Felipe Ribeiro Zabin

Pelos direitos dos animais

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Graduado em direito pela Universidade de Uberaba – UNIUBE, especialista em direito processual civil pela Escola Superior Dom Helder Camara – ESDHC e especialista em direito do trabalho pela Escola Superior de Advocacia – ESA, dr. Felipe Ribeiro Zabin tem uma atuação destacada na 14ª Subseção da OAB Uberaba/MG. Atualmente é presidente das Comissões de “Estágio e Exame de Ordem” e “Direito dos Animais” e por isto o Moreno Pet Blog foi procurá-lo para saber sobre a abrangência dessa última  Comissão. A surpresa boa foi saber que ele tem 7 cães adotados e um grande carinho por todos eles. Toda a comunidade (cada vez maior, felizmente) que ama bichos se sente confortada ao saber que um trabalho tão importante como o da Comissão de Direito dos Animais é presidido por uma pessoa que, além de conhecimento e competência profissionais, tem por eles tanta generosidade. O mundo precisa de corações gigantes e mentes brilhantes!

 

“A legislação brasileira está longe de pacificar o tema, mas o reconhecimento de que os animais não são mais considerados bens moveis para a Lei 10.402/02 é uma vitória…”

 

Marcos Moreno – Comissão de Direito dos Animais da OAB de Uberaba. É correto falar assim? Essa especificidade (se assim posso dizer) sempre existiu?
Dr. Felipe Ribeiro Zabin – O direito dos animais era, inicialmente, um apêndice da “Comissão de Direito Ambiental”, mas dada a importância e a visibilidade que o tema do direito dos animais tem atraído entendeu-se por individualizar esse cuidado pela criação da “Comissão de Direito dos Animais”. Não existe uma ata com a instituição da comissão, mas tem conhecimento de sua existência desde 2015. Parte do meu trabalho como presidente dessa comissão é, inclusive, passar a documentar os atos e as medidas tomadas para que, independentemente da gestão administrativa, possa ser dada continuidade às medidas que forem efetivas e/ou se mostrarem viáveis.

Marcos– Como é composta a Comissão? Há uma eleição interna na OAB para o cargo de presidente da Comissão?
Dr. Felipe – Todas as comissões da 14ª OAB de Uberaba/MG são compostas, obrigatoriamente, por advogados e advogadas e os “cargos” diretivos são indicações da diretoria e do conselho. E, por isso, é importante ressaltar que não há remuneração, ou seja, todo o trabalho é voluntário, o que não isenta aqueles que estejam na comissão de atuarem de maneira jurídica e técnica, pois vem da comissão a assessoria e a consultoria que orientará a diretoria da OAB local no que tange as políticas ou posicionamentos frente às políticas de direito dos animais.

Marcos- Ser particularmente simpatizante à causa animal influencia na gestão do presidente desse cargo?
Dr. Felipe – Quando a diretoria da 14ª OAB de Uberaba/MG me convidou para ocupar o cargo eles tinham consciência de que eu sempre tive carinho pela causa animal. Desde o início fiz questão de alertar que não sou adepto/simpatizante de polarizações ou radicalismos e, como todo e qualquer advogado, tento conciliar os interesses das políticas públicas com a vontade dos tutores/proprietários dos animais. Mas toda e qualquer defesa, política ou posicionamento, que parta de mim, primariamente tenderá a privilegiar a dignidade e respeito aos animais.

Marcos- O que compete à Comissão de Direito dos Animais? /
Dr. Felipe-  Compete à “Comissão de Direito dos Animais”, primariamente, assessorar e prestar consultoria a Diretoria da 14ª Subseção da OAB de Uberaba/MG no que tange aos direitos dos animais, bem como orientar a sociedade quanto aos direitos e deveres para com os animais. Em caráter secundário, cabe à comissão divulgar e fiscalizar a legislação de proteção animal, bem como atuar de maneira a auxiliar entidades públicas ou particulares (com ou sem fins lucrativos) a atingirem o lógico fim de proteger e resguardar o direito dos animais.

Marcos- Qual o volume de demandas à OAB Uberaba em relação à questão animal?
Dr. Felipe- Quando começamos os trabalhos da Comissão em 2019 tínhamos pretensões grandiosas, mas observamos que sem a estruturação e organização da interna não conseguiríamos fazer um trabalho efetivo. Uberaba/MG, felizmente, possui entidades/órgãos públicos e particulares (com ou sem fins lucrativos) muito atuantes e, pelo caráter técnico que possuímos, não podemos nos limitar a uma atuação superficial. Atualmente temos nos limitado a uma atuação consultiva (passiva e responsiva), mas a minha intenção é entregar a comissão estruturada para que eu ou o próximo presidente consiga atuar ativamente, inclusive, na elaboração de projetos de lei e na fiscalização das medidas administrativas e judiciais.

 

Marcos- Em caso de denúncia de maus tratos, quais são os passos para que um cidadão que não esteja representado por alguma entidade, tenha sucesso?
Dr. Felipe- Atualmente é possível fazer a denúncia de maus tratos, buscar a polícia, a secretaria municipal do meio ambiente (por intermédio da superintendência do bem estar animal) e/ou a promotoria de justiça e meio ambiente. Essa denúncia pode ser feita por diversos canais, desde contato telefônico, e-mail, rede social ou mesmo presencial. É importante ressaltar que o denunciante deve se municiar de provas (áudios, fotos, vídeos e testemunhas), pois quanto maior o acervo mais efetivo é a atuação administrativa ou judicial. A 14ª OAB de Uberaba/MG, por intermédio de sua Comissão de Direito dos Animais, se coloca à disposição de qualquer cidadão para esclarecer e dar suporte jurídico mínimo a qualquer denunciante que busque esclarecimentos sobre a causa e os direitos animais e, se for o caso, acompanhar a demanda até a sua resolução.

Marcos- Ainda são pequenas as penas por crimes cometidos contra os animais?
Dr. Felipe – Sim, as penas são “pequenas”, pois em alguns casos elas se restringem à perda da guarda/tutela do animal e multa, enquanto a detenção prevista em lei é, muitas vezes, desconsiderada. Sou favorável ao “endurecimento” da legislação para que gere no cidadão o medo de maltratar os animais, mas ao mesmo tempo temos que conscientizar a população de que os animais são seres sencientes e como tais merecem cuidado, dignidade e respeito.

