetos vetores podem viver e se reproduzir também vai se ampliar. Com isso, os insetos têm a possibilidade de colonizar novos ambientes e, estando infectados, podem dar início a novos surtos em áreas onde a doença não era relatada”, alerta o Biólogo.

Malária

A malária é transmitida por meio da picada da fêmea do mosquito do gênero Anopheles infectada por protozoários do gênero Plasmodium. No mundo, houve em 2021 cerca de 247 milhões de casos da doença, com aproximadamente 619 mil mortes, a grande maioria na África Subsaariana. Já no Brasil, houve cerca de 129 mil casos em 2022, com 50 mortes, sendo que 99% dos casos são transmitidos na Região Amazônica.
A Profa. Dra. Silvia Maria Fátima Di Santi, conselheira do CRBio-01 e chefe do Núcleo de Estudos em Malária do Instituto Adolfo Lutz, alerta que houve uma expansão da área de incidência da doença no Brasil nos últimos anos.
Na Mata Atlântica brasileira há casos atuais de malária transmitida de primatas para humanos. As condições para o spillover, acreditam os especialistas, foram criadas pelo turismo ecológico e o desmatamento do bioma para a construção de condomínios e outros empreendimentos.
Houve também surtos de malária na Bahia e no Piauí em 2021, estados onde não havia a transmissão da doença, aponta Silvia Di Santi.
“Ainda mais surpreendente foi a volta da transmissão de malária em regiões no sul dos Estados Unidos, após 20 anos sem malária autóctone no país. Embora poucos casos tenham sido reportados na Flórida e no Texas, eles servem como um alerta sobre a possibilidade de ressurgimento da doença, visto que as alterações climáticas impactam na ampliação de criadouros dos mosquitos”, afirma a Bióloga.
“A gente não podia imaginar que os Estados Unidos voltariam a ter transmissão de malária. O vetor já existia, mas não havia doentes. Com os verões mais quentes, o vetor está aumentando a capacidade de transmissão. O calor e a umidade são condições que propiciam o crescimento do vetor. Com o aumento da temperatura, ele se torna mais competente para processar o parasito, porque tem um ganho biológico para fazer o ciclo de maneira mais rápida. O vetor consegue infectar num período menor, o que aumenta a transmissão”, ela explica.

Febre amarela

Em áreas florestais, o vetor da febre amarela é principalmente o mosquito Haemagogus. Já no meio urbano, a transmissão se dá por meio do mosquito Aedes aegypti, o mesmo da dengue.
A Profa. Dra. Marcia Chame, pesquisadora titular da Fiocruz, destaca a epidemia de febre amarela que assolou estados do Sudeste. Os primeiros casos na região foram registrados em 2014 e a epidemia começou em 2016.
Em 2019, ela relata, agentes de saúde e voluntários identificaram macacos mortos pela febre amarela em áreas silvestres da Região Sul, um prenúncio de que a doença poderia se alastrar para humanos nesses estados.
A identificação de primatas mortos foi possível graças ao Sistema de Informação em Saúde Silvestre (Siss-Geo), uma plataforma tecnológica da Fiocruz com aplicativo para celular e web, que permite a qualquer pessoa fotografar e fornecer informações sobre animais em todo o território nacional.
Marcia Chame e sua equipe utilizam os dados armazenados no Siss-Geo para produzir modelos matemáticos complexos que identificam áreas onde zoonoses podem surgir. Os modelos subsidiam a atuação do Ministério da Saúde e secretarias de saúde, por exemplo, quanto à vacinação dos habitantes das áreas de risco.
“A febre amarela estava descendo para o Sul do Brasil. O Siss-Geo nos permitiu identificar os corredores por onde o vírus se expandia e a velocidade de transmissão, e assim planejar a vacinação dos habitantes dessas áreas. Acreditamos que a vacinação reduziu o número de casos de febre amarela no Sul, que foi 90% menor do que no Sudeste”, destaca a Bióloga.