Marcos- O que há de concreto na lei sobre a proibição ou não de rodeios, vaquejadas, rinhas e outras práticas consideradas culturais e/ou esportiva que implicam em sofrimento dos animais?
Dr. Felipe – Objetivamente, o STF já se posicionou contrariamente à prática da vaquejada, mas os rodeios eram “permitidos”, pois “limitados” e regulamentados por legislação federal. Em meados de 2019 fora aprovada a Lei 13.873/19 que entende que o laço, rodeio e a vaquejada seriam práticas culturais e esportivas. Ou seja, essas práticas estão “permitidas”, mas ainda estão pendentes de aprovação de regulamentação especifica que contemple e assegurem a proteção e o bem-estar dos animais. A rinha, por sua vez, é, mesmo que indiretamente, proibida pelo Art. 32, da Lei nº 9.605/98. Mas existe um projeto de lei em votação para tipificar a “rinha” e determinar punição específica (PL 6.600/19).

Marcos- E quanto a práticas religiosas?
Dr. Felipe– Algumas religiões de matrizes africanas contemplam o sacrifício animal e o STF decidiu no RE 494.601 que tal prática ritualística é permitida, pois diz respeito à liberdade religiosa que é garantida constitucionalmente. Diferentemente das situações de “entretenimento” o sacrifício animal é a sacralização ritualística do animal que é, geralmente, consumido, após a cerimônia, por aqueles que profetizam aquela fé. Sem prejuízo de apuração de maus tratos caso exista provas.

Marcos- Em que situação pessoas que mantêm animais silvestres mantidos em cativeiro, como araras, papagaios e pássaros, são passíveis de denúncia e consequentemente penalizadas ou não?
Dr. Felipe – O Art. 29, da Lei 9.605/98 determina que quem mata, persegue, caça, apanha ou utiliza de espécies da fauna silvestre, nativa ou em rota migratória, sem a devida permissão, autorização ou licença da autoridade competente, ou em desacordo com o documento obtido, incorre em crime ambiental. Ou seja, ao manter em cativeiro tanto animais silvestres quanto nativos ou em rota migratória, sem a devida permissão, concedida pelo IBAMA, implica na prática de crime ambiental. Respondendo objetivamente, todo tutor/proprietário de animal silvestre sem permissão ou comprovação de origem é passível de denúncia e penalização. Em Uberaba/MG, especificamente, já houve decisões isentando o tutor/proprietário de boa-fé da pena, mas os juízes analisarão caso a caso.

Marcos- Em relação a animais selvagens, todos os tipos de caça estão proibidos ou existe uma “licença para matar” algumas espécies?
Dr. Felipe– A regra geral é de que a caça é proibida no Brasil (com exceção da caça de subsistência e científica), mas existem algumas exceções que devem ser apuradas e permitidas diretamente junto ao IBAMA. Do mesmo modo, a pesca amadora ou esportiva também é regulamentada e para algumas modalidades é necessária autorização/permissão estatal.

Marcos- Um crime em relação a um animal está diretamente e sempre relacionado ao caráter de quem o pratica? Isto é uma questão de opinião ou há lei interpretada dessa maneira?
Dr. Felipe – Essa é uma questão complexa, pois possui várias camadas. O indivíduo que agride/maltrata um animal não tem empatia com a outra vida seja por não o reconhecer como senciente seja por entender que é o seu direito “natural” de fazê-lo (por incrível que pareça tem muita gente que pensa assim). Até quando o agressor é produto do meio e até quando é pura falha de caráter? O certo é que qualquer abuso, maus-tratos, ferimento ou mutilação a animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos deve ser coibido e punido. A dosimetria e a extensão da pena deve passar pela análise do grau de consciência e instrução do agressor, mas de maneira alguma deve haver isenção para aquele que maltrata um animal.

 

Marcos- A ciência já provou e comprovou que os animais são seres sencientes. Ciência e Direito caminham juntos no reconhecimento aos Direitos dos Animais?
Dr. Felipe– No Brasil já temos o entendimento jurídico de que os animais tem natureza “sui generis”, como sujeitos de direitos despersonificados. Ou seja, reconhecidos como sencientes (dotados de natureza biológica e emocional e passiveis de sofrimento). A legislação brasileira está longe de pacificar o tema, mas o reconhecimento de que os animais não são mais considerados bens moveis para a Lei 10.402/02 é uma vitória, pois facilita a defesa dos mesmos contra os maus tratos.WhatsApp Image 2020-08-25 at 13.45.58 (002)Marcos- Particularmente, você gosta de animais domésticos? Tem algum?

Dr. Felipe- Eu atualmente divido minha casa com 07 cães (Presunto, Bila, Tico, Ian, Brenda, Catifunda e Meliante) todos são adotados (alguns foram resgatados bem doentinhos) cada qual com suas manias e modos únicos de demonstrarem carinho. Uns são mais carentes, outros mais independentes e todos de algum modo territorialistas e, por este último motivo, que não tenho gatos, muito embora aqui em casa façamos questão de colocar ração, todos os dias, para os gatos de rua. Não consigo me imaginar numa casa sem nenhum bichinho, quem me conhece sabe que não receberá mensagem de áudio ou ligação sem que exista um latido no fundo.

Monique Mosca Gonçalves

  Senciência e dignidade !

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Promotora de Justiça do Estado de Minas Gerais, atualmente exercendo as funções na 1ª Promotoria de Justiça de Uberaba, ex-membro do Ministério Público do Estado de Mato Grosso, Mestre em Ciências Jurídico-Ambientais pela Universidade de Lisboa e pós-graduada em Direito Penal pela Universidade Anhanguera/UNIDERP, Monique Mosca Gonçalves também é professora de cursos preparatórios para carreiras jurídicas e autora da obra DANO ANIMAL, recentemente lançada pela editora Lumen Juris (2020). Seu trabalho no que diz respeito à proteção animal tem sido motivo de comemoração e de esperança para protetores da causa, como também colocado a cidade de Uberaba-MG rumo a um importantíssimo pódio de premiação pelo exemplo de cuidado e respeito por esses seres sencientes que, assim como os humanos, se encontram em um contexto planetário jamais experimentado. A segurança que o conhecimento e a dedicação são capazes de trazer a uma pessoa são inequívocos em cada palavra de suas respostas à entrevista gentilmente concedida ao Moreno Pet Blog. Dra. Monique Mosca Gonçalves faz  a gente acreditar que sim, podemos viver em um mundo melhor.