Biodiversidade

A Dra. Erika Hingst-Zaher, diretora do Museu Biológico do Instituto Butantan, enfatiza que as mudanças climáticas afetam de forma multifatorial aos humanos, fauna, flora e meio ambiente. Uma das consequências mais graves é a perda de biodiversidade.
A vegetação é a primeira a ser impactada pela elevação das temperaturas e alterações nos regimes pluviométricos. As plantas estão se adaptando às novas condições e florescendo ou frutificando mais cedo ou mais tarde que o usual. O ritmo das plantas afeta diretamente o ciclo de todos os animais que dependem delas para se alimentarem.
Nas regiões montanhosas, a elevação da temperatura provoca um deslocamento da fauna para as áreas mais altas. Esse processo está em curso e vem sendo detectado em diversas regiões montanhosas do planeta, inclusive em Itatiaia, uma das áreas mais altas do Sudeste, localizada na divisa dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, relata a Bióloga.
Ela explica que, em cada faixa de altitude da região, há uma comunidade biótica específica. No topo, ocorrem em geral espécies endêmicas, que evoluíram em isolamento e se adaptaram a temperaturas baixas.
“Com o aquecimento global, os animais que estão na base sobem um pouco e os que estão nas faixas intermediárias também. Mas o que fazem os que estão no topo? Essas espécies são exatamente as mais ameaçadas, de distribuição mais restrita. Elas não têm o que fazer”, adverte Erika Hingst-Zaher.

Negacionismo

Um dos aspectos que mais afligem Erika Hingst-Zaher é a falta de engajamento e ação da sociedade diante da emergência climática.
No passado, avalia a Bióloga, a postura podia até ser justificável, porque o aquecimento global remetia à imagem distante de um urso polar flutuando num iceberg com poucos metros quadrados de superfície.
No presente, as mudanças climáticas – agravadas pelo El Niño – atingem os brasileiros diretamente em eventos como as ondas de calor nas grandes cidades, a seca histórica na Amazônia e enchentes e tufões no Sul do país.
Erika Hingst-Zaher elenca uma série de fatores para a postura negacionista de grande parte da sociedade. A primeira é a desconexão das pessoas em relação à natureza, principalmente dos habitantes de áreas urbanas. Nas áreas rurais e sobretudo em comunidades indígenas e tradicionais, onde as pessoas têm contato direto com a natureza, as alterações nos ciclos anuais ficam evidentes.
Uma segunda justificativa para o negacionismo a respeito das mudanças climáticas, na visão da Bióloga, é a angústia causada pelos cenários desoladores para o futuro. A angústia provoca, em certas pessoas, uma atitude de negação, enquanto outras ficam paralisadas (“Se o problema é tão grave, não tem nada que eu possa fazer para resolver”).
Erika Hingst-Zaher identifica ainda um grupo de pessoas que optam por negligenciar as mudanças climáticas por razões econômicas ou políticas, colocadas acima da necessidade coletiva de tratar da questão.
Por fim, há um grande número de pessoas no Brasil que não se engajam com o tema, porque enfrentam problemas imediatos muitos mais sérios. Esse grupo vive abaixo da linha de pobreza e se defronta com questões como insegurança alimentar. Tragicamente, eles são os mais afetados pelas mudanças climáticas, principalmente pelos eventos extremos.

Humanidade em risco?

O Prof. Dr. Marcos Buckeridge, do Instituto de Biociências da USP, equipara o processo atual de mudanças climáticas aos eventos de grandes extinções no planeta.
Há 66 milhões de anos, o impacto de um asteroide sobre a superfície da Terra causou a perda de mais de 75% da biodiversidade no planeta e a extinção dos dinossauros. Há 250 milhões de anos, no período permiano, muitos vulcões entraram em erupção ao mesmo tempo, provocando também uma extinção em massa.
Nesses dois eventos, afirma o Biólogo, o planeta mudou de estado, o que provocou a extinção das principais espécies. Os organismos vivos resilientes que sobreviveram reiniciaram o sistema, levando a biosfera a um novo estado.
Para Marcos Buckeridge, que presidiu a Academia de Ciências do Estado de São Paulo de 2015 a 2019, as mudanças climáticas podem levar a uma nova mudança de estado da biosfera, que poderia causar o desaparecimento do Homo sapiens. Nesse caso extremo, como aconteceu nos outros eventos planetários de extinção em massa, os organismos resilientes que sobreviverem dariam continuidade à vida na Terra.
Mariana Vale, Eduardo Ferreira, Silvia Di Santi, Marcia Chame, Erika Hingst-Zaher e Marcos Buckeridge concederam entrevistas para a nova edição da revista O Biólogo, do Conselho Regional de Biologia da 1ª Região (CRBio-01), que aprofunda a discussão sobre as mudanças climáticas e saúde única.

VII Workshop sobre Nutrição e Nutrologia de Cães e Gatos apresenta programação oficial

O evento será destinado a profissionais que atuam diretamente na nutrição de cães e gatos que desejam aprofundar conhecimentos sobre nutrição e nutrologia de seus pacientes

O Colégio Brasileiro de Nutrição Animal (CBNA) apresenta a grade da programação do VII Workshop sobre Nutrição e Nutrologia de Cães e Gatos que acontecerá no dia 4 de junho de 2024 no Distrito Anhembi (Novo Anhembi, São Paulo/SP). “A próxima edição terá como tema a ‘Alimentação Caseira para Cães e Gatos’ e colocará em debate para os participantes atualizações e novidades embasadas em evidências científicas aplicadas à prática proferida por especialistas nacionais e internacionais, profissionais e pesquisadores referências da área, além de apresentações de trabalhos científicos”, informa o presidente do Comitê SBNUTRIPET do CBNA, o Dr. Fabio Alves Teixeira, coordenador do VII Workshop sobre Nutrição e Nutrologia de Cães e Gatos.

Nomes como o da médica veterinária Ms. Dra. Vivian Pedrinelli, do médico veterinário Ms. Leandro Haroutune Hassesian Galati, da médica veterinária Ms. Cecilia Sartori Zarif Hudson, do Prof. Dr. Ricardo Vasconcellos e o engenheiro agrônomo consultor Augusto Hauber Gameiro estão entre os especialistas que estarão na programação explanando diferentes tópicos pontuais em torno do tema proposto.

Pela manhã, a primeira parte do workshop temas relevantes como os pontos relevantes na formulação da alimentação caseira do ingrediente inflamatório à variação do índice glicêmico, prós e contras da formulação de suplementos vitamínicos-minerais manipulados para alimentação caseira, testes alérgicos para seleção de ingredientes para alimentação caseira, a visão nutricional e dermatológica e casos clínicos: alimentação caseira como ferramenta de sucesso estarão em plenário.

“Já o segundo bloco, no período da tarde, contaremos com o painel ‘Limites éticos da prescrição de alimentos caseiros para pets’ cuja proposta é contribuir com os nutricionistas nos mais variados aspectos, como saúde intestinal, econômico e demandas do mercado”, detalha o Dr. Fabio Alves Teixeira.

O VII Workshop sobre Nutrição e Nutrologia de Cães e Gatos encerrará com a premiação dos Trabalhos Científicos e a reunião da sociedade ligada ao segmento.

Confira a programação abaixo:

DIA 04 DE JUNHO DE 2024

  • Início às 08:30 e encerramento às 20h
    • Inscrições e entrega de material aos inscritos
    • Pontos relevantes na formulação da alimentação caseira: do “ingrediente inflamatório” à variação do índice glicêmico
    • Apresentação Oral de Trabalho Científico
    • Prós e contras da formulação de suplementos vitamínicos-minerais manipulados para alimentação caseira
    • Exames laboratoriais: o que solicitar e como interpretar para a adequada avaliação nutricional?
    • Os testes alérgicos nos auxiliam na seleção dos ingredientes para alimentação caseira? A visão nutricional e dermatológica
    • Casos clínicos: alimentação caseira como ferramenta de sucesso

PAINEL: LIMITES ÉTICOS DA PRESCRIÇÃO DE ALIMENTOS CASEIROS PARA PETS: O QUE TODO NUTRICIONISTA DEVERIA SABER?
• Saúde intestinal e ambiental
• Econômico
• Como acontece lá fora
• Demanda do tutor
• Premiação e Encerramento
• Reunião da sociedade

Informações sobre VII Workshop sobre Nutrição e Nutrologia de Cães e Gatos:
(19) 3232-7518 (WhatsApp) | cbna@cbna.com.br

Cães sobrevivem a acidente com pianista de Luiza Posse


Ivan Gonçalves Teixeira de Lima, de 45 anos, trabalhava com a cantora há 19 anos e namorava a atriz Ariane Ross, que também morreu no acidente.