 

“As ações humanas destrutivas do meio ambiente e cruel para com os animais, cedo ou tarde, produzem efeitos perversos contra a própria espécie humana. O novo coronavírus é um claro exemplo disso”

 

Marcos Moreno– Tem sido motivo de muita satisfação, especialmente entre as pessoas que gostam muito de animais, o trabalho realizado pela Promotoria de Justiça através de você no que diz respeito à proteção animal. O quão importante é o trabalho com animais na questão ambiental, que é tão abrangente?
Dra. Monique Mosca Gonçalves – O tema da proteção dos animais ganhou muita visibilidade nos últimos anos, o que representa uma evolução moral e civilizacional da sociedade contemporânea, fruto do despertar para a condição senciente dos animais e a consequente noção de dignidade. Para nós, seres humanos, o reconhecimento desta condição exige a observância de um dever de respeito e de proteção, especialmente considerando a natureza vulnerável dos animais, que não têm voz para postular e defender seus interesses mais básicos. Essa mudança de concepção alterou a visão ambientalista anteriormente predominante, cujo foco era destinado à proteção das espécies e do equilíbrio ecológico, com uma proteção indireta aos animais. Agora, os animais são considerados na sua individualidade, na sua condição de seres capazes de sentir dor, fome, frio, alegria, afeto, etc. etc., e essa condição torna necessária uma proteção essencialmente individual, voltada para os seus interesses fundamentais, como vida e integridade psicofísica.

Marcos- Tenho evidenciado no trabalho que faço em algumas mídias, como essa, por exemplo, os avanços de ações pela causa animal em Uberaba. Qual é a participação e/ou envolvimento da Promotoria com essas ações.
Dra. Monique– O Ministério Público tem papel fundamental na proteção dos animais, uma vez que se trata do principal órgão incumbido pela Constituição da defesa dos interesses coletivos e difusos, como a questão ambiental. Em razão desta vocação, é que o Ministério Público tem buscado atuar em Uberaba, em esforço contínuo e cooperativo com o setor público e privado, para a implementação de políticas públicas em prol dos animais.

 

Marcos- Como pode ser feito um controle populacional de animais de rua?
Dra. Monique- A questão do controle populacional de animais de rua é um tema de fundamental importância no Município de Uberaba, em razão do enorme quantitativo de animais errantes no meio urbano. Para tanto, o Ministério Público e o Município firmaram uma parceria, na qual, em linhas gerais, o Município se comprometeu a implementar a política de controle populacional ético de animais de rua, mediante a castração cirúrgica em massa de cães e gatos, além do registro, da vacinação e da realização periódica de campanhas de adoção. Em complemento, deverão ser fortalecidas as ações de combate e punição do abandono. Por parte do Ministério Público, foi realizada a doação de um castramóvel, que já se encontra em poder do Município.
Marcos- As pessoas comentam que as ONGs estão superlotadas. Qual o papel das ONGs no trabalho de controle populacional?
Dra. Monique- A sociedade civil organizada é um importante braço do controle populacional, uma vez que, especialmente em Uberaba, são as ONGs que acolhem os animais de rua e realizam os programas de adoção. Contudo, a experiência já demonstrou que acolher os animais em abrigos não é suficiente, uma vez que as instituições não têm capacidade de dar o atendimento para todos os animais necessitados. É preciso que haja investimento em educação e efetiva punição contra o abandono, uma vez que a absoluta maioria dos animais que sofrem nas ruas foram abandonados por tutores negligentes e irresponsáveis.
Marcos- Saúde humana, saúde animal…essas questões podem ser vistas distintas uma da outra?
Dra. Monique- A pandemia de COVID-19 é um grande exemplo da impossibilidade de se tratar separadamente saúde humana e saúde animal, uma vez que a ciência já demonstrou que a sua origem está diretamente relacionada com a problemática ambiental e a forma de tratamento dos animais. Por isso, a palavra de ordem do momento é saúde única, que constitui o modelo de abordagem que contempla os três objetivos de forma integrada: saúde humana, saúde animal e saúde ambiental.
Marcos- Houve um aumento considerável de abandono de animais por causa da pandemia de Covid-19. Onde estão os maiores focos dessa situação?
Dra. Monique- De fato, os dados oficiais mostram um aumento não apenas do abandono mas da ocorrência de maus-tratos durante a pandemia. Esse fenômeno relaciona-se com o isolamento social e a maior permanência das pessoas no domicílio, o que, por sua vez, gerou o aumento de violências no contexto doméstico em geral, especialmente contra mulheres, crianças e animais. Os órgãos de repressão precisam estar atentos para a efetiva punição contra tais atos criminosos.