Ivan Gonçalves Teixeira de Lima e a namorada Ariane Ross – que morreram em um acidente na BR-267, na véspera de Natal (24) – viajavam com dois cachorros no carro. Os animais sobreviveram ao acidente.
De acordo com as informações do Corpo de Bombeiros, um cão foi resgatado ontem e o outro foi achado pelos bombeiros nesta segunda (25). Os pets foram encaminhados a um abrigo e devem ser entregues aos familiares do casal.
Os cães saíram do carro após o acidente e passaram a circular pelo distrito de Casa Verde (MS). Nesse domingo, um deles foi abrigado por funcionários de um posto de combustíveis, enquanto o outro seguia desaparecido. Horas após o acidente, o outro cachorro foi encontrado.
De acordo com as informações do Corpo de Bombeiros, um cão foi resgatado ontem e o outro foi achado pelos bombeiros nesta segunda (25). Os pets foram encaminhados a um abrigo e devem ser entregues aos familiares do casal.


Muito emocionada, Luiza lamentou a perda do músico e da namorada em uma rede social. Segundo ela, Ariane Renovato Ross trabalhava como cantora, atriz, dubladora e locutora.
“Meu grande parceiro da vida, meu grande companheiro de aventuras. Só dizia sim. Foi comigo para todos os lugares. Se ele não pudesse fazer um show de piano e voz, eu não substituía ele. Eu simplesmente não fazia, porque ele era a alma da minha banda, a alegria das nossas vidas, dos nossos dias”, disse Luiza.
Luiza contou que Ivan deixa duas filhas, Helena e Bianca. “Eu vou sentir uma falta enorme e eu quero deixar aqui as minhas condolências à família do Ivan, aos amigos, minha banda, minha equipe, que deve estar passando por uma dor muito grande, assim como eu. Em estado de choque. Vá com Deus, Ivan, eu amo você e vou te amar para sempre”.

Devo ou não levar o meu pet comigo para as viagens de férias e fim de ano?


Professora do curso de Medicina Veterinária do Cesuca alerta sobre os cuidados nas viagens longas e lista as opções mais adequadas para os cachorros e gatos


Natal e Ano Novo estão chegando e é justamente nesse período que muitas pessoas aproveitam para viajar e tirar algumas semanas de férias. E no caso dos tutores de pets é necessária muita organização, já que não é possível levar os animais para alguns lugares e deixá-los com pessoas que o pet não está acostumado nem sempre é a melhor opção.
De acordo com Alessandra Ventura, professora doutora do curso de Medicina Veterinária do Centro Universitário Cesuca, no caso de quem vai ficar fora de casa e não levará o animal, primeiro é preciso analisar a espécie, pois gatos e cachorros possuem comportamentos distintos.
Quando se trata de felinos, deixá-los em casa é aconselhável porque eles se estressam com facilidade devido as mudanças de ambiente, salvo raras exceções, e podem desenvolver doenças por conta do estresse e da queda de imunidade.
“Felinos não gostam de mudanças ambientais, então é aconselhada a visita de pet sitter ou alguém de confiança. É necessário lembrar que, apesar de mais independentes, eles gostam de companhia. Então quem for visitar deve gastar um pouquinho do seu tempo para brincar e fazer carinho nesses pets”, comenta Alessandra, que é médica veterinária.
Já os cães podem ser levados para hotéis para pets, onde podem ter mais atenção. Segundo Alessandra, eles não devem passar mais de seis horas por dia sozinhos. “Então duas visitas de uma hora quando se contrata um pet sitter pode não ser o suficiente. Nesses locais de hospedagem, costuma haver passeios e rotinas de brincadeiras com os cachorros”, afirma.
Quero levar meu pet, o que devo fazer?
Em relação aos cães, tudo depende do seu comportamento. Por exemplo, animais muito ansiosos em viagens de carro ou avião e já acostumados com hotéis, é uma boa opção deixar na própria cidade. Já aqueles com ansiedade de separação, o ideal é serem levados juntos aos seus tutores.
E mesmo que o pet seja acostumado com viagens, o tutor deve tomar alguns cuidados, conforme explica a especialista. “Jamais leve o seu animal sem identificação e microchip. Eles são extremamente importantes para casos de fuga, já que o local será diferente e o animal pode se perder com facilidade caso haja um acidente”, sugere a médica veterinária.
Além das vacinas e antiectoparasitários, o dono deve pesquisar sobre clínicas para atendimento na região e ter certeza sobre quais locais são pet friendly, além de saber se o hotel em que irá se hospetar permite que o animal fique sozinho no quarto.
“A carteira de vacinação deve estar atualizada e o animalzinho também deverá passar por uma consulta com um veterinário para emissão da guia de transporte animal, que permite que esse pet viaje. Para lugares internacionais, são necessários alguns exames como testes para leishmaniose e raiva, além de colocação de microchip.”


Saúde mental dos animais na ausência dos donos durante a viagem
Se for deixar gatos ou cães com parentes ou amigos, é necessário que o animal esteja familiarizado com a pessoa que ficará responsável, do contrário, a saúde mental poderá ser afetada.
Mesmo os cães que se adaptam mais rápido, a mudança pode gerar estresse, então é preciso ter cuidado para não haver alterações na alimentação. “O estresse costuma diminuir a imunidade e pode gerar uma disbiose, alteração no trato gastrointestinal, que leva à diarreia, podendo evoluir para casos mais graves como vômitos e posteriormente, necessidade de internação”, afirma.
“Lembrando que eles também devem ter todas as vacinas (polivalente, raiva e gripe) em dia. O dono deve se certificar que o antiectoparasitário (responsável por evitar pulgas, carrapatos e mosquito) esteja em dia. E é aconselhável levar cama e/ou coberta com o cheiro do tutor, para facilitar a mudança de ambiente e deixá-lo mais confortável”, indica a especialista.
Por fim, a médica veterinária diz que: “Programação para viagens, assim como para fazer com antecedência em hotéis e com pet sitters, é essencial para a tranquilidade do lazer quando se tem pet”.

Trajetória de grandes conquistas!

Um faturamento de R$ 8 milhões nos próximos dois anos. Essa é a meta de Cleber Santos e Dan Batista, sócios fundadores da Comport Pet, nome conhecido no mercado pela quase onipresença no setor, mais recentemente por alavancarem empresários e empreendedores na gestão de novos negócios.
Quem conhece a trajetória do casal, sabe que essa é uma nova etapa de uma série ininterrupta de projetos. O baiano de 34 anos, que foi morador de rua, e sua sócia e esposa, anunciam um plano audacioso: a formação da holding Grupo Comport formada por cinco empresas independentes.
A partir de agora, o Grupo vai representar no mercado as empresas: Comport Pet, que abrange creche, hotel, adestramento, entre outros serviços, além da Comport Ensino, universidade online criada na pandemia e que agora ganha sede física, a Comport Franquia, criada recentemente e que vislumbra a abertura de dez lojas por ano em diferentes cidades do Brasil com o selo Comport, além da Efeito Mídias, recentemente aglutinada pelo Casal para prestar serviços de mídia sociais para empresários do setor. Já no primeiro semestre de 2024 está prevista a oficialização da Comport Tech, que abrigará o escopo de sistema de gestão para o mercado, com foco em pet shops, clínicas, creches e hotéis do setor.


Investimento em sede conceito – A rampagem do casal de empreendedores inclui a inauguração, também agora, da nova sede da Comport Pet na Vila Mariana, bairro nobre de São Paulo. Um espaço de 1.200 m² construído ao longo dos últimos dois anos com um investimento aproximado de R$ 2 milhões.
Para o público final (tutores de pets), a sede contará com sala de cinema para cães e gatos, a primeira do Brasil segundo Dan Batista, além de todos os serviços de creche e hotel, adestramento, banho, tosa, loja, além de um espaço para atendimento veterinário e outras especialidades, como musicoterapia.
No viés negócios, além da primeira sede física da Comport Ensino – que realiza cursos profissionalizantes validados pelo MEC para quem deseja ingressar ou se aperfeiçoar no setor (mais de 3 mil alunos já passaram pelos cursos) – no endereço vai funcionar uma espécie de laboratório destinado à capacitação de futuros franqueados que, ao ingressarem no modelo de franquias, receberão treinamento nas dependências da loja em simulações operacionais do negócio e em aulas de gestão, finanças, marketing, vendas, entre outros tópicos pertinentes à representatividade da marca em suas regiões.
A proposta, explica Dan Batista, é fortalecer a loja como um centro de referência em bem-estar animal e de educação para o mercado. Uma espécie de ponto focal do setor, que desponta como um dos mais promissores de bens e serviços: o Brasil abriga cerca de 150 milhões de animais de estimação, dos quais mais de 85 milhões são cães e gatos, segundo dados do IPB (Instituto Pet Brasil).