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Marcos- Todas essas questões dizem respeito a animais domésticos. E os silvestres? Como está a situação do Bosque de Uberaba, por exemplo?
Dra. Monique- Por determinação do Poder Público no enfrentamento da pandemia, o Parque Jacarandá ainda se encontra fechado para a visitação pública. Contudo, o Ministério Público tem atuado junto ao Município para garantir o bem-estar dos animais que lá se encontram. Para tanto, foi firmada, por exemplo, uma parceria com o Hospital Veterinário de Uberaba – HVU para dar atendimento especializado aos animais. Além disso, há aproximadamente 01 (um) ano, o Ministério Público e o ente municipal celebraram um acordo que dará uma nova conformação estrutural ao Zoológico. A curto prazo, o Município se comprometeu a realizar a reforma estrutural e funcional do estabelecimento, privilegiando os objetivos de incremento do bem-estar dos animais e educação ambiental. A longo prazo, será conferida uma nova destinação ao local, com a extinção do paradigma de aprisionamento e exposição dos animais. A escolha dessa mudança paulatina se deve à condição dos animais que se encontram no local, já que muitos são idosos e, infelizmente, não existem muitas opções de encaminhamento, de forma que a transferência imediata poderia ser prejudicial ao próprio bem-estar dos animais.
Marcos- Há denúncia de práticas consideradas esportivas acontecendo em Uberaba que expõem e maltratam animais?
Dr. Monique- Muitas práticas esportivas que impõem intenso sofrimento aos animais, a exemplo do rodeio, ainda são consideradas lícitas, de forma que, neste âmbito, cabe apenas a fiscalização do cumprimento das exigências normativas. Contudo, felizmente, a conscientização social tem evoluído, bem como a tutela jurídica. No último mês de julho, por exemplo, o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo julgou inconstitucional uma lei municipal de Bauru que autorizava a realização de prova de laço, com a derrubada de animais e a utilização do sedém (peça que faz com que o animal corcoveie repetidamente), considerando a prática como cruel e, portanto, proibida pela Constituição Federal. Trata-se de uma tendência na jurisprudência brasileira.
Marcos- Parece que ainda há uma cultura forte na região de se criar aves em gaiolas. Isto é criminalizado?
Dra. Monique- A criação de aves silvestres em cativeiro está sujeita a condições estabelecidas na legislação, especialmente o sistema de controle por anilhas. A captura e o cativeiro irregular de animais silvestres são considerados crime ambiental. Infelizmente, trata-se do crime ambiental de maior incidência na região, o que exige especial atenção por parte dos órgãos de fiscalização e de repressão, uma vez que se trata de conduta extremamente nociva ao meio ambiente e aos animais. É preciso, especialmente, investir em educação para a conscientização pública de que lugar de animal silvestre é na natureza e o aprisionamento de seres que nasceram para voar é ato cruel e criminoso.
Marcos- Em relação a caça, essa prática ainda é permitida?
Dra. Monique- A caça de animais silvestres é uma prática vedada, como regra, pela Lei de Proteção à Fauna (Lei nº 5197/67). Contudo, há um movimento político recente para tentar flexibilizar essa proibição e também houve a ampliação da caça do javali, com a flexibilização da normativa do IBAMA, o que tem provocado a expansão da caça ilegal de animais silvestres, já que os caçadores por vezes não se limitam à espécie permitida e acabam matando outros animais, inclusive espécies ameaçadas de extinção. Também há o problema da utilização de cães para a caça de javalis, que pode implicar em maus-tratos em razão das lesões provocadas nos embates. Denúncias contra estas práticas têm se tornado cada vez mais comuns na região.
Marcos- Toda essa atenção voltada para os animais é algo que vem crescendo, eu diria. Lembro que quando criança existia o que poderia chamar de incentivo à pratica de matar passarinhos. Você acha que as pessoas estão mais conscientes?
Dra. Monique- Sem dúvidas houve uma mudança de concepção e a tendência é que essa conscientização venha a se fortalecer cada vez mais, já que o respeito aos animais é parte da evolução civilizatória da sociedade e, neste âmbito, não se admite retrocesso.
Marcos- Pelo o que pude perceber em minhas últimas entrevistas, Uberaba poderá vir a ser um exemplo de trabalho de Proteção Animal?
Dra. Monique- Pelos projetos e ações construídas nos últimos anos, Uberaba pode realmente se tornar um modelo de proteção dos animais, mas ainda há muito espaço para evoluir. O mais importante, hoje, é que Uberaba conta com uma rede de atuação na questão animal, que integra a Administração Pública municipal, através da Superintendência de Bem-Estar Animal, a representatividade na Câmara Municipal, através da vereadora Denise Max, a sociedade civil organizada, o Hospital Veterinário de Uberaba – HVU, além de Ministério Público, Polícia Militar do Meio Ambiente, Corpo de Bombeiros Militar, dentre outros. É essa atuação em rede que tem possibilitado o atendimento completo aos mais variados casos e a criação de leis, programas e políticas públicas em prol dos animais.
Marcos- Você concorda que as pessoas estão sempre falando em “um mundo melhor” para os humanos, mas raramente em um “ser humano melhor” para o mundo?
Dra. Monique- São duas questões indissociáveis. Tanto a saúde como o bem-estar de nós seres humanos andam de mãos dadas com a saúde e o bem-estar dos animais e o equilíbrio ecológico. As ações humanas destrutivas do meio ambiente e cruel para com os animais, cedo ou tarde, produzem efeitos perversos contra a própria espécie humana. O novo coronavírus é um claro exemplo disso.
Marcos- Sempre peço ao meu convidado para deixar uma mensagem para os seguidores do blog. Gostaria uma mensagem sua.
Dra. Monique- Agradeço pelo honroso convite e quero, em especial, parabenizar os uberabenses, que são os verdadeiros responsáveis pela evolução na questão da proteção dos animais.

Hercosul se une à Dobra em prol dos animais

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As marcas estão contando a história por trás do meme do dog caramelo, doando recursos financeiros e meia tonelada de alimentos para Sítio da Eneida, em Viamão/RS
Quem é que ainda não ouviu falar da história da nota de 200 reais com o meme do cão vira-lata caramelo? Essa imagem caiu nas graças do povo na internet e viralizou por gerar uma identificação bem-humorada do povo brasileiro, ganhando até uma carteira estampada que a marca Dobra está vendendo on-line. Mas o que ninguém sabia é que o dog Caramelo era na verdade, a cachorra Pipi, que se perdeu de sua tutora Vanessa há 5 anos em um parque.

A família de Pipi, que se entristecia toda vez que se deparava com o meme de sua mascote por lembrar do seu desaparecimento, entrou em contato com a Dobra, contando a história real da pet que estava estampando a nova carteira da empresa. Então, a Dobra resolveu transformar tudo isso numa ação especial, não só divulgando a história da Pipi, mas ajudando também a causa animal, já que muitos cães e gatos vivem sem assistência e pediu que a família da Pipi escolhesse um projeto voluntário para destinar o valor arrecado com a venda das carteiras estampadas com a imagem do dog caramelo. O posicionamento e iniciativa da empresa ressignificaram o olhar da família de Pipi com a situação e, com muito carinho, a família indicou o Sítio da Eneida, em Viamão/RS para receber o valor da venda das carteiras. O projeto abriga mais de 500 cães e gatos, sobrevivendo há 20 anos de doações, rifas, brechós e venda de recicláveis, teve as doações significativamente reduzidas durante a Pandemia.

A Hercosul, que tem o CEO da Dobra, o cãozinho Batman, como integrante do time de Embaixadores Biofresh 2020, também ficou sabendo da história, e se sensibilizou, juntando-se à ação beneficente, propondo a doação de meia tonelada de alimentos para os animais atendidos pelo projeto.
Sobre o Grupo Hercosul
O Grupo Hercosul nasceu em 2001, em Ivoti/RS, com a Hercosul Alimentos Ltda, quando deu início à sua produção própria de alimentos secos para cães e gatos das marcas Three Dogs e Three Cats. Desde lá, vem ampliando sua atuação no segmento pet food, lançando produtos inovadores reconhecidos por sua qualidade, segurança e performance, nas categorias Super Premium, Premium Especial, Premium e Standard. Hoje, além de alimentos completos secos, o Grupo também trabalha com úmidos e agrados, vendidos em todo o território nacional e em países como Bolívia, Chile, Colômbia, Nigéria, Panamá, Paraguai e Uruguai, com as marcas Biofresh (para cães e gatos), Three Dogs, Three Cats, Primocão, Primogato, Apolo e Átila, além Mutts e Beny exclusivamente em solo paraguaio.