Sobre Cleber Santos e Dan Batista
Dos R$ 20 aos R$ 8 milhões
Cleber Santos, CEO da Comport Pet, vivia em situação de rua quando passou a compartilhar sua vida com Grafiti, um cachorro srd. O cuidado com o animal chamou a atenção de um dono de pet shop da região, que ofereceu a Cleber, então com 14 anos, um emprego como ajudante. Lá recebia R$ 20 por semana. Aos 18 anos, ao ingressar no serviço militar, Cleber chegou a ser adestrador do canil por cinco anos. Já em outra experiência, em um hospital veterinário, teve a oportunidade de oferecer aos clientes o serviço de passeios (dog walking) e adestramento.
O jeito com os animais rendeu fama e os clientes foram crescendo. Rapidamente, Santos adquiriu um primeiro local para abrigar os pets que chegavam para passar o dia ou pernoitar. A escolha foi em um bairro de alto padrão de São Paulo, de onde vinha a maioria das demandas. Com investimento próprio, buscou fora do Brasil cursos de especialização. A escolha foi pela parte cognitiva dos animais, o que lhe rendeu o título de especialista em comportamento animal e um know-how essencial para valorizar os serviços e atrair uma clientela de celebridades.
O reconhecimento de adestrador de pets de famosos até empresário aconteceu sem intervalos, por meio dos olhos atentos de quem via no setor várias oportunidades de crescimento profissional pela demanda reprimida. Nascia ali um dos maiores empreendedores no setor pet do Brasil.
Virada de chave com Dan Batista
Empreendedora desde muito jovem, Dan foi um divisor de águas pessoal e profissional para Cleber. Baiana de Teixeira de Freitas, chegou em São Paulo com a mãe e os irmãos aos 14 anos e, ainda muito jovem, começou a trabalhar em uma loja de projetos de paisagismo como atendimento. Foi assumindo cargos nas áreas financeira, comercial, administrativa nessa e em outras empresas até o dia em que decidiu empreender na área de paisagismo e eventos.
Quando conheceu Cleber, o mesmo tinha acabado de falir após ganhar muito dinheiro com uma má gestão que zerou seu capital de giro. Dan conta que ao perceber habilidades diferentes para tocar o negócio – ela com gestão, ele com a especialização no setor – fez um trato: unir forças para tocarem a empresa juntos em sociedade igualitária. Começou a estudar sobre o setor pet e abraçou junto com o (já marido) o sonho de crescer na área.
Aceitando empreender em casa, dividindo o lar com a empresa, foi colocando para sua responsabilidade a parte operacional da Comport Pet e, junto com o sócio, encabeçando ações ousadas de marketing e lançando produtos inusitados para os alunos do daycare, a exemplo da “agenda do pet” produzida exclusivamente para o detalhamento de todas as atividades realizadas pelo animal no espaço, inovação que agradou o público e foi modelo para outras creches do setor.
Atualmente, além de dividir toda a gestão dos negócios, ministrar aulas na Comport Ensino, Dan comanda com Cleber o projeto de expansão do agora anunciado Grupo Comport. Ao que tudo indica, eles não vão parar por aí.


Guia dos Melhores!

2023 ainda nem acabou e já é considerado como o ano mais quente da história do planeta. Com tanto calor, a população vem buscando as mais diversas formas de se refrescar. E não são apenas as pessoas que sofrem com o calorão, é preciso ter cuidado também com a saúde dos bichinhos de estimação com as temperaturas elevadas.

Para entender as formas que a população está buscando para enfrentar os dias quentes, o Guia dos Melhores, plataforma de avaliação de produtos online, realizou um levantamento que apresenta quais são os produtos para se refrescar que os brasileiros mais tem buscado no Google. O estudo considera os dados relativos ao período de novembro de 2022 e outubro de 2023.