Com foco permanente em qualidade, inovação e atendimento, o Grupo Hercosul está sempre em busca do que há de mais moderno em tecnologias, aperfeiçoamento profissional, nutrição e em técnicas de controles que assegurem qualidade e valor a seus produtos, serviços e à relação com seus públicos. Da estrutura física ao seu quadro técnico – formado por cerca de 700 profissionais –, a organização investe pesado no aprimoramento do seu negócio, o qual tem como um de seus pilares essenciais o bem-estar pet e humano.

O Grupo Hercosul é formado pelos negócios Hercosul Alimentos, Hercosul Comercial, Hercosul Transportes e Hercosul International, que, por sua vez, estruturalmente, são constituídos por, além da matriz produtiva de Ivoti e mais uma fábrica de alimentos úmidos e agrados em Vacaria – ambas no Rio Grande do Sul –, quatro centros de distribuição – um em Santa Catarina, um no Paraná, um em São Paulo e um no Paraguai – e por sua mais nova e moderna fábrica, construída em Doctor Juán Leon Mallorquín/PY, e operante desde o segundo semestre de 2019.

Meu querido Chien

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Lá na França Chien é apenas um substantivo comum, mas aqui, na minha casa, para mim, é o nome que dei ao cão que adotei há 14 anos. A história é conhecida por todas as pessoas que me conhecem. Conto pessoalmente, contei em redes sociais, vivo contando. Conto porque dei esse nome a ele, conto como foi a decisão e etc. Na Rádio Universitária 104,9 FM contei toda a nossa história dividida em minutos: Minuto Pet!
Nada de extraordinário. Só eu sabia até onde ia a “inteligência” dele, do que ele era capaz para chamar minha atenção e todas essas coisas que todo mundo que tem um pet acha que é exclusividade dele. E é. Mas porque sabemos disto? Porque, acredito eu, que de alguma maneira projetamos em nossos pets, especialmente os cães, uma parte significativa de nós mesmos. Óbvio? Não pra todo mundo, mas pode ser assim analisada a nossa relação com eles. Quem sabe até por conhecedores do comportamento humano e animal.
Não, eu não sou essa pessoa. O que falo é intuitivo, pela intensidade do convívio que tive com esse cão. Mas acho que mesmo as pessoas menos intensas em seus contatos com bichos domésticos, transferem inconscientemente essas partes insondáveis de si mesmas para eles.
Não há explicação para o que se passa na troca de olhares entre um ser humano e seu cão de estimação. Estudiosos já explicam que ambos (humanos e cães) liberam hormônios de afinidades inexplicáveis como o amor entre mãe e filho, por exemplo. Enquanto os estudos científicos avançam, tanto para explicar nossa mente quanto a dos cães, fico eu aqui, tentando escrever alguma coisa em função da partida do meu Chien. Sim, ele se foi. Seria uma “homenagem póstuma”? Um desabafo? Nada explicaria o vazio que sinto. E quando penso que já falei pra outras pessoas a expressão “é apenas um cachorro”… Agora eu sei que não “é apenas um cachorro”. É uma criatura que mexe com nossos sentimentos mais profundos, pela verdade que nem sempre encontramos nos humanos e que é tão clara neles, nos cães.
É uma criatura que dá forma a pensamentos/sentimentos que nunca ousamos encarar, ou nunca sequer soubemos que fazia parte de nossos corações e mentes. A convivência com eles traduz o cuidado, a dúvida, o medo, o desejo de acertar, outros desejos nobres e muitos sem nobreza alguma. Mas eles são a nossa parte boa. Sem máscara, sem necessidade de aprovação, assumindo nossas necessidades físicas e emocionais sem reservas, sem disfarces. A fome…e o medo. A sede…e o afeto.
E assim a gente vai se misturando no dia-a-dia, se permitindo e se entendendo. Acredite em quem conversa com seu cão. Veja como é simples: perguntamos e respondemos. São eles que respondem? São. Somos nós que nos respondemos? Somos. É a nossa ingênua alegria e a sensação de liberdade que corre em espaços amplos em quatro patas. É a nossa frustração que se encolhe num cantinho em forma de uma bola de pelos. É o alerta de respeito que rola em uma mordida. Eles mudam nossa forma de ver a vida. Eles invadem mesmo nossa vida. Por eles fazemos amizades, por eles brigamos…Vai acontecendo aos poucos esse domínio que só pode ser atribuído ao amor, ou ao que entendemos (ou não) desse sentimento. Porque quando a gente pensa no maior e melhor dos sentimentos humanos, entendemos que é o amor. Traduzimos com essa palavra. Então é amor sim o que sentimos por eles.
Ah meu Deus, tá muito difícil pensar a vida sem ele. Só eu sei. Mas vai passar, claro.
Felizmente durante a sua vida eu tive muito apoio e ajuda de pessoas incríveis, profissionais que me ajudaram a manter o bem estar físico do Chien. Por muitas e muitas vezes ele precisou de médicos veterinários e por outras tantas, de outros profissionais ligados a esse universo. Sempre fui grato, mas quero expressar novamente minha gratidão. Não dá para citar nomes desses anjos protetores porque, felizmente, são muitos. Obrigado de coração.
Mas preciso citar uma pessoa que esteve em todos os momentos nos acompanhando, nos socorrendo, nos ensinado, me corrigindo no comportamento com o Chien, de forma rígida, sincera e generosa ao mesmo tempo, me mostrando os erros e acertos em cada momento dessa convivência. Adriano dos Santos, meu agradecimento a você não tem tamanho. Obrigado meu amigo, obrigado. Obrigado sempre.
Para o Chien, não tenho palavras. Não me importo se me acharem exagerado ou bobo por gostar tanto dele. Não me importo mais com o julgamento das pessoas. “Tô nem ai”.  Tentei tratá-lo como um cachorro. Aprendi a respeitá-lo como um cachorro. E amei muito o meu cachorro. Pronto. Na minha mente criei um céu para o meu cachorro e lá que ele está. Meu Chien,  meu tão querido Chien!!!

Cobra de 8 metros e 80 quilos era criada em casa de Águas Lindas de Goiás

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Uma cobra phyton asiática com aproximadamente 8 metros de comprimento e 80 quilos foi apreendida hoje em uma casa em Águas Lindas de Goiás, no Entorno do Distrito Federal. A Polícia Civil chegou até o local depois de denúncia anônima. Com um mandado de busca e apreensão eles foram até a casa do vigilante C.L., que é suspeito de criar e vender animais exóticos no Distrito Federal e em Goiás.
Na residência, além da phyton asiática, foram encontradas outras cinco cobras de espécies menores. A apreensão é um desdobramento das investigações do Caso Naja, que apura o tráfico de animais silvestres. “O homem não estava na casa no momento, quem atendeu os policiais foi a esposa dele. Mas durante à tarde ele esteve na delegacia acompanhado de um advogado. Ele foi ouvido e liberado”, explica o delegado Ricardo Bispo Farias. Segundo o delegado o caso segue em investigação e só após a conclusão dos trabalhos saberá se o homem será indiciado por algum crime. Ainda segundo a Polícia Civil, a cobra estava em um terrário, mas costumava circular livremente pela residência.

Estresse pode causar distúrbios digestivos em cães

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Alguns animais são mais sensíveis à mudanças e é preciso observar os possíveis sintomas de estresse que podem desencadear irritações digestivas

O impacto do estresse na vida de cães foi por muito tempo subestimado, mas hoje sabemos que ele existe e que, além de impactar no bem estar dos pets pode levar a problemas de saúde. A manifestação do estresse pode ocorrer de forma fisiológica (aumento da frequência cardíaca), comportamental (manifestações de agressividade, agitação, incapacidade de relaxar) e sintomática (no caso de distúrbios gastrointestinais). De maneira geral, as manifestações de estresse ocorrem por influência de hormônios que são liberados como resposta à estímulos estressores e podem atuar provocando sinais gastrointestinais, como diarreia, vômito, gastrites e úlceras. Dessa forma, é preciso ficar atento aos sintomas como vômitos ou mudanças no apetite. Ao notar sinais como estes, é recomendado levar o pet ao veterinário e, uma vez diagnosticado o problema, investir em uma alimentação específica para complementar o tratamento.

“Existem alguns desencadeadores comuns de estresse em cães como mudanças bruscas na rotina diária do pet, com exposição à novas pessoas e lugares”, explica a médica veterinária Brana Bonder. “Esse estresse pode causar alterações digestivas e, com o diagnóstico do profissional, é recomendado oferecer uma alimentação com todos os nutrientes necessários para a sua recuperação”, completa.

De acordo com Brana Bonder, para aqueles animais que estão com o apetite diminuído é possível oferecer o alimento na forma úmida de forma exclusiva ou combinado com o alimento seco. ” O alimento úmido, por possuir maior teor de água, pode ser considerado mais palatável por alguns animais. Além disso, ele contribui para a hidratação do animal, fator importante já que o cão perde água pela diarreia, o que pode culminar em desidratação. Neste período de recuperação recomenda-se, também, evitar petiscos ou outros tipos de alimentos”.

Como reduzir os fatores de estresse para os cães

Existem algumas medidas que os tutores de cães podem tomar para evitar ou reduzir o estresse nos animais, vamos ver algumas delas:

1. É essencial que o tutor saiba diferenciar comportamentos normais de sinais de estresse. Dessa forma é possível diferenciar se o cão está lambendo as patas por ansiedade ou porque quer um petisco, ou pedindo algo, por exemplo. Quando o cão está relaxado suas orelhas estão semi eretas ou voltadas para frente, a boca está relaxada e a distribuição do peso está nas quatro patas. Sempre que o cão manifestar sinais de estresse deve-se retirar o estímulo estressante o mais rápido possível.

2. Se o cão estiver estressado deve-se resistir a tentação de confortá-lo em excesso. Esse comportamento apenas reforça o medo no animal e faz com que ele fique menos confiante no futuro. Uma estratégia que pode auxiliar é o fornecimento de petiscos como recompensa por um comportamento rotineiro, como por exemplo após o comando de “senta”. Com isso é possível distrair o animal e gerar um senso de normalidade na situação. Os comandos “senta”, “deita” e “rola” podem ser muito úteis para acalmar um cão em momentos estressantes.

3. Existem alguns meios de reduzir o estresse nos animais que podem ser implementados na rotina do tutor com o seu cão. Assim como para seres humanos, o exercício físico pode ser um bom aliado, então é importante que caminhadas e brincadeiras estejam sempre presentes. Estratégias de enriquecimento ambiental também podem ser bastante úteis, como por exemplo a disponibilidade de brinquedos e o uso de dispositivos específicos de alimentação, que obrigam o cão a interagir para se alimentar. Manter o animal entretido durante certo tempo é uma maneira eficaz de reduzir o estresse.

4. O uso de estímulos sonoros também pode deixar o animal menos estressado. Em um estudo com animais de abrigo, o uso de música clássica reduziu os sinais de estresse dos animais e é uma estratégia simples para utilizar com os pets em casa para reduzir ansiedade de separação, por exemplo.

5. Cães são animais de matilha e muitos estudos comprovaram que o contato social com outros animais e seres humanos é importante para o bem estar. Dessa forma, a socialização com outros cães e seres humanos também deve estar na rotina do pet.

6. Se o cão estiver constantemente estressado, é interessante buscar auxílio de profissionais comportamentalistas para avaliar os problemas relacionados ao gatilho do estresse e fornecer o melhor manejo possível.

 

Os animais têm signos, como os humanos. Descubra o do seu pet!

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Tudo que teve data, hora e lugar de nascimento tem um mapa astrológico

Por Marcia Fervienza- Astróloga

Você sabia que os animais têm signos, como os humanos? A verdade é que tudo que teve data, hora e lugar de nascimento tem um mapa astrológico. Até mesmo empresas, bancos, cidades, lotéricas e casamentos têm mapa astral.
Logo, nossos pets têm signos e mapa astral. No entanto, as casas astrológicas (ou áreas da vida) e os planetas (ou funções psicológicas) serão ajustados para compreender a natureza não humana deles.
Aqui vai uma análise sobre o Signo Solar de cada pet, que pode nos dar uma boa ideia sobre a natureza deles, mas é preciso lembrar que outros aspectos do seu mapa vão modificar sua expressão, assim como acontece com os humanos.

Áries – São os pets alfa. São líderes e brigões e dificilmente aceitam ordens de outros que não sejam seus humanos – e olhe lá! Ciumento, se outro pet se aproximar dele quando estiver na rua com o seu humano, espere uma chuva de latidos raivosos.