Produtos mais buscados para conter o calor:

  • Ventiladores de pescoço: o item que apresentou maior crescimento de buscas no Google no último ano é uma novidade no Brasil. Os queridinhos dos coreanos ganharam espaço nas redes sociais, principalmente no TikTok, e agora estão famosos entre os brasileiros. Os ventiladores de pescoço apresentaram um crescimento de buscas no Google de 421% dentro do período. O acessório, por ser portátil, tem sido um dos aliados dos fãs na onda de shows que têm acontecido no Brasil.
  • Tapete gelado para pets: os tapetes gelados feitos para os bichinhos da família vêm se popularizando cada vez mais e se mostram como opções eficazes para refrescar os animais. As buscas pelo produto cresceram 22% ao longo do ano mas, nos últimos três meses, com a chegada do calor intenso, esse número chegou a aumentar em 236%.
  • Ar condicionado portátil: a praticidade do ar condicionado portátil tem atraído os brasileiros. A procura pelo produto teve um aumento de 172% no último ano, com destaque para os meses de agosto, setembro e outubro, período no qual iniciaram as ondas de calor no Brasil, em que as buscas chegaram a crescer em 307%.
  • Ar condicionado: em volume de buscas, o ar condicionado ainda é o produto mais buscado pelos brasileiros para conter o calor, com a procura do item no Google ultrapassando a marca dos dois milhões apenas no mês de setembro de 2023. Ao longo do ano, as buscas cresceram em 82%.
  • Ventiladores: o bom e velho ventilador ainda é o principal aliado de muitos brasileiros, sendo uma alternativa eficiente mas também mais econômica. Com aumento de 50% na procura pelo item ao longo do ano, os ventiladores foram buscados mais de um milhão e quinhentas vezes no mês de setembro.
  • Leques: um produto menos tecnológico mas que pode ser facilmente transportado, o leque também é uma opção de item portátil que pode auxiliar no controle do calor ao longo do dia. O acessório, que teve crescimento de 49% no ano, também foi companheiro de muitos fãs nas turnês realizadas no Brasil.

“Com as temperaturas atingindo cada vez novas marcas, as pessoas já estão tendo que se adaptar. Para além dos produtos mais conhecidos, que certamente seguirão sendo essenciais para as temporadas de calor elevado, é muito interessante ver o surgimento ou a aderência de itens novos no mercado. Na internet, a gente vê que as pessoas buscam as mais diversas alternativas quando não podem ter um item como o ar condicionado em casa. Vale tudo para se refrescar, seguir saudável e enfrentar os dias de calor que ainda virão por aí”, comenta Eduardo Scherer, fundador do Guia dos Melhores.

Saiba como evitar a intermação em cães, condição grave provocada pelo calor intenso


As ondas de calor intenso afetam a todos nós, humanos, mas é preciso ter uma atenção especial com os cães pois eles podem sofrer com uma condição chamada intermação ou insolação, termo usado para caracterizar o aumento excessivo da temperatura corporal, podendo ultrapassar 40oC.
“Embora os cães tenham glândulas sudoríparas nas patas, elas pouco auxiliam a regular a temperatura e, por isso, é importante lembrar que os cães, diferentemente das pessoas, não transpiram para dissipar o calor excessivo. Eles dissipam o calor por meio da respiração, ficando ofegantes. No entanto, isso pode não ser o suficiente para controlar o superaquecimento e baixar a temperatura”, explica Tatiana L. R. Pavan, médica veterinária de uma empresa referência no desenvolvimento e para a saúde e bem-estar de animais de companhia e de produção.


Entre os principais sintomas da intermação estão o batimento cardíaco acelerado, cansaço, fraqueza, indisposição, inquietude, hipersalivação, respiração mais ofegante que o normal e, em casos mais graves, vômitos, urina com coloração mais escura, edema pulmonar, parada cardíaca e até coma e morte.