Touro- Obviamente adorarão um mimo e serão bem preguiçosos. Passear para que, gente? Só se for para levar em carrinho, por favor, porque o chão tá quente, suas patinhas são sensíveis e ele sentirão falta da sua caminha.
Gêmeos- Têm muita energia e adoram divertir os seus humanos. São pets ideais para crianças porque brincam muito, são curiosos e receptivos a visitantes.
Câncer- Não são para qualquer família e podem ser pets difíceis em casas com bebês, especialmente se eles chegaram antes. Pode dar ciúmes e rolar uma dificuldade em aceitar o novo membro da família. Mas, se aceitarem, o protegerão com todo amor, como se fossem sua própria cria.
Leão- Em casas com pets leoninos é preciso ter em mente que só se pode ter um pet. Mesmo que seja pet de outra espécie, o leãozinho não vai querer ver seu humano dividindo atenções ou cuidando de outros pets. Quanto a visitantes, ele será tão agradável quanto o desejo do visitante de agradá-lo. Trouxe presente?
Virgem- Esses pets são aqueles que passam literalmente horas se lambendo e se limpando. Odeiam mau cheiro e sujeira – por isso, se encarregam eles mesmos de se manterem limpos e agradáveis. Nada de esperar pela visita ao veterinário. Ah, e não esqueça de manter a rotina deles em relação a comidas e passeios. Eles funcionam como um reloginho.
Libra- Esses são os pets ideais para parques. Serão muito sociáveis com outros pets, não terão problemas em compartilhar a atenção dos seus humanos e serão super-receptivos a visitantes. Seu pet te segue pela casa aonde quer que você vá e odeia ficar sozinho? É libriano!
Escorpião- Leais e amorosos com os seus humanos, os pets de escorpião não são dos mais amigáveis. Sempre desconfiados, se perguntarão quem é você e o que você quer dele (ou de sua família) quando você se aproximar. É difícil conquistar sua confiança. Mas, uma vez que conquiste, ele te adota como “de casa” e será leal a você também.
Sagitário- Estes pets precisam de espaço para correr e se exercitar. Se forem pets de apartamento, provavelmente serão daqueles que destroem tudo, comem pé de mesa, destroem roupa. Por quê? Muita energia! Eles precisam espaço para explorar seu meio.
Capricórnio

Quer um pet disciplinado que assume a sua função de pet como nenhum outro? Adote um pet nascido no final de dezembro ou no início de janeiro. Os pets de capricórnio são dedicados, fáceis de treinar e vão fazer aquilo que perceberem que você precisa, ou que esperam dele.
Aquário- Pets de aquário serão muito espertos, mas também bem originais. Pode ser aquele cachorro que é tão independente e desapegado que se comporta como um gato. Ou, o contrário, pode ser aquele gato tão grudento que parece um cachorro. Serão sociáveis, mas também precisarão do seu tempo tranquilo para recarregar as energias.
Peixes- Serão ótimos em perceber e captar os humores e necessidades dos seus humanos. No geral, serão pets tranquilos, daqueles que comem e dormem, e é preciso tomar cuidado para que não engordem. Afinal, baixo nível de atividade e comida facilmente acessível pode ser uma combinação complicada para esses pets.

Humanização: exagero ou realidade

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Trago aqui um assunto sério, de nome científico e tão corriqueiro: Antropromorfismo. Ou a popular humanização de cães e gatos, o mesmo que atribuir forma humana ao bicho.

Explico urgentemente isso, porque isso pode atrapalhar muita coisa quando se fala em comportamento do animal.Quando o tutor impede o cachorro de ser sociável com outros bichos ou com outras pessoas, ou quando o dono não permite que o cãozinho de pequeno porte, pise no chão… é humanização.

Outro ponto fugaz, é não compreender a linguagem do bicho. Os cães são altamente instintivo, por sua bagagem genética herdada em DNA e muitos tutores, se atrapalham na comunicação com eles.

Em meus anos de atendimento, ouvi inúmeras vezes comentários como: “Ah meu cachorro tá com culpa hoje, porque ele acordou de manhã e derrubou o vaso. Até agora ele está quietinho, se sentindo culpado, envergonhado” . Entendo que histórias como essa, sejam comuns e mais ainda, explicarmos esses atos, pelas emoções humanas.

Cientificamente, a mente de um cachorro é mais ou menos igual a de uma criança de 2 anos de idade. Os mesmos, possuem basicamente as mesmas estruturas cerebrais e funções hormonais, e passam por semelhantes mudanças químicas, nessa fase da vida.

Porém, os mesmos estudos, afirmam que uma criança de 2 anos ainda não é capaz de expressar emoções complexas. Em resumo, significa que, elas passam realmente a sentir vergonha ou desprezo por alguém, a partir dos 4 anos de idade.

Sendo os cães comparados nesses estudos, a crianças de 2 anos, eles possuem oficialmente, apenas as emoções básicas ligadas ao extinto como medo, alegria, empatia, raiva, nojo. Sentimentos complexos como culpa, rancor, ciúmes, vergonha … eles não acessam.

Assim como eu ouço em alguns lares ” Ah o meu cachorro tá querendo se vingar de mim, porque ele começa a me morder muito na hora de brincar. E ele sabe que eu não gosto disso. Eu acho que ele faz de propósito”, compreendam que eles estão apenas agindo por impulso, naquele instante e não compare tanto as emoções!

Aprender a se comunicar é entender os sinais que o cão transmite ao estar sempre atento a você e saber como falar com ele de forma mais eficiente.
Os cães se pautam pela postura dos donos ao lidar com o mundo a sua volta, assimilando seus hábitos e se espelhando em suas atitudes. Isso porque a sensibilidade canina é maior do que supomos. Eles são excelentes leitores de gestos e sinais. Calma e assertividade para traduzir a comunicação com seu cachorro irá garantir que ele não ocupe o seu lugar nesse relacionamento. Afinal eles amam seguir o mestre.

Laís Cauner é comportamentalista canina e adestradora. Ela também é Consteladora Familiar de Pets, proprietária da Eu & Meu Bicho e tutora de 5 cães adultos.

Evolução das raças de cachorro ao longo da história

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Humanos e cães se desenvolvem e evoluem juntos há pelo menos 15 mil anos, quando surgiu uma nova espécie (Canis lupus familiaris) derivada da domesticação de lobos cinzentos (Canis lupus). De lá pra cá, realizamos ao longo dos séculos uma das maiores experiências genéticas da história, que resultou em pelo menos 400 raças diferentes de cachorros.
Um estudo publicado em 2017 na revista científica Cell Reports analisou amostras de sangue e mucosa bucal de 1.346 cães de 161 raças diferentes. O trabalho demorou 20 anos para ficar pronto e concluiu que todas essas raças são originadas de 23 tipos específicos a de cães (clados, no jargão da biologia). Essa informação, somada aos registros históricos das grandes migrações humanas e civilizações, nos permite ver com maior clareza como, onde e por quê surgiram as diversas raças caninas.
Do mimoso poodle ao furioso rottweiler, as diversas raças de cães foram desenvolvidas para propósitos específicos. No caso desses dois exemplos, ser uma demonstração viva de fofura ou uma máquina dilacerante, respectivamente.

Conheça as funções que os diversos tipos de raça desempenham e em qual contexto elas foram criadas:

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Cães de trenó

Huskies siberianos são classificados como cães de trenó
Uma das evidências mais antigas de cães domesticados desempenhando um papel na sociedade data de 9 mil anos atrás. Naquela época, a atual Ilha de Zhukov, no nordeste da Sibéria, tinha ligação com o continente. Lá, os cães eram usados tanto com meio de transporte, puxando trenós de neve, quanto como ajudantes na caça.
Como características essenciais para esse tipo de trabalho, esse tipo de cachorro tem pelagem grossa, muita força, espírito de cooperação, patas largas, que funcionam como pás na neve, e capacidade de alternar níveis de velocidade.
Ao longo da história, raças de cães de trenó foram desenvolvidas por povos localizados no Círculo Polar Ártico, como os esquimós do Alasca ou da Groenlândia. Também desempenharam importante papel na Era Heróica da Exploração da Antártida, final do Século 19 e início do Século 20, integrando as comitivas de Ernest Shackleton e Roald Amundsen.
Raças mais conhecidas: Husky Siberiano, Malamute do Alasca e Cão da Groenlândia.

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Cães pastorais

Border Collie é uma raça típica de cães pastores
Foram desenvolvidos conforme a civilização humana evoluiu na pecuária. São divididos em dois tipos: os cães pastores e os cães de proteção ao rebanho. Os primeiros ajudam a guiar o rebanho. Geneticamente, tiveram suas características predatórias atenuadas a ponto de perseguir as presas (bois ou ovelhas, no caso) sem lhes causar dano. Já os cães de proteção ao rebanho servem como guardas contra predadores.
Os tamanhos dos dois tipos podem variar. O que importa é que eles sejam confiáveis, inteligentes, ágeis e atentos. Cães pastorais foram criados em praticamente todas as regiões do mundo ao longo da história.
Raças mais conhecidas: Komodor, Mastim Espanhol, Rottweiler, Border Collie, Pastor Belga.

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Cães de caça

Golden retriever faz parte dos cães de caça
A caça é a atividade que mais utiliza as diversas habilidades dos cães: agilidade, inteligência, atenção, obediência, adestramento, latido alto, olfato apurado. Primeiro, surgiram para ajudar os humanos como uma força de combate extra na luta pela sobrevivência em busca de proteína animal. Conforme a caça deixou de ser uma necessidade e passou a ser mais um esporte, esses cães foram sendo treinados para diversos papéis, como farejar trilhas, apontar as presas, espantar pássaros, capturar os abates em todos os tipos de terreno. Seus tamanhos também são variados, de acordo com o terreno da caça e a presa a ser perseguida.
Raças mais conhecidas: Cocker Spaniel Americano, Labrador, Golden Retriever, Setter Inglês, Pointer Inglês, Poodle.

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Cães de guarda

Chow Chow: um dos cães de guarda
Desde os pequenos pinschers, com seus latidos estridentes, até o grande e feroz fila brasileiro, diversas raças desempenham a função de guarda. Registros de cães de guarda datam da antiguidade: os romanos, por exemplo, colocavam mosaicos na entrada das casas sinalizando aos intrusos a presença de cães de guarda. Embora alguns exemplares de cães pastorais ou de caça sejam usados para guarda, algumas raças foram desenvolvidas especificamente para esse serviço, como o dobermann ou o dogue brasileiro.
Raças mais conhecidas: Doberman, Fila Brasileiro, Akita, Boxer, Pinscher, Chow Chow, Bull Terrier, Cane Corso.

 

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Cães de estimação

Pugs são cães de estimação há muito tempo
Pequenos, inofensivos, obedientes (embora alguns sejam bravos e temperamentais). As próprias características genéticas foram desenvolvidas para isso, como os olhos grandes, os pelos finos e compridos, o tamanho reduzido e a facilidade de adestramento. Os cães de estimação existiram em todas as culturas e períodos da história: o pequinês na China Imperial, os pugs, popularizados na Era Vitoriana na Grã-Bretanha, e os poodle toy, muito populares atualmente.
Raças mais comuns: Shi-tzu, Pug, Poodle, Lulu da Pomerânia, Fox Terrier, Maltês, Beagle, Chihuahua.

Cachorros podem identificar pessoas infectadas pelo Sars-CoV-2

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Em estudo alemão, cães treinados durante apenas uma semana identificaram corretamente 94% das amostras de secreção de pessoas com Covid-19

Pesquisadores alemães publicaram, nesta quinta-feira (30), um estudo na revista científica BMC Infectious Diseases indicando que cães podem farejar pessoas infectadas com o vírus Sars-CoV-2, causador da Covid-19. De acordo com a pesquisa, animais treinados podem aprender em uma semana como diferenciar indivíduos que têm o novo coronavírus dos que não têm.
Segundo os especialistas, o treinamento poderia ser aplicado em espaços públicos com grande circulação, como aeroportos, eventos esportivos, fronteiras e até mesmo em laboratórios, ajudando a conter a propagação do vírus ou mesmo novos surtos.
Para realizar o estudo, a equipe utilizou oito cães especializados em detecção de odores. Após o treinamento, os animais conseguiram identificar corretamente 94% das 1.012 amostras de saliva ou secreção da garganta de pessoas com Covid-19. Eles foram capazes de discriminá-las com sensibilidade média (detecção de amostras positivas) de 83% e especificidade (detecção de amostras de controle negativo) de 96%.
Esther Schalke, especialista em comportamento veterinário das forças armadas alemã, afirmou, em nota, que a detecção de cheiro nos cachorros é muito melhor do que se pode imaginar “No entanto, ficamos surpresos com a rapidez com que nossos cães poderiam ser treinados para detectar amostras de indivíduos infectados pelo Sars-CoV-2”, afirma.
Já se sabe que doenças respiratórias infecciosas podem liberar compostos orgânicos específicos. Assim, esses resultados podem ser um ponto de partida para entender como esse padrão pode ser usado para futuras estratégias de testagem. “Nós construímos uma base sólida para estudos futuros explorarem o que os cães fazem e se eles podem ser usados para discriminar também entre diferentes estágios de doenças”, explica Holger A. Volk, presidente do departamento de medicina e cirurgia de pequenos animais da Universidade de Medicina Veterinária de Hannover.

Fonte: Redação Galileu