Dicas da empresa para o bem-estar dos animais nesse calor extremo:

  1. Mantenha o animal em local com sombra e circulação de ar constante;
  2. Nunca deixe o animal sozinho dentro do carro;
  3. Evite atividades físicas nos horários mais quentes e para os passeios, escolha períodos mais frescos do dia;
  4. Forneça água fresca à vontade: coloque diversos potes de água para que o pet tenha mais estímulo para se hidratar. Em caso de passeio, leve água com você.
  5. Troque a água das vasilhas com frequência para garantir que esteja sempre fresca e limpa (vale colocar alguns cubos de gelo nos potes)
  6. Ofereça frutas, como melancia e banana congeladas
  7. Ofereça brinquedos e petiscos gelados para que o cão possa se refrescar e se divertir ao mesmo tempo
  8. Permita que seu pet se refresque com um banho frio, deixe que ele brinque na água para espantar o calor.
  9. Redobre a atenção com cães de raças que tem subpelos como Akita, Pequinês, Collie, Chow Chow, Husky Siberiano, Samoieda e Lulu da Pomerânia. Eles têm mais dificuldade em dissipar o calor e ficam mais suscetíveis à insolação.
    Segundo Tatiana, a intermação é menos frequente em gatos, mas não devido a uma condição fisiológica privilegiada, mas por não passearem tanto nas ruas. “Os gatos são menos predispostos à insolação, mas é importante fornecer água fresca à vontade e se certificar de que o animal está em local de sombra e bem arejado”, pontua.
    A profissional destaca ainda que é fundamental levar o pet para consultas regulares com um médico-veterinário de confiança e, caso o tutor note alguma alteração no comportamento do animal ou um dos sintomas acima descritos, ele deve buscar o atendimento veterinário o quanto antes.
    Outro alerta que Tatiana faz é sobre a prevenção aos parasitas mais comuns do calor, como os carrapatos e pulgas. “Além do desconforto provocado pela coceira intensa, os carrapatos e pulgas podem transmitir doenças graves e potencialmente fatais, inclusive aos humanos”, frisa.

Jabuti recebe roupa provisória para recuperação de queimadura grave em Uberaba


A roupa provisória é inédita e foi desenvolvida com resina sintética

A equipe do Hospital Veterinário da Uniube (HVU), desenvolveu uma roupa para lá de especial e inédita para um Jabuti que foi encontrado em Uberaba pela Polícia Ambiental e encaminhada ao hospital. Jenny, como foi carinhosamente apelidada pela equipe, é um Jabuti adulto de aproximadamente 20 anos. Durante a avaliação clínica, foi notada a ausência de placas córneas na carapaça, indicando possíveis queimaduras causadas pelo calor excessivo, proveniente de um incêndio.
O gerente clínico do HVU e responsável pelo Setor de Animais Silvestres, professor Cláudio Yudi Kanayama, explica que a roupa provisória é inédita e foi desenvolvida com uma resina sintética, que protege Jenny durante o processo de cicatrização. “Devido à extensão das queimaduras, ainda ocorre a soltura das placas córneas, um processo relativamente prolongado para répteis. A proteção provisória, feita de gesso sintético, similar ao utilizado em casos de fraturas em membros de humanos e animais domésticos, permite a observação diária, aplicação de tratamentos tópicos e a posterior remoção das placas mortas”, comenta.
A médica-veterinária e aprimoranda em Animais Silvestres do HVU, Lara Bernardes Bizinoto, conta que, após a cicatrização, a “roupa provisória” será substituída por uma resina confeccionada em impressora 3D, com a colaboração dos alunos do curso de Medicina Veterinária. “Essa etapa acontecerá no Espaço Maker, um laboratório no Campus Aeroporto, equipado com impressoras 3D e outras ferramentas de fabricação digital, permitindo uma substituição mais avançada e personalizada da “roupa” por moldes projetados e aplicados sobre a parte cicatrizada da carapaça para conferir melhor proteção”, avalia.
O termo “jabuti” refere-se a espécies terrestres nativas do Brasil, enfrentando desafios como perda de habitat, caça ilegal, comércio de animais, mordeduras de cães, traumas por veículos e queimaduras, motivos de resgate pela Polícia Ambiental e recolhimento ao HVU. “Após a recuperação e tratamento, Jenny será encaminhada para o Centro de Triagem de Animais Silvestres (CETRAS), mantido pelo Instituto Estadual de Florestas (IEF). Este é um passo crucial para sua reintrodução ao ambiente natural, contribuindo para a preservação dessas espécies vulneráveis em Minas Gerais”, conclui Cláudio Yudi.